Cura e transformação com o reiki

O reiki, mais do que simplesmente um método, uma técnica, é um caminho de transformação, tanto para quem aplica quanto para quem recebe.

Acredito que o praticante de uma arte ou técnica primeiro precisa passar por uma transformação interna através da prática para transmitir essa transformação mais precisamente para seus clientes e público. Por isso, inicialmente gostaria de falar sobre a minha própria transformação com o reiki.

Em minha busca por conhecimentos metafísicos, com vontade de enxergar e sentir o que existe além da matéria e dos cinco sentidos, acabei encontrando, entre livros e revistas sobre o assunto na época, algo relacionado ao reiki, uma técnica de cura natural vinda do Oriente e que chegava ao Brasil como uma nova maneira de ver a cura e a doença e carregada de questões energéticas e espirituais. Porém, com a correria do dia a dia não encontrava tempo para conhecer pessoalmente a prática, para receber o reiki diretamente, fisicamente, em algum dos diversos lugares que ofereciam uma sessão, algumas vezes até de forma gratuita.

Como a vida sempre nos apresenta surpresas no meio do caminho, certa noite acordei com uma dor de ouvido intensa. Logo na manhã seguinte, fui para o hospital onde fui atendido e medicado. A dor passou, porém estava com a audição do ouvido esquerdo um pouco comprometida, com uma perda da capacidade auditiva. Fiquei muito chateado e triste, pois uma das artes que eu mais aprecio é a música, e como instrumentista de violão e guitarra essa situação me deixou um tanto abalado sabendo que comprometeria minha audição.

Foi quando me lembrei das sessões de reiki que via sendo anunciadas nas revistas e que eram ofertadas em São Paulo, em local próximo de onde eu residia. Lembrei do reiki como uma esperança e, passando por três sessões, logo minha audição voltou normalmente. Então, algo despertou em mim com essa possibilidade de colocar em prática o desenvolvimento de questões espirituais e de ajuda ao próximo, que muitas vezes fica somente na teoria.

Logo eu estava aprendendo a técnica, participando, realizando atendimentos com o reiki e vivenciando essa transformação em outros também, observando cada pessoa que deitava na maca, muitas vezes com a fisionomia tensa ou com um semblante de dor, e em questão de minutos levantava com um ar de paz e felicidade.

O surgimento do reiki

O reiki surgiu no Japão. Seu descobridor foi o sensei Mikao Usui, que nasceu no ano de 1865 em Taniai, distrito de Gifu, no Japão. Ele era um homem de talentos variados e um amante dos livros.

A tradição conta que Usui buscava conhecimentos sobre cura e, após muitos anos de estudos, pesquisas, ardoroso treinamento e meditações, ele se retirou para o monte Kurama, como faziam alguns monges na época, pretendendo alcançar a iluminação. Após 21 dias de intensa meditação, obteve o resultado de seus esforços, recebendo a energia reiki de cura e entendendo como passá-la adiante. Isso aconteceu em 1922, quando Usui tinha 58 anos de idade. Após esse evento, ele resolveu divulgar a técnica, dando-lhe o nome de reiki, em que REI significa energia vital universal e refere-se à essência energética cósmica que permeia todas as coisas, e KI significa a energia vital própria de cada organismo. O reiki é a junção da energia universal com a energia pessoal de cada ser vivo.

Após sua descoberta, Usui tratou inúmeras pessoas, ministrou muitos cursos e fundou uma organização, em Tóquio, a Usui Shiki Reiki Ryoho, que existe até hoje. Alguns de seus principais discípulos foram Ushida (seu sucessor) e Chujiro Hayashi, que eram oficiais da marinha imperial japonesa.

A ponte para o reiki chegar ao Ocidente aconteceu por intermédio do Dr. Chujiro Hayashi, que era médico e que, após a morte de Usui, fundou uma clínica em Tóquio e dedicou-se à cura e à formação de novos mestres de reiki. Entre seus aprendizes estava a sra. Hawayo Takata, que incialmente o havia procurado para curar-se de um câncer. Como clínico, Hayashi produziu uma vasta documentação sobre a aplicação do reiki.

A sra. Takata nasceu em 24 de dezembro de 1900, na ilha das flores de Kawai, no Havaí. Era filha de camponeses imigrantes e trabalhava na cultura de bambu e de cana-de-açúcar. Também trabalhou no comércio e como governanta de uma mansão, onde permaneceu por 20 anos. Em 1935, seus pais retornaram ao Japão, para um período de férias, quando sua irmã de apenas dois anos morreu. Takata foi ao Japão dar a notícia aos seus pais e tratar da saúde, ocasião em que conheceu a clínica de Hayashi. Curou-se, interessou-se pelo reiki e permaneceu ali por um ano, estudando e trabalhando como colaboradora. Voltou ao Havaí e instalou-se em Hilo, onde funcionou seu primeiro consultório, com muito sucesso.

