Estado da arte da medicina integrativa no mundo

Verifica-se na prática clínica diária que as técnicas usadas dentro da área a que se convencionou “chamar” de medicina integrativa têm um resultado muito interessante do ponto de vista terapêutico e que a comunidade médica, de uma forma global, tem um profundo desconhecimento sobre o tema.

Sendo assim, surge a necessidade de clarificação de conceitos básicos como medicina integrativa, medicina complementar ou terapias alternativas.

O que é medicina integrativa? Para que serve? Por que existe?

Toda a nossa tradição médica é baseada na tradição hipocrática do pensamento médico. Se nos debruçarmos sobre o tema percebemos que as bases para aquilo a que se pode chamar um exame clínico estão descritas por este colega (nominalismos temporais à parte). Os quatro princípios do método hipocrático resumem-se a “observar, estudar o doente e não a doença, avaliar honestamente e ajudar a natureza”. A visão integradora de Hipócrates permeia toda a sua obra.

“E antes de mais, vou definir o que é, quanto a mim, a medicina”, disse Hipócrates. “É libertar completamente os doentes dos seus sofrimentos ou amortecer a violência das doenças e não tratar dos doentes que se encontram vencidos pelas doenças”.

A medicina convencional deriva da escola médica grega de Knidos (mais “tradicional”).  

A medicina integrativa, pode dizer-se que deriva da escola de Kos (maior abertura a novas ideias).

A principal diferença entre a antiga escola médica de Knidos e a de Kos reside no fato de que em Knidos havia maior interesse no caráter “local” da doença e em Kos, no caráter “geral” da doença. Em outras palavras: os médicos de Kos estão relacionados com a medicina geral, enquanto seus colegas de Knidos lidavam com especialidades médicas. Assim, a medicina de Knidos concentrou-se na “doença” e não no paciente, enquanto a medicina hipocrática de Kos enfatizou o “paciente” em vez da doença, com uma grande atenção à avaliação dos achados físicos.

Dentro da história da medicina, a partir do momento em que a tecnologia começou a invadir os nossos curricula médicos, passou-se a prestar menos atenção ao paciente. Menos tempo para a relação médico-paciente, que se traduz em resultados terapêuticos menores e erros médicos catastróficos. No artigo publicado no British Medical Journal, em 2016, somos alertados para o fato de que a terceira causa de morte nos Estados Unidos é o erro médico!

Desse modo, foi surgindo a necessidade, “sugerida” pela OMS (Organização Mundial de Saúde), a partir dos anos 70, de que se deveriam introduzir as técnicas integrativas nos sistemas públicos de saúde.

Dada a necessidade de regulamentação dessa matéria pelas respectivas ordens profissionais de cada país e dada a urgência de sua introdução nos respectivos programas curriculares de faculdades de medicina e centros educacionais reconhecidos, é crucial que se distinga o termo “medicina integrativa”.

Essa questão torna-se ainda mais importante quando a opinião pública “confunde” esse termo com as “terapêuticas alternativas ou não convencionais”.

Numa pesquisa rápida na PubMED, com a expressão “integrative medicine” aparecendo no título dos artigos, surgem 855 resultados, ou seja, 855 artigos científicos indexados, com a expressão “integrative medicine” no título.

Quando se pesquisa “integrative medicine” em todos os campos de artigo científico, aparecem 27.796 artigos… Aliás, existe um subconjunto do banco de dados Medline que contém somente os registros de medicina complementar do Medline.

Não podemos ignorar a área da medicina integrativa. Há uma necessidade de repensar os nossos sistemas médicos. Nesse sentido, já em 1962, na Assembleia da República Portuguesa, falava-se em medicina integrativa nos debates parlamentares, onde se refere que “o médico moderno na sua prática clínica terá de executar atos variados – preventivos, curativos e sociais – mas todos convergentes para a prática de uma medicina integrativa”. Já se falava em medicina integrativa no século passado!

A medicina integrativa representa a evolução do pensamento médico e é um reflexo na área de saúde da expansão de consciência do ser humano no processo evolutivo atual.

Definição de medicina integrativa

Existem muitos autores, principalmente norte-americanos, que opinam que a terminologia deveria se manter em medicina “complementar”.

