Geoterapia (geo – terra/argila e terapia – tratamento) é o termo mais comumente aplicado, entre os países da América Latina, para referir-se à técnica ou prática natural em que se utilizam as argilas medicinais como principal recurso terapêutico.
Trata-se de uma prática em que a argila medicinal é diluída apenas em água mineral natural, efetuando-se sua aplicação de forma tópica/dérmica ou interna (uso oral).
A aplicação tópica/dérmica é a mais explorada, apresentando resultados satisfatórios em sua ampla utilização. O uso interno de geoterapia ainda é estudado e aplicado com cautela em casos específicos, visto que a argila é considerada um medicamento natural e de vasto efeito desintoxicante.
Dentre outras denominações usadas para definir essa técnica, destacam-se as de argiloterapia, lamaterapia, terapia do barro medicinal, hidrogeologia médica e até mineraloterapia, como era conhecida na antiguidade.
Os relatos históricos indicam a utilização de argila para vários fins no mundo antigo, incluindo desde as técnicas de conservação de alimentos até as práticas e prescrições com fins medicinais e estéticos.
Tantas qualidades referenciadas na antiguidade, nas tradições culturais e nos conhecimentos populares sobre a aplicabilidade da argila medicinal instigaram a atenção de físicos, bioquímicos, farmacêuticos, médicos, etc. Isso possibilitou ultrapassar a barreira do tempo, provendo adeptos da prática no âmbito terapêutico medicinal e estético, assim como estudiosos e pesquisadores, nos dias atuais.
A composição química, a estrutura e a distribuição granulométrica das partículas são os fatores determinantes na definição das propriedades físico-químicas que uma determinada argila possui.
Esses aspectos influenciam também na capacidade de troca de cátions, na área superficial de adsorção, na viscosidade aparente, na capacidade de dispersão/agregação e na plasticidade da argila.
Essas propriedades, por sua vez, irão refletir-se nos procedimentos geoterápicos e servir como indicadores dos diferenciais existentes entre os diversos tipos de argila usados em geoterapia.
Como exemplo, destaca-se a importância da estrutura nas argilas coloridas, que se diferenciam por apresentarem uma lâmina a mais de sílica em sua estrutura (sílica, alumina e sílica), em comparação com aquelas de tons mais claros, que exibem apenas duas lâminas (sílica e alumina). Isso garante às argilas coloridas um comportamento diferente quando em contato com água nos procedimentos geoterápicos.
As argilas coloridas comumente encontradas no Brasil são as amarelas, vermelhas, roxas, rosas, verdes, pretas e laranja, entre outras.
Entre as argilas claras, as mais comuns são as de tom branco, creme, gelo, acinzentado e pastel.
Argilas: cuidados para uso em fins terapêuticos
A argila utilizada para fins terapêuticos deve ter sua qualidade garantida em embalagem ou nota que descreva sua aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), além de laudo químico executado por empresa idônea.
Precisa ter sua procedência comprovada, de forma a mostrar que foram respeitados os requisitos exigidos para sua coleta, como o afastamento de no mínimo um quilômetro de distância de locais habitados por seres humanos ou animais ou de áreas de descarte de dejetos que possam vir a contaminar os depósitos. Na extração da argila, deve-se procurar respeitar também a regra de no mínimo um metro de profundidade para a coleta.
Após a extração, a argila coletada deve passar pelos processos de exposição ao Sol para secagem, esterilização e peneiração (até ficar na granulação de pó), sendo acondicionada em local seco e iluminado e, de preferência, dentro de um recipiente vítreo (para que a exposição ao Sol possa ser direta sobre a embalagem, sem que a argila seja exposta a outros ambientes, de forma a se evitar o risco de contaminação ou de umidade).
No processo de comercialização, é compreensível que a argila medicinal seja acondicionada em sacos plásticos, para facilitar o transporte. No entanto, para a sua preservação, faz-se necessário o acondicionamento em frascos de vidro ou porcelana, devidamente lacrados para evitar umidade, uma vez que o plástico, com o tempo, pode se deteriorar, estourar, furar ou perder a impermeabilidade.
