A diabetes mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina em exercer adequadamente seus efeitos.
Caracteriza-se por hiperglicemia, com distúrbios no metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas.
As complicações crônicas resultantes (cardiovasculares, neurológicas, renais, oftalmológicas, digestivas e de pé diabético) ocorrem principalmente em casos não controlados e de longa duração e podem levar o paciente a óbito (Feng e colaboradores – 2018).
A glicose é a principal fonte de energia do organismo. Porém, quando em excesso, pode trazer várias complicações para a saúde, como por exemplo sede excessiva, aumento do volume de urina, fraqueza e tonturas, entre outras (Feng e colaboradores – 2018).
Os três tipos de diabetes
Diabetes do tipo 1 (DM1) – Geralmente, é diagnosticada na infância ou adolescência. Nesse tipo de diabetes, o pâncreas não produz insulina, pois as células produtoras desse hormônio são destruídas pelo sistema autoimune. Sendo assim, pessoas portadoras de diabetes do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina (Xiao e Luo – 2018).
Resulta da destruição das células beta-pancreáticas, com tendência ao desenvolvimento do processo de cetose. Está associada com tipos específicos de antígeno leucocitário humano – HLA (DR3 e DR4).
A diabetes do tipo 1 ocorre em 5% a 10% dos diabéticos e predominantemente em crianças e jovens, mas também pode ser observada, de forma menos frequente, em adultos (início tardio). Pacientes com esse tipo necessitam de tratamento com insulina exógena diariamente, a partir do diagnóstico.
Inclui casos decorrentes de doença autoimune (imunomediados) e aqueles nos quais a causa da destruição de células beta não é conhecida (idiopáticos) – (Xiao e Luo – 2018).
Diabetes do tipo 2 (DM2) – É a mais comum, afetando cerca de 85% a 90% dos portadores de diabetes. Ocorre geralmente em pessoas obesas ou sedentárias com mais de 40 anos de idade. Porém, vem sendo diagnosticada com maior frequência em jovens, devido aos maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse da vida urbana, tendo como causa uma interação de fatores genéticos e ambientais. Não são raros os casos de adolescentes com DM2 que apresentam excesso de peso, manifestações de resistência insulínica (acantose nigricans e ovários policísticos, por exemplo) e história familiar de diabetes mellitus (Pan e colaboradores – 2021).
Na diabetes do tipo 2, o pâncreas produz insulina, mas ela não trabalha como deveria, o que faz com que esse órgão fabrique, então, ainda mais insulina (Pan e colaboradores – 2021).
Representa 90% a 95% dos casos de diabetes, caracterizando-se principalmente por defeitos na ação insulínica (resistência insulínica), defeitos na secreção pancreática de insulina (deficiência insulínica relativa) e defeitos na regulação da produção hepática de glicose (resistência insulínica no fígado).
Em seu decurso natural, apresenta-se tanto como um quadro de resistência insulínica predominante associada a uma relativa deficiência insulínica até como um defeito secretório predominante associado a uma resistência insulínica (Li e colaboradores – 2022).
É de início insidioso, podendo permanecer assintomática por longos períodos. Na maioria dos casos, os pacientes são obesos e a história familiar positiva é frequente. Resistentes à cetose, esses pacientes podem necessitar de insulina para controle da hiperglicemia ao longo do tratamento (Li e colaboradores – 2022).
Diabetes gestacional – É uma diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto. Abrange os casos de diabetes mellitus e de tolerância diminuída à glicose detectadas na gravidez.
Cerca de 3% a 8% das mulheres em período gestacional desenvolvem esse tipo de diabetes (Xu e colaboradores – 2019). Entretanto, as pacientes com alto risco de desenvolver a doença e que, na primeira consulta de pré-natal, durante o primeiro trimestre da gestação, preenchem os critérios diagnósticos de diabetes fora do período gestacional, serão classificadas como de tipo 2 (DM2) prévio à gestação, que é também chamado de DM francamente diagnosticada na gestação (Xu e colaboradores – 2019).