De fato, existe uma diferença substancial na maneira como entendemos o tema em relação à definição dada pelos americanos. Na Europa, vemos esse assunto muito mais como uma integração de conhecimentos médicos, cientificamente provados e uma área que se denominou medicina mente-corpo – que inclui áreas de saber, nomeadamente psico-neuro-imuno-endócrino-cardiologia.

Há suficientes artigos científicos com revisão do tema colocando a questão do porquê “integrativa” em vez de “complementar”.

O National Center for Complementary and Integrative Health (NCCIH) entende que “medicina integrativa” é mais do que a soma da medicina convencional com a medicina complementar.

Pessoalmente, prefiro o termo “medicina integrativa” e é esse que usarei neste artigo de opinião.

A medicina integrativa é uma área de saber complementar à medicina convencional ou “tradicional”, ocupando-se da prevenção e tratamento de patologias de forma integral e integrada, partindo de uma visão holística da vida do ser humano, considerando suas várias dimensões e o equilíbrio entre a mente, as emoções, o corpo físico e o ambiente que nos rodeia e dando maior ênfase, de uma forma global, à saúde do individuo na sua totalidade do que à doença orgânica.

A partir da década de 60, intensificou-se a procura mundial por terapêuticas “alternativas”, motivada, principalmente, pelo aumento de incidência das doenças crônico-degenerativas e a insatisfação com o modelo de saúde.

Desde 1978, a OMS incentivou em nível mundial os cuidados de saúde primários e a integração de “práticas médicas tradicionais” eficazes para promover a saúde global – sendo essa a primeira “tentativa de integração” da medicina integrativa nos sistemas públicos de saúde.  

A primeira definição do nome, como tal, data de 1994, por Andrew Weil, da Universidade de Arizona, onde se definia medicina integrativa como uma “medicina” orientada à saúde, que tinha em linha de conta a pessoa como um todo, incluindo todos os aspectos do seu estilo de vida.

Em 1980, nos Estados Unidos e Reino Unido, adotou-se a denominação “medicina complementar”.

Obviamente que, desde os anos 90 do século passado até agora, já muito se aclarou e estudou acerca desse tema. Muitas vezes, infelizmente, com cinismo e incredulidade.

Há muitas definições de “saúde integrativa”, mas todas envolvem conjugar/integrar técnicas convencionais com complementares de uma maneira coordenada. Integração significa ato ou efeito de integrar(-se), inclusão de novo(s) elemento(s) num conjunto, formando um todo.

Segundo a declaração médica de Stuggart de 2016, a união entre saúde integrativa e medicina surge como um movimento que se concentra na pessoa como um todo, considerando o indivíduo em seu contexto físico, psicológico, espiritual, social e ambiental.

“A medicina integrativa significa uma integração da biomedicina convencional com a medicina tradicional e complementar. Todas as abordagens terapêuticas e disciplinas de saúde apropriadas são usadas para obter um melhor estado de saúde para o paciente, enquanto se reconhece e respeita a contribuição única de vários sistemas médicos. A saúde e a medicina integrativas afirmam a importância da relação profissional de saúde-paciente, a participação ativa dos pacientes nesse processo e enfatizam a colaboração interprofissional, de sistemas de redes e de equipes multidisciplinares”.

Em 2017, o Consórcio Americano para a Saúde e Medicina Integrativa, que reúne 70 instituições acadêmicas médicas norte-americanas desde 1999,  esclareceu que a “medicina integrativa reafirma a importância da relação entre profissional e paciente, focalizando a pessoa como um todo. Está validada por evidências científicas e faz uso de todas as abordagens terapêuticas e de estilo de vida adequados, de profissionais de saúde e de interdisciplinaridade, para melhorar a saúde de determinado paciente”.

Tendo em conta as 17 metas de desenvolvimento sustentável descritas pela Organização das Nações Unidas em 2017, no Congresso Mundial de Medicina e Saúde Integrativa, foi assinado o Acordo de Berlim: auto-responsabilidade e ação social na prática e promoção da medicina integrativa e da saúde globalmente – reconhecendo que os desequilíbrios nas estruturas sociais, ambientais, econômicas e politicas são influências major na saúde dos cidadãos, procuram-se soluções para as comunidades, nomeadamente na melhoria das inter-relações entre os domínios relacionados com a saúde (no papel dos determinantes da saúde) e fora do sistema de saúde (exemplo: comportamentos pessoais, genética) e no valor dos indivíduos, grupos e comunidades e no valor da própria pessoa.