A geoterapia é uma prática simples em que se utilizam apenas água pura de fonte termal ou mineral e fitoterápicos, para serem incorporados ao pó de argila no processo de preparação da massa argilosa adequada às modalidades de cataplasma, compressa, máscara (estado pastoso) e água argilosa (estado líquido).
No entanto, como existem fontes de água mineral com concentrações distintas, pode ser importante selecionar aquela que tiver a maior concentração de elementos minerais desejados para determinada aplicação terapêutica e incorporá-la à argila em uso.
Teorias de geoterapia e sua aplicabilidade no cuidado da saúde
As teorias que fundamentam a geoterapia estão sustentadas nos princípios estruturais, energéticos e químicos das argilas, além de serem interativas. Entre elas destacam-se a vitalizante, a mineralizante, a energética, a intrínseca, a antimicrobiana e a radioativa.
A teoria energética é uma das mais importantes e com grande potencial de ação e interferência nos procedimentos que envolvem a terapia. Alguns autores, como Dextrieit, Campanyá e Bomtempo, entre outros, afirmam que a geoterapia tem o poder de, ao mesmo tempo, oferecer ao corpo uma energia de alta qualidade vital e reter a energia de baixa qualidade, como um processo de troca.
Acredita-se que nessa “troca” de energia da argila com o corpo e vice-versa, esteja incluída a ação da teoria energética, em que o efeito piezoelétrico gerado pelo atrito das estruturas cristalinas da argila origina o sistema vibracional que será responsável por excitar a pele e manter a performance energética da geoterapia.
O calor, a luz e a radiatividade natural da argila influem na intensidade dos efeitos energéticos da geoterapia.
Segundo Dextreit, a solarização da argila contribui para sua preservação ativa e gera resultados mais potentes. A experiência clínica confirma os efeitos da ação solar, que se reveste de importância para a eficácia da teoria energética.
A disposição de uma energia favorecida pela piezoeletricidade faz com que o corpo/pele tenha a reação de interagir com a massa de argila, atraindo o que ela tem de nutrientes, o que favorece a ação da teoria mineralizante e, ao mesmo tempo, deixando que a argila absorva os resíduos depositados na pele, livrando-a dessas impurezas e da energia de baixa qualidade (que não é mais nutritiva).
Levando-se em consideração os princípios teórico-práticos dos canais de energia da medicina tradicional chinesa (MTC), a ação energética da argila nutre e tonifica, desobstrui canais de energia e ativa os canais de conexão superficiais, de forma que isso se reflita no sistema interno e no corpo (mente, emoção e físico).
Assim, o tratamento com argila constitui-se num mecanismo terapêutico não invasivo (por ser aplicado por meio externo), capaz de atingir o meio interno do ser humano.
Nesse sentido, Domingues, em seu livro Geopuntura, aborda formas de tratamento com a argila apenas trabalhando com o trajeto dos canais de energia da medicina tradicional chinesa. Após anamnese e diagnóstico, seleciona-se o canal de energia que deve ser tratado e o procedimento constitui-se na aplicação da geoterapia no trajeto ou altura desse canal.
Já, a teoria mineralizante da geoterapia é resultante das concentrações e variedades de elementos químicos presentes nas argilas. A massa de argila rica em íons, enquanto mantém-se hidratada, tem condições de fazer a troca com o corpo. A propriedade da radiatividade e a propriedade intrínseca – definida pela localização geográfica que qualifica e quantifica a variedade e os elementos minerais da argila – asseguram a ação mineralizante da geoterapia.
O efeito vitalizante da argila, por sua vez, é contemplado pela associação de todas as teorias. Ao receber um estímulo harmônico, que é ao mesmo tempo “disciplinador e transformador”, o corpo reage com mais vigor, energia, disposição e equilíbrio.
Dextreit afirma que a geoterapia é capaz de revitalizar o corpo através das energias provenientes dos raios solares, telúrico-magnéticos e intrínsecos.
Os elementos existentes na argila promovem uma ação mineralizante quando em contato com a pele, suscitando o equilíbrio osmótico e térmico, além de terem ação antimicrobiana, ao privar os germes de oxigênio. Também tem sido observado que a argila reduz a ação da radioatividade.