Existem ainda outros tipos específicos de DM, resultantes de defeitos genéticos da função das células beta, defeitos genéticos da ação da insulina, doenças do pâncreas exócrino (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, etc.), endocrinopatias, infecções, formas incomuns de diabetes autoimune e outras síndromes genéticas associadas com diabetes, além dos induzidos por medicações ou agentes químicos.
Conceitos importantes da medicina chinesa
Na medicina chinesa, os fundamentos do yin e do yang são a base da fisiologia, da patologia e do diagnóstico diferencial. Todos os sintomas e sinais são resultados de um desequilíbrio entre yin e yang (Feng e colaboradores – 2018).
Yin e yang são polaridades do Universo. Expressam uma dualidade no tempo, uma alternância de dois estágios opostos. Cada fenômeno no Universo se alterna por meio de um movimento cíclico composto de altos e baixos e a alternância do yin e do yang é a força motriz dessa mudança e desse desenvolvimento (Feng e colaboradores – 2018).
Não são forças opostas e distintas, mas qualidades inseparáveis de um mesmo processo. Nada é yin ou yang o tempo todo. Quando um desses estágios atinge sua expressão máxima, transforma-se no outro. Ou seja, um sempre contém em si mesmo a semente do estágio oposto (Auteroche e Navailh – 1992).
De modo geral, tudo o que está em movimento, que é animado, exterior, ascendente, quente, luminoso e funcional e cujas capacidades se desenvolvem, ou seja, tudo o que corresponde a uma ação, é yang. Já, tudo o que está em repouso, que é tranquilo, interior, descendente, frio, sombrio, material e cujas funções decrescem, ou seja, tudo o que corresponde a uma substância, é yin (Auteroche e Navailh – 1992).
Medicina ocidental e diabetes
Para a medicina ocidental, a diabetes mellitus (DM) é uma doença agregada ao pâncreas, órgão que participa do processo de digestão, sendo responsável por funções exócrinas e endócrinas. Dessa forma, o pâncreas produz os sucos digestivos (função exócrina) e a insulina que responde pela manutenção dos níveis de glicose no plasma sanguíneo (função endócrina), que, quando em excesso, frequentemente caracterizam a DM (Wen e colaboradores – 2022).
Os fatores de risco para o desenvolvimento desse quadro são a herança genética e as circunstâncias ambientais, devendo-se também considerar outros, como a obesidade, os traumas emocionais, a gravidez e a ocorrência de infecções.
A DM é dividida em duas classificações, sendo que o tipo 1 representa uma condição crônica de saúde mais habitual em crianças e adolescentes, ocasionada pela deficiência na produção de insulina pelo pâncreas e que procede na diminuição ou alteração desse hormônio, modificando os níveis de glicose sanguínea e gerando o quadro patológico. Seus principais sintomas são: fadiga, sede e fome intensas, perda de peso, micção frequente e cansaço (Wen e colaboradores – 2022).
Já, no tipo 2 (DM2), ocorre persistência da hiperglicemia, que pode ser causada pelo defeito na secreção ou na própria ação da insulina, com glicosúria e perda de peso (Wen e colaboradores – 2022).
O diagnóstico é por identificação através de exames laboratoriais, considerando-se como paciente com DM aquele que apresenta hemoglobina glicada maior ou igual a 6,5% e glicemia em jejum maior ou igual a 126 mg/dL (Wen e colaboradores – 2022).
Os tratamentos medicamentosos convencionais geralmente efetuados em países do Ocidente incluem a ingestão diária de metformina, princípio ativo mais indicado para os pacientes não insulinodependentes, em forma de comprimido, permitindo a escolha médica sobre a dosagem e a concentração em miligramas (mg) de acordo com o quadro de cada indivíduo. Age especificamente no fígado e na musculatura esquelética, ocasionando a estimulação da glicogênese e aumento da captação de glicose nos tecidos periféricos, tendo como consequência a redução do hormônio no sistema circulatório. Quando utilizada juntamente com uma dieta equilibrada e a prática diária de exercícios físicos, seus efeitos são promissores (Xiao e Luo – 2018).
No diabético, a glicose não pode produzir energia, sendo que ele não absorve em seu organismo o valor energético dos alimentos. Essa deficiência nutricional faz com que o diabético busque compensá-la, tornando-se faminto e comendo vorazmente (Xiao e Luo – 2018).
