A desarmonia em um dente acarreta um desequilíbrio no órgão correspondente, sendo que o mesmo também acontece ao contrário.
A boca é um microssistema que se reflete no todo do organismo humano e assim deve ser considerada.
Ela significa orus, que quer dizer origem. Tudo se inicia nela. Ela é o princípio e o fim.
Os dentes funcionam como “fusíveis”. Numa instalação elétrica, fusíveis são equipamentos que queimam quando há uma sobrecarga, de forma a impedir que ela chegue ao circuito.
De modo análogo, no corpo humano, os dentes atuam como dispositivos de segurança e proteção. Eles adoecem a si mesmos, quando há por exemplo o desenvolvimento de uma cárie, para proteger os órgãos vitais correspondentes.
Esse conceito caracteriza o que é chamado de “ação de relação programada”, referindo-se a quanto da programação pós-genética do ser humano pode ser beneficiada ou sofrer intervenção por meio dos dentes ou da mastigação, em relação aos aspectos biológicos, posturais e culturais do alívio das tensões, na tentativa de reequilibrar essas mesmas relações.
A biocibernética bucal, conceito sistêmico que aborda essa correlação entre boca/corpo/boca, foi desenvolvida, por volta de 1970, por dois dentistas paulistas, Mario Baldani e Denisar Figueredo.
Eles observaram e entenderam cada paciente como um todo, considerando os campos físico, mental, emocional, social e espiritual do indivíduo.
Não viam a boca apenas como uma estrutura dental, identificando que as funções dos dentes não se limitam à trituração dos alimentos ou à estética.
A boca funciona como um órgão de manutenção não só da saúde fisiológica como também psíquica do indivíduo.
Os dentes vão se posicionando na boca de acordo com a forma como a pessoa vai sendo construída, processo em que aspectos genéticos, epigenéticos e culturais exercem influência direta no desenvolvimento do ser.
Em suas pesquisas e experiências, os Drs. Baldani e Figueredo observaram que na medida em que determinadas disfunções bucais eram tratadas, outras disfunções orgânicas melhoravam ou desapareciam.
Com isso, estabeleceu-se uma relação entre os dentes e os órgãos e sistemas do corpo (Figura 1), como se pode notar a seguir.
Incisivos centrais – órgãos relacionados: rim e bexiga. Aspectos psicológicos: relações familiares e medo.
Incisivos laterais – órgãos relacionados: rim e bexiga. Aspectos psicológicos: relações sociais e medo.
Caninos – órgãos relacionados: fígado, vesícula biliar e olhos. Aspecto psicológico: raiva.
I pré-molar – órgãos relacionados: pulmão, intestino grosso e pele. Aspecto psicológico: tristeza.
II pré-molar – órgãos relacionados: estômago, baço e pâncreas. Aspecto psicológico: reflexão.
I molar – sistema relacionado: sistema venoso. Aspecto psicológico: profissional.
II molar – sistema relacionado: sistema hormonal. Aspecto psicológico: paixão.
III molar – órgãos relacionados: coração e intestino delgado. Aspecto psicológico: poder de decisão.
Como se vê no último item citado acima, os terceiros molares (dentes do siso) têm grande importância para o equilíbrio fisiológico e psicológico dos indivíduos, assim como todos os demais dentes.
Dra. Rose Meire de Oliveira Sousa – Cirurgiã-dentista em Consultório de Biocibernética Bucal, com especialização em medicina integrativa e formação em ozonioterapia, terapia neural, odontologia neurofocal e odontologia biológica.