O efeito antimicrobiano é causado pela ausência de nutrientes na estrutura da argila, quando acondicionada e preservada em condições adequadas.
Com relação à teoria radioativa, salienta-se o efeito que se dá pelo fato de expor a argila ao Sol, com a intenção de mantê-la “ativa”. Quando solarizada, ela preserva suas propriedades energéticas, mineralizantes e revitalizantes.
A radioatividade é a ação de desintegração de certos núcleos atômicos. As ligações iônicas dos minerais da argila vão se enfraquecendo com a presença da água, tornando-se instáveis e sujeitas à agitação, à pressão e à temperatura. Dextreit destaca que, quanto mais a argila estiver exposta ao Sol, ao ar e à água, mais ativa vai se tornar.
Em função das diversas propriedades apresentadas pelos minerais – índice de refração, estrutura cristalina e radiação com frequências eletromagnéticas (as cores) – os efeitos medicinais das argilas são eficazes e diversificados.
Mesmo não havendo troca de elementos químicos entre a argila e a pele, essas propriedades permitem estímulos dos respectivos elementos já disponíveis no corpo humano, ativando-os ou estimulando-os em trocas iônicas e, com isso, favorecendo o equilíbrio energético e a consequente homeostase.
Outra teoria amplamente aceita no campo da geoterapia é a da bioeletricidade.
O conceito de bioeletricidade foi apresentado na 68ª Reunião Anual da Academia Americana de Dermatologia, em 2010, como sendo um processo biológico natural do corpo, que tem como função básica o rejuvenescimento e a reparação da pele.
O princípio básico da bioeletricidade está na energização de micropartículas de zinco e cobre, que geram estímulos biológicos naturais.
Em função das características minerais, a argila em água favorece a geração de “circuitos de alimentação permanente” de micropartículas que funcionam como “minibaterias”. Essas micropartículas permanecem sobre a superfície da pele, reproduzindo a sua bioeletricidade natural.
Aplicabilidade das argilas medicinais de acordo com suas diferentes cores
Nos procedimentos em geoterapia, reveste-se de importância destacar que as distintas cores apresentadas pelas argilas podem ser valorizadas no contexto terapêutico, por conferirem um componente vibracional que vai atuar, por ressonância, de forma multidimensional.
Assim sendo, além dos aspectos físicos, comumente tratados, a técnica de geoterapia pode atuar sobre os aspectos psicoemocionais e espirituais, ligados ao processo de cada indivíduo, através da radiação de ondas eletromagnéticas oriunda da pigmentação exibida pela argila, ampliando dessa forma o campo de ação dos tratamentos geoterápicos sobre o ser humano.
A geoterapia, em função do seu amplo campo de ação, é empregada diretamente sobre o corpo, sob a forma de modalidades. Entre elas, destacam-se a modalidade clássica – com aplicação local, que visa a tratar algias e sinais e sintomas provocados por distúrbios fisiológicos; a geoterapia moderna/contemporânea – cuja aplicação é voltada unicamente para fins e cuidados com a beleza do corpo e do rosto e, por fim, a geoterapia integrada – cuja aplicação se dá sobre uma área específica do corpo, previamente selecionada, para a qual o curso terapêutico exige um olhar especializado, ou seja, com o objetivo de integrar informações do self, culturais, comportamentais e sociais do indivíduo em todas as suas relações, de maneira a levá-lo a refletir sobre o seu processo e distúrbios de saúde, enquanto está sob os efeitos da geoterapia.
Assim sendo, destacam-se, nos tópicos a seguir, a ação terapêutica das diferentes argilas (ação medicinal), na prática da geoterapia, com base em sua estrutura cristalográfica e coloração.
Ação terapêutica da argila vermelha
Na argila vermelha, é comum estarem associados os seguintes elementos químicos: óxido de magnésio, sódio, óxido de ferro, óxido de cobre, óxido de potássio, ferro, cobre e cromo.