Esses sintomas são oriundos da diminuição de fluidos das células. A quantidade de açúcar no sangue deve ser de cerca de um grama por litro. Quando há uma elevação além desse padrão, o sangue, extraindo fluido dos tecidos, deixa as células “desidratadas” e o sangue diluído, provocando a polidipsia, poliúria e polifagia. Se a concentração de glicose no sangue for muito baixa durante um período prolongado, a hipoglicemia poderá afetar o sistema nervoso, com possibilidade de o paciente apresentar alucinações e convulsões e entrar em coma (Xiao e Luo – 2018).
Medicina oriental e diabetes
Na medicina chinesa, o diabetes mellitus tem suas primeiras descrições e causas apresentadas no Tratado de Medicina Interna do Imperador Amarelo, durante a Dinastia Han, entre 206 a.C. e 220 d.C. (WANG – 2001).
Segundo a medicina chinesa, o DM (糖尿病 – Tángniàobìng) é uma patologia chamada ‘XiāoKě (消渴)’, ou seja, doença da sede e da debilidade, em que a pessoa come muito, mas emagrece e enfraquece. Sua origem pode ser decorrente de um desequilíbrio alimentar, distúrbios emocionais e/ou deficiência do Yin Qi constitucional (Wang – 2001).
Danos no baço (Pi) e estômago (Wei) causados por alimentação inadequada – A ingestão excessiva de alimentos de natureza quente (frituras, álcool, carnes feitas diretamente no fogo – churrasco e pimentas) provocam o surgimento de calor no estômago (Wei) e lesam o baço (Pi). Os alimentos quentes também aumentam o yang do fígado (Gan) – (Maciocia).
O consumo excessivo do sabor doce, principalmente na forma de açúcar branco, também prejudica o baço (Pi), pois gera umidade, fator cujo acúmulo a longo prazo pode converter-se em fleuma e calor. O açúcar branco também esgota o yang do rim (Shen) e, por consequência, o Qi do rim (Shen).
O quadro de fogo no estômago (Wei) consome os líquidos corpóreos, gerando sede com desejo de líquidos frios, fome constante, sensação de queimação no epigástrio, sangramento gengival e mau hálito (Maciocia).
Outra forma de agressão ao baço (Pi) ocorre através do excesso de trabalho e de atividade física ou sexual, pois consome Jing, gerando fogo vazio e afetando o estômago (Wei) e o pulmão (Fei). Consequentemente, provocará desgaste físico e sede (Maciocia).
Danos no fígado (Gan) devido a alterações emocionais – O desequilíbrio emocional também tem participação na fisiopatologia da diabetes. A presença de calor no fígado (Gan), além de lesar o estômago (Wei) e o baço (Pi), também consome os fluidos corpóreos (Jin Ye), predispondo o organismo à secura e ao calor e gerando, consequentemente, polidipsia (sede excessiva). Emoções como o ressentimento, a fúria reprimida, a irritação, a frustração e a depressão estagnam o Qi do fígado (Gan) e podem, após um certo tempo, gerar calor no fígado (Maciocia).
Deficiência do rim (Shen) – Outra causa da diabetes mellitus pode estar relacionada à deterioração do Qi do rim (Shen). A deficiência do Qi do rim (Shen) afeta a bexiga (Pangguang), comprometendo suas funções de transformação, armazenamento e excreção e originando a poliúria (urina abundante). Quando a deficiência do yin do rim (Shen) agrava-se, gera calor vazio e, em consequência, secura e consumo dos líquidos orgânicos (Jin Ye).
A deficiência do yin do rim afeta também o yin do fígado (Gan) e do coração (Xin), predispondo ao surgimento de fogo nesses sistemas (Maciocia).
Alterações patológicas na diabetes mellitus sempre envolvem deficiência de yin, levando ao calor e secura, assim como também ocorre o inverso, com calor e secura provocando deficiência de yin.
Como a medicina chinesa trata os sintomas de diabetes mellitus
Na visão oriental, a diabetes é uma deficiência de baço (Pi), levando a uma diminuição na produção de insulina e a uma deficiência de rim (Shen), com a ocorrência de uma perda de energia vital (Maciocia).