Os investigadores norte-americanos estão presentemente dedicando-se a analisar os benefícios potenciais da medicina integrativa numa variedade de situações, como por exemplo alívio de dor crônica em veteranos de guerra, alívio da dor em pacientes com câncer, programas de promoção de estilos de vida saudáveis, pneumologia, cânceres, etc.

O porquê da escolha desse tema

No início do século 20, a “ciência aplicada” transformou a medicina. Em 1910, o relatório Flexner alterou a educação médica norte-americana ao insistir na base científica da prática médica. O modelo Flexner ajudou a criar o centro de saúde acadêmico do século XX, no qual a educação, a pesquisa e a prática são inseparáveis e estabeleceu o modelo biomédico como gold-standard de ensino médico.

A medicina, de forma geral, lucrou imensamente com os avanços científicos que esse modelo biomédico permitiu, mas o sistema hiper-racional da ciência alemã criou um desequilíbrio na arte e na ciência da medicina. Ao fim de um século, passou a haver uma insatisfação dos pacientes, e até de muitos profissionais médicos, com essa abordagem biomédica.

A medicina científica deve vincular-se a uma ética profissional de cuidado que está em vigor no nosso juramento. É necessário realinhar o comprometimento profissional do médico com uma revisão da educação médica para alcançar esse objetivo.

Desde há algumas décadas, esse mesmo modelo biomédico tem gerado insatisfação na população geral, pela sua dicotomia do cuidado e superespecialização.

Com as mudanças sociais, há “por todo o mundo” uma alteração cultural na forma como as pessoas consideram ou procuram os cuidados de saúde. Atentos à epidemiologia, cada vez mais usuários procuram “outros modelos de cuidado”.

As revisões na educação médica reafirmam a eminência legítima do componente de serviço da medicina – a peça central da relação médico-paciente.

Tradicionalmente, o conceito de doença estrutura o campo da medicina e a prática clínica do médico. Um sistema de saúde que se fixa na patologia em vez da saúde não é justificável eticamente, nem razoável e força os médicos a “esperar” até que os pacientes tenham sinais ou sintomas das doenças.

50% dos adultos, tem, pelo menos, uma condição crônica de saúde (Prevalence of multiple chronic conditions among US adults: estimates from the National Health Interview Survey – B. W. Ward e J. S. Schiller) e 25% dos adultos têm duas ou mais condições crônicas de saúde (GBD 2015 Mortality and Causes of Death Collaborators. Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015). E, a cada ano, morrem milhões de pessoas de “causas preveníveis” (WHO. The top 10 causes of death).

Para controlar esses fatores de risco, precisamos de profissionais médicos e não médicos, cuja abordagem de educação seja a de autogestão centrada na pessoa. Numa amostra de pacientes crônicos, foi relatado que eles desejam maior presença e apoio individualizado dos profissionais de saúde (Preferring to manage by myself: A qualitative study of the perspectives of hardly reached people with type 2 diabetes on social support for diabetes management – Laura K. Bech, Camilla B. Jacobsen, Anne S. Mathiesen e Thordis Thomsen).

As consultas de cuidados primários são agendadas para quinze minutos, apesar da variação na complexidade que um paciente possa apresentar.

O tempo adicional que o médico usa nas consultas de medicina integrativa é um elemento crucial para a satisfação positiva relacionada à atenção centrada e ao tratamento do paciente. Como já foi corroborado em inúmeros artigos publicados, a satisfação do paciente está altamente correlacionada com a duração da consulta médica.

Desse modo, parece oportuno repensar a atual abordagem das doenças crônicas. É importante que os profissionais de saúde percebam as necessidades de apoio em doentes crônicos, tanto das redes formais quanto informais, no que se refere à gestão da sua doença: a medicina contemporânea trouxe possibilidades que estão levantando preocupações morais. Para alcançar melhor essas pessoas, a educação especializada de profissionais de saúde deve capturar a complexa dinâmica subjacente que influencia a gestão da doença.