Em função de suas características estruturais, sugere-se uma comparação com o cobre nativo, de cor avermelhada, que possui um sistema cristalino isométrico ou cúbico, sendo encontrado em zonas de oxidação, associado a lavas basálticas, como produto de soluções hidrotermais. Segundo Arrieta (2006), o cobre estimula as regiões pélvica e abdominal, além de equilibrar as glândulas suprarrenais, estando portanto relacionado à função de sobrevivência física, à estabilidade e à distribuição de energia.
A ação terapêutica da geoterapia com argila vermelha sobre o corpo promove melhora na função dos músculos, nas articulações enrijecidas, na corrente sanguínea, no fluido da medula espinhal, no sistema nervoso simpático e nas congestões mucosas.
O vermelho é também desintoxicante, ajudando a eliminar todo o “refugo e negatividade” do corpo e da mente, que estão no organismo.
Em determinados casos, a argila vermelha é empregada para tratar a dor muscular ocasionada por lesões que sugerem má circulação de sangue (frio, por exemplo). Auxilia na fase final de tratamentos de tendinite, artrite e artrose.
A geoterapia com argila vermelha deve ser evitada em determinadas condições de inflamação, febre e hipertensão, assim como em pessoas eufóricas, com irritabilidade e temperamento excitado, pois a dinâmica energética dessa argila atua no sentido de estimular o movimento no corpo e o calor. Pela mesma razão, se o vermelho for utilizado com muita frequência pode trazer um esgotamento da energia vital.
Segundo Huard (2007), a argila vermelha apresenta um forte poder terapêutico, por estimular muito a circulação sanguínea e os músculos. É a argila usada para ajudar na suturação de ferimentos, tosse crônica, movimento de fluidos locais, problemas de laringe, asma e anemia. É bastante estimulante, ativando as pessoas cansadas e melhorando o metabolismo.
Em lesões como pápulas, bolhas e pústulas ou descamação, assim como em casos de desintoxicação, o uso de argila vermelha é indicado para estimular o efeito de drenagem e a oxigenação da pele.
Por estimular a drenagem, é utilizada na estética em máscaras de rejuvenescimento, suavizando as linhas de expressão e aumentando o brilho da pele. Em estética corporal, é usada para ajudar na drenagem linfática, reduzindo medidas, por estimular o movimento dos fluidos.
Ação terapêutica da argila amarela
Na composição química da argila amarela, destacam-se os seguintes elementos: cálcio, cobre, manganês, ferro, magnésio e potássio.
A ação da argila amarela pode ser relacionada à de gemas como a opala, cuja composição química apresenta óxido de silício hidratado, sendo indicada para disfunções nas regiões umbilical, hipogástrica e epigástrica, de forma a favorecer a digestão e assimilação de alimentos. A opala influencia ainda a concentração mental e a criatividade, eleva a autoconfiança e atua sobre os sistemas endócrino e circulatório, favorecendo o equilíbrio emocional.
A indicação mais comum para a utilização da argila amarela, em geoterapia, é a remineralização da pele e do corpo, prevenindo o envelhecimento precoce e proporcionando um efeito iluminador para a pele.
É uma argila que nutre, hidrata e tonifica, sendo indicada para eliminar resíduos impuros. É usada para a pele, após o verão, com a finalidade de proporcionar um efeito tônico, revitalizante e harmônico. Também auxilia na remoção de manchas por exposição excessiva ao Sol.
A argila amarela proporciona alívio em dores articulares e na recuperação de lesões provocadas por pancadas ou entorses, uma vez que aumenta a circulação local, oxigenando a região e auxiliando no retorno venoso e na drenagem linfática. Indica-se o uso de argila amarela também em processos tendinosos e articulares.
A geoterapia com argila amarela, na modalidade de cataplasma no plexo solar (aplicação direta na região epigástrica), reduz ansiedade, irritação, nervosismo e preocupação excessiva. Estimula a iniciativa, o ânimo, a criatividade e o entusiasmo. Auxilia no equilíbrio do estado mental, oferece confiança, estimula o poder pessoal e resgata o verdadeiro eu, possibilitando centramento em si e força interior. Nutre o corpo e o espírito, acalma a mente e estimula a energia vital.