O objetivo do tratamento através da medicina chinesa é controlar a DM e os índices glicêmicos dos pacientes por meio do reequilíbrio energético dos Zang Fu (órgãos e vísceras) afetados. Importante atenção também é dada para os locais lesados pela diabetes (Maciocia).
Após detalhada avaliação e diagnóstico, será determinada a prática mais adequada para o tratamento, podendo ser acupuntura sistêmica, acupuntura auricular, eletroacupuntura, moxaterapia, ventosaterapia e fitoterapia, entre outras (Maciocia).
A acupuntura não é indicada como tratamento único para a doença, pois as células responsáveis por secretar a insulina são reduzidas em 50% após seis anos do quadro diagnosticado, mas pode ser uma boa aliada do tratamento convencional, reduzindo o índice de glicemia e hemoglobina glicada, segundo dados de estudo em que foram obtidas respostas significativas em menos de dois meses de análises.
Também vale ressaltar que os cuidados com relação à dieta adequada e o hábito de praticar exercícios físicos diários são indispensáveis para garantir esses bons resultados.
Tratamento da diabetes segundo a medicina chinesa
O objetivo do tratamento de diabetes na medicina chinesa é tratar a raiz da patologia, fundamentando-se em promover o fluxo suave do Qi do fígado (Gan) e em tonificar o Qi do baço (Pi).
Dessa forma, os pontos Yishu e Flor de Ameixeira (Mei Hua) no Ba15 (Daheng) formam a base do tratamento, uma vez que tratam doença crônica e diabetes (Maciocia).
Os pontos dos meridianos vaso da concepção, fígado (Gan) e baço (Pi) também estão bastante presentes, a fim de tonificar o baço (Pi) e suas funções e de harmonizar e regular o fluxo suave do Qi (Maciocia).
Os principais pontos de acupuntura utilizados no tratamento de diabetes mellitus são: B13 (Feishu), B43 (Gaohuangshu), R3 (Taixi), P9 (Taiyuan), P10 (Yuji), IG11 (Quchi) e VG23 (Lianquan).
B13 (Feishu) – Característica: ponto Shu dorsal do pulmão. Funções energéticas: nutre o yin, harmoniza o Qi do Jiao Superior, recupera a perda de Qi por esforços, dispersa o vento, o vento frio, o vento calor e o frio perverso, regula os níveis nutritivos (Yin Qi) e defensivos (Wei Qi), cessa a tosse, dispersa o calor e baixa a febre.
Indicações: tosse, dispneia, asma, peito cheio, frio no pulmão, sensação de calor no peito, dor no peito, ataque de vento ao pulmão, pulso rápido, febre, suor noturno com calafrios, febre com aversão ao frio, ausência de suor, atrofia do pulmão, boca e língua secas, agitação por deficiência, mania, calor pelo corpo, desejo de suicídio, epilepsia, sensação de plenitude sem desejo de comer, vômitos, dor nos músculos, urticária, dor na parte superior das costas e ombros e dor lombar.
B43 (Gaohuangshu) – Característica: importante ponto no tratamento de síndromes de insuficiência. Funções energéticas: fortalece a função do pulmão, coração, rim, baço e estômago, harmoniza o Qi e nutre o yin do pulmão, harmoniza e tonifica o Qi e o sangue, nutre o Yin Qi, fortalece a deficiência, umedece a secura, afasta a mucosidade, tonifica o rim, nutre a essência, acalma o Shen, revigora a mente, cessa a tosse e acalma a asma.
Indicações: todos os tipos de deficiência, fraqueza geral, tonteira, asma, tosse, tosse com sangue, problemas de memória, insônia, emissão noturna, emissão seminal, impotência, transpiração noturna, distúrbios respiratórios, fezes com pedaços não digeridos e dor nas costas e no ombro.
R3 (Taixi) – Características: ponto Yuan (Fonte), ponto Shu (Riacho) e Movimento Terra. Funções energéticas: nutre o yin do rim, tonifica o yang do rim, regula o Qi, beneficia a lombar, beneficia o pulmão e limpa o calor vazio.