A “viabilidade técnica” encontra-se nas considerações e ações médicas. Torna-se o medicamento uma espécie de “antropotecnologia” que visa ao aprimoramento da natureza humana? Que relevância resta do conceito de doença à luz das mudanças estruturais no campo da prática médica? De que maneira a tradicional relação médico-paciente é afetada pelas novas aplicações médicas? O paciente está se tornando um cliente? O sigilo contratual substituirá a confidencialidade? A profissão médica está se transformando em uma simples prestação de serviços?

Perante essas considerações, importa reforçar que “o paciente a ser tratado é a pessoa como um todo”. Entra aqui o conceito de medicina integrativa.

Princípios da medicina integrativa

De acordo com Andrew Weil, existem princípios definitivos da medicina integrativa a serem respeitados, como consta a seguir.

Paciente e praticante são parceiros no processo de cura.

Todos os fatores que influenciam a saúde, bem-estar e doença são levados em consideração, incluindo mente, espírito e comunidade, bem como o corpo.

O uso apropriado de métodos convencionais e alternativos facilita a resposta de cura inata do corpo.

Intervenções eficazes, naturais e menos invasivas devem ser usadas sempre que possível.

A medicina integrativa não rejeita a medicina convencional nem aceita terapias alternativas sem crítica.

O bom “remédio” é baseado em boa ciência. É orientado pela investigação e aberto a novos paradigmas.

Juntamente com o conceito de tratamento, os conceitos mais amplos de promoção da saúde e prevenção de doenças são primordiais.

Praticantes da medicina integrativa devem exemplificar seus princípios e comprometer-se com a autoexploração e o autodesenvolvimento.

Desse modo, pode-se clarificar a importância da relação terapêutica, a abordagem do paciente como um todo, a orientação para a “cura/melhoria” e a participação ativa do paciente no tratamento.

A medicina integrativa pode ser entendida como a “combinação” da medicina convencional com a medicina complementar, com base em evidências científicas e com a finalidade de oferecer maior variedade de opções terapêuticas aos pacientes.

Evidência científica da medicina integrativa

Com relação a esse tópico, colocam-se duas questões essenciais: a medicina integrativa é eficaz? É segura?Apresentamos a seguir algumas evidências.

Jornais científicos de medicina integrativa

Advances in integrative medicine – https://www.journals.elsevier.com/advances-in-integrative-medicine

American College of Preventive Medicine (ACPM) –  https://www.ajpmonline.org/

Chinese Journal of Integrative Medicine – https://link.springer.com/journal/volumesAndIssues/11655

European Journal of Integrative Medicine – https://www.journals.elsevier.com/european-journal-of-integrative-medicine

EXPLORE: the journal of science and Healing – https://www.sciencedirect.com/journal/explore?aims-and-scope=true

Global Advances in Health and Medicine – https://us.sagepub.com/en-us/nam/global-advances-in-health-and-medicine/journal203373

Integrative Medicine International – https://www.karger.com/JOURNAL/HOME/261486

Integrative Medicine Research – https://www.journals.elsevier.com/integrative-medicine-research

The Journal of Alternative and Complementary Medicine  –  https://www.liebertpub.com/loi/acm

Journal of Complementary and Integrative Medicine – https://www.degruyter.com/view/j/jcim.2018.15.issue-4/issue-files/jcim.2018.15.issue-4.xml?rskey=ehCs9i&result=1

Journal of evidence based integrative medicine – https://us.sagepub.com/en-us/nam/journal-of-evidence-based-integrative-medicine/journal203506

Journal of Integrative Medicine

Journal of kampo acupuncture and Integrative Medicine – https://www.worldcat.org/title/journal-of-kampo-acupuncture-and-integrative-medicine-kaim/oclc/62324234

Journal of Orthomolecular Medicine

Journal of Restorative Medicine (JRM) – https://restorativemedicine.org/journal/

Journal of Translational Medicine – https://translational-medicine.biomedcentral.com/

