Os olhos têm mais função do que a visão propriamente dita, pois a íris é como um banco de dados que contém informações antigas e atuais, vindas do cérebro, sobre todos os sistemas do organismo.
Por esse motivo, ela é uma parte que representa todo o corpo, um microssistema cujo desenvolvimento inicia-se nos primeiros 22 dias de idade do feto, continuando por toda a gestação até o momento em que completa milhares de ramificações que se ligam a todas as partes do corpo, estando completamente formada aos seis anos de idade e tendo refletida em si qualquer alteração no organismo. Portanto, a íris de cada pessoa é única.
A íris é a porção do olho responsável pela cor e apresenta uma abertura no centro (pupila) por onde entra a luz. Por décadas, estudiosos de vários países, entre eles Alemanha, Coreia do Sul e Rússia, realizam pesquisas sobre os registros que ficam nessa estrutura e as benesses que esse conhecimento pode trazer.
Segundo esses estudos, os sinais encontrados na íris são formados por meio do contato nervoso direto com os órgãos do corpo, que ao adoecerem provocam espasmos nos vasos sanguíneos dos olhos, modificando o fluxo de sangue que chega a regiões específicas da íris, o que dá origem às alterações.
Através da observação e estudo desses registros na íris e suas estruturas (iridologia), é possível avaliar o ser humano na sua totalidade: estado de saúde e predisposições para doenças (hereditárias ou em consequência de traumas emocionais), assim como habilidades e características comportamentais do indivíduo.
Trata-se de uma prática natural não invasiva (indolor) e sem contraindicações, em que sem encostar nos olhos a íris é iluminada para ser fotografada e filmada para observação e análise (através de um software específico) de sinais, marcas e alterações de padrões e cores, na busca de identificar características bio e psicotipológicas.
Já a irisdiagnose é a ciência em que se usa esse estudo para conhecer os estados físico, emocional e mental da pessoa, objetivando verificar precocemente sinais que sugerem patologias ou fragilidades que podem gerar doenças, bem como compreender comportamentos e relações com o que está ocorrendo no corpo.
A prática de interpretação da íris surgiu quando o médico homeopata e cientista húngaro Ignatz Von Peczely (1826 – 1911), ao tratar de uma coruja que estava com a perna quebrada, notou o surgimento de um sinal na íris da ave. Intrigado, durante o período de recuperação da coruja o médico permaneceu observando o sinal e verificou que esse sofria mudanças em suas características na medida da recuperação, mas não sumiu após a correção da fratura.
Diante disso, Peczely passou a observar as alterações no corpo de seus pacientes através da íris e, com suas descobertas, elaborou um mapa dos órgãos do corpo humano, dando início ao que se entende como a origem da iridologia moderna.
Nesse método de diagnose ou microsemiótica irídea, o microseometista analisa o indivíduo como um todo. São obtidas informações sobre as causas e origens de doenças, onde iniciaram ou poderão iniciar desequilíbrios psicoenergéticos e orgânicos que estão causando ou poderão causar efeitos negativos.
A partir disso, o terapeuta pode fazer um trabalho profilático e terapêutico, uma consultoria naturalista propondo (de forma personalizada) mudanças e ajustes no estilo de vida do sujeito, de forma a usar os recursos que mais vão contribuir para a prevenção, promoção e manutenção da saúde.
Porém, uma vez detectados sinais de comprometimento ou distúrbios em desenvolvimento, órgãos podem ser investigados com exames específicos para afastar a possibilidade de evolução do adoecimento.
Trata-se, portanto, de uma grande conquista terapêutica pela possibilidade de manter ou promover a saúde e prevenir doenças, baseando-se em homeostasia (autorregulação, adaptação e compensação), fenômeno da alergia (hiper e hipoalergia) e lei de Hering (a cura deve ocorrer de dentro para fora).
Assim, esse processo é um grande aliado da saúde, podendo nortear de diversas formas o cuidado com esta, direcionando e complementando a anamnese e os exames, fornecendo pistas para outras investigações e estabelecimento de diagnóstico e revelando fragilidades emocionais, comprometimentos ou órgãos doentes, servindo assim de base para o encaminhamento a profissionais especialistas de acordo com o que foi detectado.
Além disso, terapeutas e profissionais da saúde que possuem essa ferramenta podem conhecer melhor seu paciente/cliente (comportamentos e modos de aprendizagem), sabendo antecipadamente como abordá-lo para conseguir colaboração e adesão a tratamentos ou como auxiliá-lo a enfrentar situações ligadas à patologia e às intervenções.
Orla pupilar interna e as diáteses de Ménétrier
Dentro desse processo, uma estrutura de grande contribuição a ser analisada é a orla pupilar interna (OPI), um prolongamento anterior da estrutura retínica que se mostra como um anel (composto por melanina) visto ao redor da pupila.
Sua origem embriológica é tanto neuroectodérmica quanto mesodérmica, conferindo-lhe, portanto, a capacidade de receber a influência de acontecimentos psicológicos e orgânicos diversos, pelos quais o sujeito passou desde tenra idade.
