O seitai, terapia manual japonesa, conhecida também como quiropraxia japonesa, é um tratamento que proporciona o reequilíbrio do sistema musculoesquelético, promovendo alívio imediato de dores agudas e crônicas, alinhamento postural e prevenção de desequilíbrios futuros.
Essa técnica originária do Japão, entre os séculos XV e XVI, foi criada por guerreiros samurais, devido à necessidade de tratar distúrbios ósseos e musculares, que eram muito comuns durante as batalhas por eles enfrentadas.
A palavra “sei” significa organizar e “tai” significa corpo. O conjunto de técnicas do seitai foi elaborado para ativar a capacidade de autorregulação do corpo, renovar sua própria força e organizar todas as sua estruturas musculoesqueléticas, para que ele seja capaz de funcionar em toda sua plenitude.
Uma modernização do método foi desenvolvida pelo mestre Kaniti Takagui, no Japão, com a junção de duas técnicas: seitai tradicional e new seitai – ou seitai dos martelos, em que são utilizadas ferramentas anatomicamente preparadas para ajustar as articulações, músculos e tendões. Trata-se, portanto, de uma inovação integrada ao seitai manual, que potencializa a atuação da técnica tradicional com resultados perceptíveis a cada sessão.
No Brasil, o Prof. Adriano Saran, autor deste artigo, atualizou o método, trazendo uma visão mais minimalista, em que se utilizam somente cinco ferramentas de ajuste corporal – Figura 1. Além disso, integrou a esse sistema de terapia o hara seitai, que é um tratamento de reequilíbrio para dores de origem visceral que se refletem no corpo, gerando desequilíbrios energéticos dos órgãos e vísceras e que podem ainda alterar a saúde da coluna vertebral e do sistema musculoesquelético como um todo.
O método desenvolvido pelo Prof. Adriano Saran, que é chamado de Seitai & New Seitai, baseia-se também na avaliação e correção minuciosa das falhas posturais do corpo que geram mecanismos de compensação causando dores. A identificação dos mecanismos de compensação que originam essas dores mostra-se, por exemplo, em um ombro mais baixo que o outro, numa perna mais curta que a outra, numa pisada errada, num desnível pélvico, em alterações da coluna, etc. – Figura 2.
Esses mecanismos de compensação alteram o posicionamento correto das articulações e musculaturas, que consequentemente precisam ser corrigidas para que a dor seja erradicada e a postura alinhada, bem como o peso corpóreo redistribuído de forma correta no corpo.
O tratamento também promove um relaxamento profundo, sendo indolor e não invasivo. Dessa forma, o corpo alcança seu alinhamento postural, a eliminação das dores e o reequilíbrio do sistema musculoesquelético, além do fato de a técnica ter um impacto positivo sobre o lado emocional do paciente.
Como funciona o tratamento
Na visão do Seitai & New Seitai, as dores estão relacionadas também a má postura, sedentarismo, trabalho repetitivo, escoliose, hipercifose e hiperlordose, dentre outros fatores.
As falhas posturais podem fazer com que os mecanismos de ajustes do corpo distribuam de forma errada a carga do peso corpóreo em todas as estruturas musculares e articulares – ou seja – algumas recebem mais peso e tensão e outras menos, gerando assim estresse e encurtamentos musculares que consequentemente provocarão os processos inflamatórios.
Esses desequilíbrios são criados pelo organismo num espaço-tempo de médio a longo prazo, dependendo dos fatores agravantes ou atenuantes posturais, podendo causar dores agudas ou crônicas. Quando esses desequilíbrios evoluem e tornam-se crônicos, além de alterarem a postura corporal, podem gerar desde dores até lesões musculares e articulares, desgastes ósseos, hérnia de disco e artrite, entre outras patologias.
As quatro sessões iniciais
Na primeira sessão de tratamento, o cliente obtém o alívio dos sintomas, pois nesse estágio as musculaturas estão rígidas, inflamadas e encurtadas pelo processo de dor, havendo também a presença de mecanismos de subluxação e desalinhamento de quadril, entre outros.