OBM Integrative and Complementary Medicine

Livros de medicina integrativa

Integrative Cardiology – Stephen Devries e James Dalen

Integrative Dermatology – Robert A. Norman, Philip D. Shenefelt e Reena N. Rupani

Integrative Environmental Medicine – Aly Cohen e Frederick S. Vom Saal

Integrative Gastroenterology – Gerard Mullin

Integrative Geriatric Medicine – Mikhail Kogan

Integrative Medicine – David Rakel

Integrative Men’s Health – Myles D. Spar e George E. Munoz

Integrative Nursing – Mary Jo Kreitzer e Mary Koithan

Integrative Oncology – Donald I. Abrams e Andrew Weil

Integrative Pain Management – Robert Alan Bonakdar e Andrew W. Sukiennik

Integrative Pediatrics – Timothy Culbert e Karen Olness

Integrative Preventive Medicine – Richard H. Carmona e Mark Liponis

Integrative Psychiatry – Daniel A. Monti e Bernard D. Beitman

Integrative Rheumatology – Randy Horwitz e Daniel Muller

Integrative Sexual Health – Barbara Bartlik, Geovanni Espinosa e Janet Mindes

Integrative Woman’s Health – Victoria Maizes e Tieraona Low Dog

Le medicine non convenzionali in Italia. Storia, problemi e prospettive d’integrazione – Guido Giarelli, P. Roberti di Sarsina e Bruno Silvestrini

PDQ Cancer Information Summaries – National Cancer Institute (US)

Terapias Complementarias y Alternativas para EM – MS in focus Issue

Textbook of Family Medicine – Robert E. Rakel e David Rakel

Medicina integrativa no mundo

Ensino pré-graduado

Exemplos de faculdades médicas que passaram a incluir alguma unidade curricular em medicina integrativa, nos seus planos curriculares, para dar competências aos futuros médicos na perspectiva integrativa.

O Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, em Portugal, incluiu, no 2º ano do curso de medicina, aulas teórico-praticas no âmbito da medicina complementar e integrativa (no ano letivo de 2010/2011). No ano letivo de 2018/2019, essa mesma faculdade incluiu uma disciplina semestral, opcional, chamada “Ciências da Saúde Integrativa” para os alunos do 6º ano.

A Universidade Firenze, na Itália, tem uma unidade de medicina integrativa.

A Universidade Witten, na Alemanha, tem uma unidade curricular letiva de “Teoria Médica, Medicina Integrativa e Antroposófica”.

A Universidade Duisburg-Essen, na Alemanha, tem uma unidade curricular  letiva de “Medicina Integrativa e Complementar”.

A Universidade de Berna, na Suíça, tem o Instituto de Medicina Complementar.

Ensino pós-graduado

Especialidade médica de “Medicina Integrativa” – pela “American Board of Integrative Medicine” (ABOIM).

Especialidade médica de “Medicina Integrativa” – pela Universidade do Arizona.

Mestrado universitário em “Medicine Complementari e Terapie Integrate” – pela Universidade de Siena.

Pós-graduação em “Complementary and Alternative Medicine Masters in Pshysiology” – pela Universidade de Georgetown.

Pós-graduação em “Integrative Medicine” – pelo British College of Integrative Medicine.

Diploma de “Estudos em Medicina Integrativa” – pela Universidade de Buckingham.

Competência em acupuntura pela Ordem dos Médicos Portuguesa.

Sociedades médicas de medicina integrativa

Europeias

Asociación Científica de Medicina Integrativa (ACMI)

British Homeopathic Association – https://www.britishhomeopathic.org/

Colégio Britânico de Medicina Integrativa

Instituto de Salud Integrativa y Consciente

Sociedad Española de Nutrición y Medicina Ortomolecular – https://www.senmo.org/

Sociedad Española de Salud y Medicina Integrativa (SESMI) – https://sesmi.es/

Sociedade Espanhola de Oncologia Médica/Departamento de Terapias Integrativas – https://seom.org

Sociedade Europeia da Medicina Integrativa – https://www.european-society-integrative-medicine.org

Società Italiana di Omeopatia e Medicina Integrata (SIOMI) – https://www.siomi.it/

Société Internationale de Médecine Endobiogénique et de Physiologie Intégrative – https://simepi.info/