Existem diferentes métodos de estudo da íris, dentre os quais se tem a abordagem das diáteses de Ménétrier. Diátese é esse conjunto de hábitos adquiridos e comportamentos herdados a partir da infância, que sinalizam desde como o indivíduo se alimenta até suas práticas cotidianas, tais como a forma de expressar-se, dormir e levantar, para isso considerando-se inclusive o ambiente em que a pessoa vive.
As diáteses foram descobertas pelo Dr. Jacques Ménétrier, que durante 40 anos analisou a relação entre fatores genéticos e comportamentais do indivíduo e de que forma isso poderia auxiliar a antever o surgimento de uma doença.
Nesse sentido, a orla pupilar interna é uma área de referência diatésica, ou seja, que mostra as predisposições orgânicas, constitucionais ou hereditárias do indivíduo.
Através dela, é possível detectar carências de oligominerais provocadas por situações geradoras de estresse, ansiedade e depressão ou problemas nutricionais. Também podem ser percebidos o perfil emocional, as tendências a desequilíbrios e qual sistema orgânico pode ficar fragilizado ou adoecido diante de tais situações.
São cinco as espécies de diátese que podem ser encontradas junto à pupila, cada uma com diferentes órgãos de choque (órgãos mais fragilizados, os primeiros a serem atingidos frente a estímulos ruins) e tipos de comportamento relacionados (Figura 1).
No caso da diátese 1 (OPI I) – alérgica ou artrítico-alérgica – síndrome hiper-reativa, o comportamento relacionado é de irritabilidade, perfeccionismo, agitação e impaciência e os órgãos de choque são a vesícula biliar e o fígado.
Na diátese 2 (OPI II) – hipostênica ou artroinfecciosa – síndrome hiporreativa, o comportamento é metódico, radical, ponderado e corajoso e os órgãos de choque são o pulmão e o intestino grosso.
Na diátese 3 (OPI III) – parcialmente atrófica – distônica ou neuroartrítica – síndrome distônica, o comportamento é conflitante, indeciso, melancólico e com alteração de humor e bipolaridade e os órgãos de choque são o coração e o intestino delgado.
Já na diátese 4 (OPI IV) – anérgica – síndrome anérgica, o comportamento é desanimado, sem vitalidade, apático, fadigado e depressivo e os órgãos de choque são a bexiga e os rins.
Por fim, na diátese 5 (OPI V) – síndrome da desadaptação neuro-hormonal/hipófise-genital/diabético-gonádica, o comportamento é de pessoa desfocada, rejeitada, mentalmente confusa e imprevisível e os órgãos de choque são o estômago e o baço/pâncreas.
Tratamento: desintoxicação, reposição nutricional e equilíbrio
De posse de todo esse conhecimento, através da irisdiagnose o microseometista irídeo pode direcionar o indivíduo para a homeostase, fazendo indicações que atuem sobre as desarmonias de personalidade ou de comportamentos, como o uso de florais ou de remédios vibracionais. A terapia Flor de Íris, por exemplo, possui essências indicadas para cada uma das cinco diáteses que podem ser encontradas na orla pupilar interna (Flor de Íris OPI I, OPI II, OPI III, OPI IV e OPI V).
Para melhorar tais quadros emocionais ou disfunções orgânicas e garantir melhor qualidade de vida, é preciso repor o aporte de vitaminas e sais minerais (oligominerais) faltosos ao folheto embrionário que deu origem ao órgão adoecido em questão e que vão equilibrar o corpo. A terapia Flor de Íris é baseada nessa reposição, estando voltada para cada desarmonia ou diátese.
Esses florais atuam na memória energética trazendo para a consciência os padrões de comportamento e também dão suporte físico-emocional durante o processo de reequilíbrio. Assim, ajudam na obtenção de bem-estar físico, psíquico e social.
O tratamento baseia-se em desintoxicação e reconstrução do organismo, seguido de reposições e equilíbrio das carências nutricionais, melhorando a qualidade de vida.
Portanto, os tratamentos com iridologia e boa nutrição caminham juntos e, com isso, os tecidos se alteram, alterando também o comportamento físico e mental.
Dessa forma, com base na irisdiagnose o microseometista analisa os registros importantes (diáteses) na OPI, verificando as necessidades físicas e emocionais do sujeito e identificando e oferecendo-lhe a melhor opção de terapia para que atinja maior qualidade de vida, inclusive auxiliando-o na conscientização de emoções, comportamentos ou estados psíquicos negativos e também na reinterpretação de situações traumáticas que possam estar interferindo em sua saúde, já que a patologia aparece após o adoecer psicológico.
Janine Soares Camilo – Master em Microsemiótica Irídea, bacharel em Cosmetologia e Estética pela Unitri – Universidade Integrada do Triângulo e pós-graduada em Acupuntura pelo IPGU – Instituto de Pós-Graduação de Uberlândia e em Homeopatia pela Faculdade Inspirar.
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