Ação terapêutica da argila verde
Os elementos químicos normalmente presentes na argila verde são o óxido de sódio, zinco, monóxido de potássio, óxido de alumínio, magnésio, manganês, cobre, alumínio, silício, molibdênio, óxido de titânio, lítio, sódio e potássio.
A ação terapêutica das argilas verdes pode ser comparada àquela encontrada na amazonita de cor verde, cuja composição química apresenta silicato de alumínio e potássio. Encontrada em depósitos magmáticos, a amazonita possui sistema cristalino prismático e triclínico. Sua ação gemoterápica está associada à região do tórax, abrangendo o osso esterno e a região mamária. É indicada para estimular a expressão pessoal e criativa, acalmando o estresse e o sistema nervoso. O poder vibracional dessa gema favorece ainda o equilíbrio da mente, estimula a tomada de decisão e induz novos estados de consciência, lucidez e bom senso. É usada como descongestionante nasal e torácico e como relaxante muscular, pois acalma tensões e reduz a pressão arterial.
Nos procedimentos geoterápicos, a ação medicinal da argila verde é favorecida pelo zinco, elemento que está presente em todos os tecidos corpóreos, em particular nos ossos, músculos e pele, protegendo o fígado de danos químicos e sendo necessário para a integridade do sistema imunológico.
A geoterapia com argila verde é amplamente utilizada em procedimentos clínicos, por ser considerada uma argila de “cor neutra”, a cor da quebra de padrões. É indicada para expectoração de secreções (respiratórias), distúrbios respiratórios, drenagem de líquidos, inflamação nas articulações, úlceras, cistos, distúrbios oculares e diabetes.
O seu uso é também indicado para os casos de dores articulares oriundas de processos inflamatórios crônicos, dores cervicais, dores lombares, bursite, tendinite, dor por esforços repetitivos dos artelhos e punhos, inchaços e problemas de movimento dos membros.
Possui ainda um efeito equilibrador, harmonizando a energia de regiões em desequilíbrio.
A argila verde promove a eliminação de toxinas, melhorando a circulação sanguínea e descongestionando a circulação linfática. Sendo assim, é muito usada em procedimentos de desintoxicação.
Em estética, a argila verde provoca um efeito adstringente (controlador da oleosidade), regula a produção de sebo e atua como um esfoliante suave, possuindo uma ação emoliente e sendo indicada para tratamentos de pele acneica.
Ação terapêutica da argila branca
Os elementos químicos comumente presentes na argila branca são o alumínio, óxido de magnésio, óxido de cálcio, enxofre, ferro, boro, potássio, cálcio, silício e óxido de enxofre.
A ação terapêutica desse tipo de argila assemelha-se à encontrada na pedra-da-Lua de cor branca, cuja composição química apresenta silicato de alumínio e potássio. Essa pedra está associada ao tórax e é indicada para problemas gastrintestinais, úlceras, dor de cabeça, febre, tosse, sede, sensação de ardor, hipertensão, insônia e intoxicações, auxiliando também no sistema digestivo. A pedra-da-Lua reduz a tensão, o estresse e a ansiedade.
A argila branca é considerada uma argila suave, sendo utilizada com outros tipos de argila para atenuar seus efeitos, trazendo mais suavidade na intensidade energética.
Entre os diversos tipos de argila, é a mais usada para as sinergias, reduzindo a intensidade dos efeitos terapêuticos das outras argilas, tanto pela sua plasticidade, quanto pela ação de estímulo vibracional na pele.
O óxido de silício, presente em sua composição química, tem uma função importante no estímulo à produção de colágeno e elastina, dando assim à pele uma característica mais resistente e um aspecto mais harmônico.
A argila branca tem efeito depurativo, higienizante, descongestionante, tensor suave e revitalizante. Auxilia no aporte sanguíneo e oxigena e nutre a pele.
Em tratamentos estéticos, a geoterapia com argila branca promove efeitos de suavizar rugas, linhas de expressão e manchas causadas pela exposição excessiva ao Sol. Por isso, proporciona resultados satisfatórios em casos de melasmas, elastose solar e ceratose senil.
Ação terapêutica da argila rosa
Na argila rosa, os elementos químicos geralmente presentes são o óxido ferroso III, o sódio e o óxido de cobre.