Sociedade Portuguesa Médica de Acupuntura – https://www.spma.pt/

Norte-americanas

Academic Collaborative of Integrative Health – https://integrativehealth.org/

Academic Consortium for Integrative Medicine & Health – https://imconsortium.org

Academy of Integrative Health & Medicine (AIHM) – https://www.aihm.org/

Alliance Institute for Integrative Medicine – https://myhealingpartner.com/

American Academy of Acupuncture and Oriental Medicine – https://www.aaaomonline.org/

American Academy of Environmental Medicine (AAEM) – https://www.aaemonline.org/

American Board of Integrative Medicine (ABOIM) – https://www.abpsus.org/integrative-medicine

American College for Advancement in Medicine (ACAM) –https://www.acam.org

Aurora Health Care – https://www.aurorahealthcare.org/

Beaumont Health – https://www.beaumont.edu/

Cochrane Complementary Medicine – https://cam.cochrane.org/

Duke Integrative Medicine – https://www.dukeintegrativemedicine.org/

Icahn School of Medicine at Mount Sinai – https://icahn.mssm.edu/

Institute of Functional Medicine – https://www.ifm.org/

Integrative Health Policy Consortium

Integrative Medicine for Mental Health (IMMH)

International Academy of Oral Medicine and Toxicology (IAOMT) – https://iaomt.org/

International College of Integrative Medicine (ICIM) – https://icimed.com/

MedStar Health’s

National Center for Complementary and Integrative Health (NCCIH) – https://nccih.nih.gov

National Center for Integrative Primary Healthcare – https://nciph.org/

Pan American Allergy Society

Rutgers Biomedical and Health Sciences (RBHS) – https://rbhs.rutgers.edu

Sutter’s Institute for Health & Healing – https://www.sutterhealth.org/services/holistic-integrative-medicine

The Veterans Health Administration (VHA) – https://www.va.gov/health/

Society for Integrative Oncology – https://integrativeonc.org/about-us/about-sio

Sul-americanas

Asociacion de Profesionales en Naturopatia y de Masaje Cientifico y Quiropractico de El Salvador

Asociacion Ecuatoriana de Medicos Expertos en Medicina Integrativa – https://www.aememi.org/

Asociación Latinoamericana de Ozonoterapia y Medicina Integrativa A.C.

Associação Argentina de Medicina Integrativa – https://medicinaintegrativa.org.ar

Associação Boliviana de Medicina Tradicional

Associação Médica, de Medicina Biológica Integrativa, Homeopatia, Homotoxicologia de Guatemala

Associação Peruana de Medicina Integrativa – https://aspesin.org

Federação Nacional de Medicina Integrativa do México A.C.

Sociedad Colombiana de Medicina Integrativa, Homeopatía y Homotoxicología

Sociedad Latinoamericana de Medicina Integrativa

Sociedad Peruana de Medicina Alternativa y Complementaria

Sociedad Uruguaya de Psiconeuroinmunoendocrinología – https://www.supnie.todouy.com/index3.html

Asiática

Sociedade Japonesa de Medicina Integrada

Oceânica

Instituto Nacional de Medicina Integrativa da Austrália – https://www.niim.com.au

Congressos médicos de medicina integrativa

Congressos de Pediatria – têm seminários de biorregulação.

First to Fourth European Congress for Integrative Medicine – 2008-2011 – Berlin, Germany.

Fifth European Congress for Integrative Medicine – 2012 – Florence, Italy.

Sixth European Congress for Integrative Medicine – 2013 – Berlin, Germany.

Seventh European Congress for Integrative Medicine – 2014 – Belgrade, Serbia.

Eight European Congress for Integrative Medicine – 2015 – Copenhagen, Denmark.

9th European Congress for Integrative Medicine – 2016 – Budapest, Hungary.

10th European Congress for Integrative Medicine – 2017 – Berlin, Germany, juntamente com ISCMR.

11th European Congress for Integrative Medicine – 2018 – Ljubljana, Slovenia.

12th European Congress for Integrative Medicine – 13 a 15 de setembro de 2019 – Barcelona, Spain.

