Como a fotobiomodulação vascular pode contribuir para as práticas integrativas na medicina chinesa

A luz, desde os primórdios, vem sendo utilizada com finalidades terapêuticas e a medicina chinesa também tem um histórico milenar nesse contexto.

Na medicina chinesa, vários recursos são utilizados para equilibrar o indivíduo e restabelecer assim a saúde. Um desses recursos é a fotobiomodulação (FBM) com aparelhos de laser aplicada nos acupontos, concomitantemente com agulhas ou até substituindo as mesmas em alguns casos. É uma prática já descrita na literatura como acupuntura a laser.

Na fotobiomodulação, além da acupuntura a laser, existe uma modalidade em que a entrega de fótons é feita em modo contínuo por tempos maiores e com irradiação no sangue, promovendo efeitos sistêmicos no organismo, o que desperta interesse dos profissionais da medicina chinesa, principalmente no que se refere ao combate aos radicais livres.

ILIB: origem e evolução da técnica

A técnica percursora desse sistema é a intravascular laser irradiation of blood, conhecida pelo seu acrônimo ILIB, que teve origem na década de 1970, na Rússia e que consistia na introdução de fibra ótica em uma artéria, procedimento caracterizado como invasivo, mas que apresentava efeitos sistêmicos anti-inflamatórios promissores, os quais, como se sugeria, eram decorrentes do alto poder desse procedimento no combate aos radicais livres.

Preconizava-se a realização de 10 sessões iniciais com irradiação de 20/60 minutos e, de acordo com a evolução do quadro clínico, iniciava-se uma nova série após um intervalo de sete a 10 dias.

Com a observação da evolução clínica dos pacientes, pesquisas sobre o mecanismo de ação do ILIB foram intensificadas, evidenciando seu efeito antioxidante devido ao aumento na produção da enzima SOD (superóxido dismutase), fundamental à quebra do mecanismo de formação dos radicais livres gerados a partir do oxigênio.

No caso de haver deficiência da SOD, os mecanismos somam-se e causam danos aos tecidos cardíaco, vascular, pulmonar, pancreático e articular, levando a lesões degenerativas.

No entanto, o método ILIB dava-se de forma invasiva, o que restringia sua aplicabilidade.

A técnica progrediu e sua aplicação tornou-se não invasiva, sendo feita sob a pele, com os mesmos efeitos sistêmicos do procedimento original e denominada agora como fotobiomodulação vascular (FBMV).

Fotobiomodulação vascular - ILIB
Fotobiomodulação vascular (FBMV). Fonte: arquivo pessoal da autora.

Fotobiomodulação vascular: aplicação e efeitos

A aplicação da FBMV pode ser realizada na região do punho, na artéria radial que fica no trajeto do meridiano do pulmão e que coincide com a localização anatômica do ponto taiyuan ou pulmão 9 (P9).

Porém, sugere-se que a aplicabilidade contínua da FBMV tem efeitos sistêmicos e não apenas específicos no meridiano ou ponto em que é feita a entrega dos fótons em modo contínuo.

A FBMV é um recurso que pode ser agregado ao tratamento de pacientes principalmente no que diz respeito ao combate aos radicais livres que são prejudiciais à saúde.

Sugere-se que a FBMV, conhecida como ILIB, seja incorporada ao arsenal terapêutico das práticas integrativas da medicina chinesa, sendo apontada como mais uma ferramenta importante para diversos tratamentos das mais variadas doenças.


 Adriana Schapochnik – Bacharel em Fisioterapia, pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em Medicina Chinesa, pelo Ceata e PhD em Biofotônica Aplicada às Ciências da Saúde, pela Universidade Nove de Julho.

 

Fontes

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