Os efeitos terapêuticos da argila rosa assemelham-se aos do quartzo rosa, cuja composição química apresenta óxido de silício. Essa gema auxilia em questões relativas à autoestima.
A geoterapia com argila rosa fortalece o sistema circulatório e urinário, fígado, ovários, seios, testículos e toda a região sexual. Auxilia no tratamento de tensão pré-menstrual (TPM) e de distúrbios menstruais.
No aspecto mais energético, a argila rosa, utilizada como cataplasma no tórax ou região abdominal, promove vibrações suaves e influencia na autoconfiança, harmonizando conflitos entre razão e emoção, estimulando a autovalorização e trazendo conforto, coragem, foco e desapego, além de harmonizar sentimentos e emoções.
A argila rosa é uma mistura da branca com a vermelha, sendo empregada em estética para hidratar, higienizar e clarear suavemente a pele. Nesse sentido, suas principais propriedades são tonificar a pele, promover sua elasticidade e realçar seu brilho e maciez, além de ser emoliente, relaxante e antioxidante.
Ação terapêutica da argila cinza
Na composição química da argila cinza, destacam-se os seguintes elementos: sílica e óxido de zinco.
Sua ação terapêutica assemelha-se à do quartzo fumê, cuja composição química apresenta principalmente óxido de silício. Na gemoterapia, o quartzo fumê é indicado para aumentar a fertilidade, equilibrar a energia sexual e fortalecer os tecidos musculares, o sistema cardiovascular e o sistema nervoso. Também é utilizado contra a depressão e fadiga, estabilizando as emoções e reduzindo o estresse.
A argila cinza, por sua vez, é usada para controlar a seborreia em tratamentos capilares, tem efeito descongestionante e ajuda na reconstituição da pele. Auxilia ainda no combate aos radicais livres, nos casos de artrite, no funcionamento do pâncreas e tireoide e nas disfunções do sistema reprodutor masculino ou feminino.
Ação terapêutica da argila preta
Os elementos químicos comumente presentes na argila preta são o alumínio, titânio, magnésio, zinco, ferro e enxofre.
A obsidiana negra é a gema cuja ação terapêutica assemelha-se à da argila preta. Composta quimicamente por óxido de silício, essa gema atua principalmente sobre o psiquismo, favorecendo o autoconhecimento, equilibrando as emoções e reduzindo a raiva, os ressentimentos e os medos. Além disso, ajuda a aliviar contusões, inflamações e infecções.
A pasta de argila preta utilizada na geoterapia exibe uma textura aparentemente gordurosa. No seu preparo, deve-se ter o cuidado de acrescentar a água aos poucos, uma vez que esse tipo de argila pode se diluir com facilidade.
Possui efeitos adstringentes, anti-inflamatórios, descongestionantes, cicatrizantes e antissépticos, além de ativar a circulação sanguínea.
A argila preta é difícil de ser removida, sendo que a higienização deve ser feita com algodão, para evitar o atrito sobre a pele.
Comentário final
Diante do exposto acima, é preciso ressaltar que nos procedimentos geoterápicos é importante considerar a composição (trocas iônicas), estrutura (propriedades) e cor (frequências eletromagnéticas) do elemento argiloso, assim como as características da água usada para a composição da massa, de modo a serem obtidos os efeitos desejados e o êxito nos tratamentos.
Graciela Mendonça da Silva de Medeiros – Enfermeira obstetra, mestre e doutora em Enfermagem e especialista em Acupuntura e técnicas da Medicina Tradicional Chinesa, com experiência clínica e docente na área de Medicina Chinesa, Práticas Integrativas e Complementares com ênfase em Acupuntura Sistêmica, Geoterapia e Reflexoterapia.
Roberto Guterres Marimon – Graduado em Geologia, mestre em Engenharia de Produção e em Ecologia e professor do curso de Naturologia da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.
Nota: artigo extraído e adaptado do capítulo Geoterapia nos cuidados à saúde, do livro Termalismo e crenoterapia no Brasil e no mundo. Organizadores: Fernando Hellmann e Daniel Maurício de Oliveira Rodrigues.
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