Hospitais com departamentos de medicina integrativa

Royal London Hospital for Integrated Medicine (RLHIM) – faz parte do University College London Hospitals NHS Foundation Trust – maior centro público europeu em medicina integrativa.

Greenwich Hospital Integrative Medicine Program.

Center for Integrative Medicine and Wellness at Stamford Hospital.

Centre of Integrated Medicine, Pitigliano Hospital, Tuscany Region, Italy.

Centres of Integrated Oncology & Palliative Care.

Universidades e centros de investigação

Arizona Center for Integrative Medicine na Universidade do Arizona.

Cancer Treatment Centers of America.

The Center for Integrative Medicine na Universidade do Colorado.

Center for Life.

Cleveland Clinic Center for Integrative Medicine.

Continuum Center for Health and Healing.

GW Center for Integrative Medicine.

Institute for Health & Healing at California Pacific Medical Center.

Jefferson-Myrna Brind Center of Integrative Medicine.

Marino Center for Integrative Health.

University of Maryland Center for Integrative Medicine.

Integrative Medicine Program, Mayo Clinic.

Integrative Medicine Center at MD Anderson Cancer Center.

Northwestern Integrative Medicine.

OSU Center for Integrative Medicine.

UCSF Osher Center for Integrative Medicine.

Osher Clinical Center.

Penny George Institute for Health and Healing.

Scripps Center for Integrative Medicine.

Simms-Mann Health and Wellness Center at Venice Family Clinic.

Society for Integrative Oncology.

Stanford Center for Integrative Medicine.

Susan Samueli Center of Integrative Medicine.

University of Wisconsin Integrative Medicine.

Vanderbilt Center for Integrative Health.

Centre of Integrated Medicine, Pitigliano Hospital, Tuscany Region, Italy.

Nota – com o nome de medicina integrativa, aparecem em Portugal:

Jornadas Internacionais de Medicina Integrativa, em 2018, na Madeira – resultam de uma parceria entre as Delegações Regionais das Ordens Profissionais dos Médicos e Farmacêuticos.

I Jornada de Medicina Integrativa, organizada em novembro de 2013 pela Câmara dos Especialistas em Medicina Integrativa.

Associações “não-médicas”:

Federação Portuguesa de Medicina Integrativa

Associação Portuguesa de Medicina Integrativa

Câmara dos Especialistas em Medicina Integrativa

Considerações finais

Medicina integrativa é praticar medicina de maneira a incorporar seletivamente a medicina complementar nos planos de tratamento médicos, concomitantemente com métodos de diagnóstico e tratamento.

O conceito é melhor reconhecido nos Estados Unidos do que na Europa.

Medicina integrativa não é um simples sinônimo de medicina complementar (Artigo BMJ – 2001 – IM). Medicina integrativa tem um significado mais abrangente, o foco é mais na saúde e na cura/melhoria como um todo do que na doença e no tratamento.

Não é medicina alternativa. Não temos de colocar os pacientes perante a medicina integrativa ou a medicina “convencional”. É uma abordagem médica. É “mais uma” área da medicina. É medicina!

E deve, como se retira de todo o exposto, ser incorporada nos sistemas nacionais públicos de saúde de cada país, onde ainda não o seja, como Portugal ou Espanha ou Brasil.

A “nossa” medicina convencional não pode simplesmente continuar a ignorar a medicina integrativa. É necessário um modelo que viabilize a introdução e gestão dessas práticas médicas nos sistemas nacionais de saúde, para o devido reconhecimento dos profissionais médicos e para que essa área deixe de ser uma área “cinzenta”, pouco (re)conhecida publicamente – o que pode abrir oportunidade para todo o tipo de atividades fraudulentas.


Dra. Ana Moreira – Médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em Portugal e gerente e diretora clínica do Centro de Medicina Integrativa Dra. Ana Moreira. Possui mestrado em Medicina Biológica e Antienvelhecimento pelo Hospital Ramón y Cayal da Universidade de Alcalá/Espanha, pós-graduação em Medicina do Trabalho e em Climatologia e Hidrologia, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, pós-graduação em Medicina do Envelhecimento, pela Universidade Autônoma de Barcelona e pós-graduação em Dermo-farmácia e Cosmética, pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte no Departamento de Ciências Farmacêuticas.