Em 1937, Hayashi foi ao Havaí, permanecendo por seis meses, dando palestras e atuando com o reiki. Em 1938, iniciou Takata como mestre e autorizou-a a transmitir a técnica. Após a segunda guerra mundial, Takata mudou-se pra os Estados Unidos, dedicando-se a tratamentos com o reiki e ministrando cursos. Ela faleceu em 12 de dezembro de 1980, indicando, como sua sucessora, sua neta Phyllis Lei Furumoto.

Comprovação da eficácia do reiki

O reiki como terapia complementar e integrativa já faz parte da rotina de pacientes em alguns hospitais públicos e particulares no Brasil e pelo mundo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde reconhecem que, se realizadas em conjunto com os tratamentos tradicionais, essas terapias melhoram a qualidade de vida dos pacientes. E, com base nisso, já foram até incluídas na política de saúde pública.

O reiki é uma das 29 modalidades de práticas integrativas e complementares (PICs) oferecidas à população, através do SUS (Sistema Único de Saúde). E consta do Glossário Temático do Ministério da Saúde, onde é definido como “prática terapêutica que utiliza a imposição das mãos para canalização da energia vital, visando promover o equilíbrio energético, necessário ao bem-estar físico e mental”.

Transformações e curas são muito significativas com o uso de reiki quando se observa de perto os atendimentos. Um dos muitos casos que presenciei foi o de uma senhora que frequentava um dos plantões de reiki de que participei. Ela buscava a cura de uma ferida em uma de suas pernas e que por anos não cicatrizava. Lembro-me dela recebendo três sessões de reiki. Após isso, fiquei um período de aproximadamente três meses sem frequentar o plantão e, quando retornei, lá estava a senhora já com a ferida curada. Ela mesma se tornou reikiana e estava participando do plantão oferecendo o reiki para as pessoas que iam lá buscar o tratamento. Essa é uma das transformações de que trata o título deste artigo: a pessoa deixa de ser um enfermo e passa a ser um agente de cura, com gratidão a essa técnica.

Mas, além dos resultados observáveis na prática do dia a dia, a técnica também foi testada com métodos científicos no Brasil, México, Portugal e em outros países.

Um dos estudos feitos no Brasil foi o do psicobiólogo Ricardo Monezi, que testou o tratamento em camundongos com câncer, procurando, na experimentação com esses animais, isolar o efeito placebo. Para a sua pesquisa na Universidade de São Paulo (USP), Monezi escolheu o reiki entre outras técnicas de imposição de mãos por tratar-se da única sem conotação religiosa. No experimento, a equipe de pesquisadores dividiu 60 camundongos com tumores em três grupos. O grupo-controle não recebeu nenhum tipo de tratamento, o grupo “controle-luva” recebeu imposição com um par de luvas preso a cabos de madeira e o grupo “impostação” teve o tratamento tradicional sempre pelas mãos do mesmo terapeuta reikiano.

Os animais foram avaliados quanto à sua resposta imunológica, ou seja, a capacidade do organismo de destruir tumores. Os resultados mostraram que nos animais do grupo “impostação” os glóbulos brancos e células imunológicas tinham dobrado sua capacidade de reconhecer e destruir as células cancerígenas.

Mudança de paradigma

Muitas são as variáveis que envolvem a erradicação completa de uma doença no ser humano. As ligações que existem entre o físico, o emocional, o mental e até o espiritual precisam muito ser estudadas. Precisamos unir e complementar os diversos pontos de vista sobre a saúde, para podermos chegar a um equilíbrio total, o reequilíbrio de que o ser humano necessita, principalmente nos tempos tão acelerados e conturbados em que vivemos.

O reiki é um caminho em que as pessoas podem exercer a ajuda ao próximo, a compaixão e a espiritualidade de uma forma prática e natural.

Estamos prestes a uma mudança de paradigma na humanidade, e que a transformação chegue serena até você, seus pacientes ou clientes com o toque sutil do reiki.


Clayton Agni – Terapeuta holístico e pesquisador em terapias holísticas há 15 anos, com Certificado de Responsabilidade Técnica Holística (CRTH – 1133) e mestrado nos sistemas Reiki Usui, Karuna Reiki, Tera mai Reiki, Gendai Reiki Ho, Kundalini Tantra Reiki, Celtic Reiki, Ma Heo ´o Reiki, Magnified Healing, Cura Maya, Ama Deus e Shamballa Reiki.