Indicações: asma, dor cardíaca, tosse, tosse com sangue, surdez, tonteira, impotência, insônia, dor lombar, mastite, menstruação irregular, nefrite, emissão noturna, emissão seminal, dor de garganta, tinido, dor de dente, disfunções urinárias e urina frequente.
P9 (Taiyuan) – Características: ponto Shu (Riacho), Movimento Terra, ponto de tonificação e ponto Yuan (Fonte) e ponto de influência que domina os vasos. Funções energéticas: tonifica, regula e harmoniza o Qi, aumenta a circulação do sangue do pulmão, transforma a mucosidade e a umidade calor, harmoniza o Qi invertido, dispersa o vento perverso, alivia a tosse, promove a ligação do Jiao Superior com o Qi do pulmão, descongestiona o tórax, é ponto de abertura dos vasos sanguíneos e, sendo ponto Shu do canal Taiyin da mão, pode regular também o canal do baço.
Indicações: tosse, asma, hemoptise, expectoração espessa e amarela, bronquite, coqueluche, dispneia, enfisema, tuberculose pulmonar, cefaleia, odontalgia, dor de garganta, amigdalite, dor nos olhos, conjuntivite, afonia, voz fraca, dores torácicas, no braço e na região escapular, dorsalgia, palpitação, doenças que afetam a região do punho, acrotismo, dor no punho, patologia dos tecidos moles que rodeiam o punho, palpitações, fraqueza geral, punho débil, gripe, resfriado, insônia, mal-estar provocado pela ansiedade, transtornos mentais depressivos e maníacos e delírios.
P10 (Yuji) – Características: ponto Ying (Manancial) e Movimento Fogo. Funções energéticas: regula e faz circular o Qi do pulmão, refresca o calor do pulmão (ponto principal), refresca o calor do sangue, dispersa o vento calor, faz circular e beneficia o Qi da garganta e reduz a febre.
Indicações: tosse, hemoptise, asma, dor e inflamação da garganta, afonia, rouquidão, febre, febre e síndrome de má nutrição infantil, febre e calafrios, expectoração purulenta e tuberculosa, pneumonia, bronquite, hematêmese, dor torácica, dor abdominal, lombalgia, afonia, tenossinovite do adutor do polegar, sensação de febre na palma da mão, mastite, nódulos mamários, laringofaringite, distúrbios emocionais, transtornos mentais depressivos e maníacos, ansiedade, tristeza, temor, desânimo e delírio.
IG11 (Quchi) – Características: ponto HE (Mar), Movimento Terra e ponto de tonificação geral. Funções energéticas: regula a circulação do Qi e do sangue nos canais de energia, harmoniza a energia essencial e o sangue, fortalece e promove o sangue, fortalece tendões e articulações, desobstrui os canais do braço, elimina o vento perverso e a umidade, elimina o calor perverso do intestino grosso e do estômago, dispersa vento frio, elimina síndrome exterior, refresca o calor e reduz a febre, regula e umedece o intestino grosso, regula o Qi do pulmão, regula o Qi nutritivo e defensivo e refresca o sangue.
Indicações: doenças febris, amigdalite, epistaxe, secura da garganta, gengivite, sarampo, dores generalizadas, sudorese, adenopatia cervical por tuberculose, hipertensão, urticária, hemiplegia, epicondilite lateral, cervicobraquialgia, inflamação e dor de cotovelo e braço, desequilíbrio motor das extremidades superiores, dor artrítica dos membros superiores, paralisia, diarreia, disenteria, dor abdominal, vômito, hemafeica, psoríase, eczema, neurodermite, febre com calafrios, gripe, rinorreia, olhos vermelhos e doloridos, odontalgia, rigidez do pescoço, acne, pleurite, anemia, alergia, doenças de pele, prurido, menstruação irregular, bócio, cefaleia, secreção nasal, epilepsia, depressão e mania, angústia e amnesia.
VG23 (Lianquan) – Funções energéticas: clareia e tranquiliza a mente e a visão, dispersa o vento e o calor, auxilia a função dispersora do pulmão, desobstrui e ativa os canais e colaterais, induz à reanimação, interrompe convulsões, alivia a dor e abre os orifícios nasais.
Mari Uyeda – Professora Assistente da Saint Francis University, na Pensilvânia – EUA.
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