Com a utilização das ferramentas e manobras, o terapeuta, além de dar início ao processo corretivo do corpo, estimula um novo fluxo circulatório, ativando macrófagos e neurotransmissores que realizarão ações anti-inflamatórias, para despertar a capacidade de autorregulação do sistema musculoesquelético.
Como resultado, haverá uma melhora substancial nas condições do paciente, mas ainda existirão musculaturas, articulações e mecanismos de compensação a serem recuperados de forma mais aprofundada.
Após a sessão, o cliente poderá continuar a sentir dor numa escala menor, o que sinaliza que o corpo ainda precisará de mais ajustes e correções, pois ainda apresenta instabilidades.
Na segunda sessão, há o início do processo de correção do corpo. As vértebras, musculaturas e demais articulações já estão alongadas e corrigidas e o processo de tratamento entrará então numa fase de aprofundamento, pois o corpo já ativou sua capacidade de autorregulação e muitas estruturas já estão em fase de recuperação, quando restabelecem seu funcionamento adequado.
Com o fortalecimento muscular promovido pela terapia, haverá melhoria do sistema circulatório e ganho de flexibilidade e o corpo estará criando mais resistência às alterações posturais e às dores. Além disso, os incômodos serão cada vez menores, tanto em frequência quanto em intensidade.
Entretanto, mesmo que o cliente sinta-se melhor após a sessão, seu corpo ainda estará instável e poderá ter uma recaída, pois ainda são necessários mais ajustes e correções.
Na terceira sessão, o corpo inicia um processo de assimilação das correções posturais realizadas nas sessões anteriores através das manobras, torções, descompressões e ajustes com as ferramentas.
O efeito será o fortalecimento muscular e a harmonização dos ligamentos e tecidos no sistema musculoesquelético.
Nesse estágio, ocorre uma real estabilização e fortalecimento de todo o organismo. O cliente sente-se melhor, mas o corpo poderá ter uma recaída, sendo então necessário ir para a fase de estabilização realizada na quarta sessão.
Geralmente, recomenda-se também que o cliente realize exercícios com um educador físico ou personal trainer de fortalecimento muscular, além de manter bons hábitos e posturas adequadas no trabalho, em casa e na vida em geral.
Na quarta sessão, ocorre a estabilização das correções. As vértebras, musculaturas e demais articulações já se apresentam mais estáveis e fortalecidas, devido ao alinhamento proporcionado pelas sessões anteriores, operando em seu funcionamento adequado.
Nessa fase, já com a recuperação do funcionamento de todo o sistema musculoesquelético, é possível mantê-lo estável, através do alinhamento postural e da coluna vertebral.
Se o cliente continuar o tratamento após a reavaliação que é realizada na quarta sessão, ele poderá obter mais ganhos a cada nova sessão efetuada.
Vale ressaltar ainda que é importante continuar realizando sessões de manutenção (uma vez por mês), pois as atividades da vida diária, como trabalhar e dirigir, as quedas e a manutenção de posturas e movimentos errados, entre outros fatores, causam alterações posturais e mecanismos de compensação, que se forem detectados a tempo serão fáceis de tratar e corrigir.
Prof. Adriano Saran – Especialista em Acupuntura, pelo Cemetrac – Centro de Estudos de Medicina Tradicional e Cultura Chinesa, em Acupuntura Avançada, pela Ebramec – Escola Brasileira de Medicina Chinesa, em Seitai Ho (Quiropraxia Japonesa), pelo Instituto Samurai e em Osteopatia Biodinâmica, pelo IQD – Instituto de Quietude Dinâmica. Possui formação em Terapia de Vidas passadas, PNL – Programação Neurolinguística voltada para Terapeutas, Radiestesia para Acupunturistas, EFT – Emotional Freedom Techniques, ThetaHealing, Fitoterapia Chinesa com Ervas Brasileiras, Moxaterapia e Acupuntura Japonesa Pediátrica Shonishin. É professor e terapeuta do Instituto Saúde e Equilíbrio.