Aromaterapia: a ação dos óleos essenciais

A aromaterapia é uma modalidade de terapia integrativa em que se utilizam óleos essenciais como principais agentes terapêuticos para o tratamento de diversas doenças. Os óleos essenciais ou voláteis são extraídos de várias partes de plantas por meio de diferentes métodos.

Essa prática integrativa surgiu depois que os cientistas descobriram as propriedades antissépticas e de permeabilidade cutânea dos óleos essenciais.

Inalação, aplicação local e banhos são os principais métodos usados na aromaterapia. Depois que os óleos penetram na superfície da pele e entram no sistema orgânico, eles se remodulam e trabalham de maneira amigável no local do mau funcionamento ou na área afetada.

Nesse tipo de terapia utilizam-se várias permutações e combinações para obter alívio em inúmeras doenças, como depressão, indigestão, dor de cabeça, insônia, dores musculares, problemas respiratórios, doenças de pele, inchaço nas articulações, complicações associadas à urina, etc.

Os óleos essenciais são mais benéficos quando outros aspectos da vida e da dieta das pessoas recebem também a devida consideração.

A aromaterapia é uma forma natural de curar a mente, o corpo e a alma das pessoas. Muitas civilizações antigas, como as do Egito, China e Índia usaram-na popularmente como terapia complementar e alternativa há pelo menos 6.000 anos.

A aromaterapia estabeleceu-se para o tratamento de vários conjuntos de complicações e condições. A pesquisa bibliográfica revela que esse tipo de terapia ganhou muita atenção no final do século 20 e continua sendo muito popular também no século 21. Devido ao seu destaque, popularidade e uso generalizado, é reconhecida como terapia da ciência do aroma. Os óleos essenciais ganharam importância nos usos terapêutico, cosmético, aromático, de perfumaria e espiritual.

Composição e efeitos

Os óleos essenciais utilizados em aromaterapia como principais agentes terapêuticos são substâncias altamente concentradas extraídas de flores, folhas, caules, cascas, frutos e raízes de plantas e também destiladas a partir de resinas.

São compostos por uma mistura de hidrocarbonetos saturados e insaturados, álcoois, aldeídos, ésteres, éteres, cetonas, fenóis e terpenos, que podem produzir odores característicos.

Os óleos essenciais são líquidos incolores de cheiro agradável e com alto índice de refração. São tão potentes e concentrados que funcionam em pontos de pressão e rejuvenescem.

Nas plantas, eles estão presentes em diferentes áreas, como bolsões e reservatórios, pelos glandulares, células especializadas ou até mesmo nos espaços intercelulares. Essências de evaporação das plantas, protegem-nas de ataques bacterianos e formam uma “aura de aquecimento” resguardando-as dos efeitos das flutuações de temperatura.

Existem vários métodos pelos quais os óleos essenciais podem ser administrados, sempre em pequenas quantidades, como inalação, massagem ou aplicações simples na superfície da pele, sendo que muito raramente são tomados por via interna.

A inalação e a aplicação externa desses óleos para o tratamento do equilíbrio mental e físico são os fundamentos básicos da aromaterapia. A terapia realizada com sua utilização é conhecida por aliviar o estresse, rejuvenescer e regenerar o indivíduo para o trabalho do dia seguinte. Os nervos olfativos do nariz ao cérebro são o local de ação dos óleos essenciais.

Possuem propriedades antibacterianas, antibióticas e antivirais bem comprovadas, sendo que vários estudos publicados, assim como usuários populares, sugerem que eles são úteis em casos de muitas outras doenças, como Alzheimer, problemas cardiovasculares, câncer e dor de parto na gravidez. Há uma tendência crescente, hoje em dia, de usar a terapia com óleos essenciais no tratamento de câncer e do distúrbio do sono. Seu caráter orgânico e sua compatibilidade com o organismo humano proporcionam uma sensação de bem-estar. Verificou-se, por exemplo, que a atividade locomotora dos camundongos aumentou significativamente pela inalação de óleos essenciais de alecrim, que são utilizados em fitoterapia como remédio ativador e refrescante em situações de exaustão.

O uso de aromaterapia na medicina integrativa deu um longo salto nos últimos anos. Revisando a literatura sobre essa modalidade de terapia, verifica-se que numerosos estudos foram realizados para avaliar seus efeitos no cérebro humano e nas emoções. Seu papel no humor, estado de alerta e estresse mental em indivíduos saudáveis ​​foi tópico de discussão acalorada entre a comunidade científica há poucos anos. Alguns pesquisadores tentaram investigar seus efeitos sobre a capacidade de trabalho, o tempo de reação e algumas ações espontâneas no cérebro através de padrões eletroencefalográficos e estudos de imagem funcional. Essa terapia foi considerada superior quando comparada aos odores sintéticos. Fragrâncias sintéticas geralmente contêm certas substâncias, como solventes e propelentes, que causam irritação em algumas pessoas. De acordo com aromaterapeutas, o odor sintético não combina com a importância dos óleos essenciais, pois é deficiente em energia natural ou vital. No entanto, essa questão ainda permanece como um ponto de debate entre psicólogos do aroma e bioquímicos.

Como funciona a aromaterapia

Durante séculos, os óleos essenciais desempenharam um importante papel como fragrâncias com potencial curativo para o corpo, a mente e o espírito.

Essas moléculas de aroma são substâncias químicas e orgânicas muito potentes que tornam o ambiente livre de doenças, bactérias, vírus e fungos. Seu caráter versátil de natureza antibacteriana, antiviral e anti-inflamatória, assim como de reforço imunológico, com efeito hormonal, glandular, emocional, circulatório, calmante e ativador da memória e do estado de alerta, é bem documentado por muitos cientistas. Vários projetos-piloto e estudos foram conduzidos em humanos para decifrar sua natureza e papel no tratamento de doenças e distúrbios.

Os óleos essenciais são conhecidos por seu caráter específico de energia, pois sua potência não se perde com o tempo e a idade. Suas propriedades estimulantes derivam de sua estrutura, que é muito semelhante a dos hormônios reais.

O potencial de penetração desses óleos para atingir tecidos subcutâneos é uma das mais importantes características dessa terapia. Seus efeitos são ao mesmo tempo complexos e sutis devido à sua estrutura igualmente complexa e às suas propriedades químicas.

O mecanismo de ação da aromaterapia envolve a integração dos óleos essenciais em um sinal biológico de células receptoras no nariz quando inalados. Esse sinal é transmitido para a parte límbica do cérebro e para o hipotálamo através do bulbo olfatório. Isso faz com que o cérebro libere mensageiros neurais, como serotonina, endorfina, etc., para ligar o sistema nervoso a outros sistemas do corpo, garantindo a mudança desejada e proporcionando uma sensação de alívio. Serotonina, endorfina e noradrenalina são liberadas pelo uso, respectivamente, de óleos calmantes e óleos estimulantes, para proporcionar o efeito esperado na mente e no corpo.

Classificação da aromaterapia

Aromaterapia cosmética

Nessa modalidade de terapia utilizam-se certos tipos de óleos essenciais em produtos cosméticos para a pele, corpo, rosto e cabelo, a fim de proporcionar diversos efeitos, como limpeza, hidratação, secagem e tonificação. Uma pele saudável pode ser obtida pelo uso de óleos essenciais em produtos faciais. Em nível pessoal, a aromaterapia cosmética aplicada no banho de corpo inteiro ou de imersão dos pés é uma maneira simples e eficaz de ter uma boa experiência. Da mesma forma, algumas gotas de óleo apropriado proporcionam uma sensação de rejuvenescimento e revitalização.

Massagem aromaterápica

O uso de óleo de semente de uva, amêndoa ou jojoba, em óleo vegetal puro, durante a realização de massagem tem demonstrado ótimos efeitos. Isso também é conhecido, em massagem terapêutica, como toque de cura.

Aromaterapia médica

O fundador da aromaterapia moderna René-Maurice Gattefossé, engenheiro químico francês, usou óleos essenciais para massagear pacientes durante a realização de cirurgias, aplicando assim o conhecimento médico da aromaterapia sobre os efeitos dos óleos essenciais no tratamento de doenças diagnosticadas clinicamente.

Aromaterapia olfativa

A inalação de óleos essenciais deu origem à aromaterapia olfativa, em que o simples fato de aspirar os odores resulta em maior bem-estar emocional, tranquilidade, relaxamento ou rejuvenescimento do corpo humano. A liberação de estresse é consolidada com o uso de aromas agradáveis ​​que destravam as memórias de odores. Os óleos essenciais devem sempre ser utilizados de forma complementar ao tratamento médico convencional e nunca podem substituí-lo.

Psicoaromaterapia

Na psicoaromaterapia, certos estados de humor e emoções podem ser alcançados com o uso dos óleos essenciais, proporcionando a sensação prazerosa de relaxamento ou fortalecimento ou despertando uma memória agradável. Nessa modalidade de terapia a inalação dos óleos é direta, embora também se possa usar infusão no quarto dos pacientes. Tanto a psicoaromaterapia quanto a aromacologia analisam os efeitos dos aromas nos sentimentos, emoções e comportamentos humanos. Mas, enquanto a aromacologia dedica-se à análise de odores tanto naturais como sintéticos, a psicoaromaterapia limita-se ao estudo apenas de óleos essenciais naturais.


Babar Ali – Faculdade de Farmácia e Odontologia, em Buraydah/Arábia Saudita.

Naser Ali Al-Wabel – Faculdade de Farmácia e Odontologia, em Buraydah/Arábia Saudita.

Saiba Shams – Siddhartha Institute of Pharmacy, em Uttarakhand/Índia.

Aftab Ahamad – Departamento de Tecnologia da Informação em Saúde, Universidade Rei Abdulaziz, Jeddah/Arábia Saudita.

Shah Alam Khan – Departamento de Farmácia, Oman Medical College, em Muscat/Omã.

Firoz Anwar – Departamento de Bioquímica da Faculdade de Ciências, Universidade Rei Abdulaziz, em Jeddah/Arábia Saudita.

Artigo baseado em estudo publicado no Asian Pacific Journal of Tropical Biomedicine, em agosto de 2015.