Domínio da mente como instrumento de saúde e realização

A mente é um campo muito estudado, pouco desvendado e com imenso potencial a ser explorado. Não me atreveria a discorrer e explicar sobre a mente humana em termos científicos ou técnicos, baseados na ciência e medicina tradicional. No entanto, a mente conquistada através da meditação já foi testada e apresentada em inúmeros artigos científicos e simpósios, com incontáveis resultados físicos, preventivos, paliativos e de recuperação.

Nas medicinas milenares, como ayurveda e medicina chinesa, assim como nos conceitos da psicossomática e da metafísica ou em estudos que descrevem como “o corpo fala”, foi demonstrado que o trato da mente faz diferença para a saúde, comportamento e qualidade de vida do ser humano.

A terapia integrativa e as ramificações que ela abraça, juntamente com os estudos filosóficos do yoga, oferecem a perspectiva de que a prática de exercícios mentais (meditação) é uma das ferramentas terapêuticas mais ricas e eficazes de todos os tempos. Também é possível entender a meditação como um estado de serenidade da mente. E, consequentemente, de pensamentos saudáveis e, em seguida, ideias e ações. Reflita sobre essa sequência: pensamento, palavra e ação.

Origens da meditação

A origem da prática da meditação como instrumento de transformação e de qualidade de vida não é certa e nem exata. Sabe-se que ela esteve presente desde a antiguidade, na Índia, entre o povo Maia, no Egito, no Japão e na China, expandindo-se então entre os mais diversos povos, religiões e grupos fechados. Atualmente, verifica-se a prática da meditação em todos os cantos do mundo, onde continua a ganhar adeptos das mais diversas categorias, grupos sociais e motivações.

Em tempo de tantas turbulências e transformações que o planeta e nós, seus moradores, temos vivido e sentido, conquistar um estado de serenidade e paz e uma postura positiva e de ação, em vez de apenas reação, é o que todos gostariam e abraçariam se houvesse onde encontrar isso. E a meditação oferece essa oportunidade do despertar da consciência, entre outros benefícios. Como afirmou C. G. Jung, “até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino”.

Outro motivo dessa crescente valorização da prática da meditação é que se trata de um instrumento que pode ser usado para prevenção de males e melhoria do bem-estar de forma natural e sem riscos, quando orientado por um profissional experiente e habilitado, o que está alinhado com a crescente busca atual das pessoas em relação à mudança de hábitos e adoção de um estilo de vida mais leve e saudável.

Quem pode e deve meditar?

O pensador e filósofo Mokiti Okada diz que existem três males que afligem a humanidade, não apenas hoje mas em todos os tempos: a doença, a pobreza e o conflito. E, dentre eles, qual é pior e mais drástico? Qual paralisa todas as ações, planos e propósitos humanos? A doença, é claro. Ao perder a saúde, o ser humano fica impedido de toda e qualquer ação e de explorar as possibilidades que podem levá-lo à “felicidade”. Estar em estado de enfermidade e ao mesmo tempo vivenciar o estado de felicidade não é algo impossível, mas conquistado por poucos.

Nas terapias integrativas, aborda-se o ser humano de forma holística: corpo, mente, espírito e energia. Portanto, ao acontecer o desequilíbrio de um desses setores, o ser pode ser considerado em processo de falta de saúde.

E a meditação vem trazer essa contribuição de pôr ordem e saúde à mente e, a partir daí, contribuir para a saúde do corpo e do espírito e melhoria em todos os demais setores, possibilitando frequências e práticas para vencer os outros dois males, pobreza e conflito, de forma a se alcançar a tão almejada saúde plena. “O que somos é consequência do que pensamos”, afirmava Buda.

Ou seja, a meditação serve a todos, nos mais diferentes aspectos da vida: problemas em relacionamentos, prosperidade, carreira profissional, autoconhecimento, entendimento da missão e propósito, aceitação e vivência positiva das experiências do passado, expansão do entendimento da consciência e da inconstância, processos de cuidado e cura de dificuldades emocionais e físicas, reversão de doenças já instaladas por meios integrativos, processos de transformação pessoal e transição e despertar e aprimoramento das capacidades internas.

Hábitos nocivos a uma mente saudável

Nas sociedades modernas, existe uma enorme lista de hábitos sociais nocivos e prejudiciais à manutenção de uma mente saudável: muitas horas de trabalho e poucas de relaxamento e contato com si mesmo, busca constante de reconhecimento, aprovação e consumismo, disputas de poder social ou econômico, alimentação com conservantes e embutidos e em horários desregrados, comparações e números que classificam as pessoas nas redes sociais, preconceitos e julgamentos baseados nas diferenças, excessos e vícios, fadiga física, mente conturbada, etc.

“Aquilo que consome sua mente controla sua vida”, afirma Zig Ziglar. Portanto, é importante que, ao observar essa lista, cada um pare e verifique se (e o quanto) esses hábitos lhe trazem conforto/desconforto, insatisfações e desequilíbrios.

O cuidado da mente através da meditação pode ajudar as pessoas a se libertarem desses hábitos e parâmetros, trazendo uma paz e tranquilidade que, por muitas vezes, eram consideradas impossíveis.

Meditação como processo de cura

Pode-se afirmar que nunca a humanidade necessitou tanto conhecer e praticar a meditação como processo de cura, no sentido mais amplo e transformador dessa palavra.

E esse processo acontece em diversas etapas. A princípio, tomar a decisão de reservar um tempo para o autocuidado já é o primeiro passo que a pessoa pode dar para a transformação, tratamento e cura dos mais diversos tipos de males e dificuldades que a afligem.

A meditação pode ser administrada individualmente ou em grupo, nos mais diversos locais, como escolas, clubes, eventos e empresas, entre outros. É uma ferramenta simples, de fácil acesso, com baixo custo e disponível e possível de ser utilizada por toda e qualquer pessoa. Crianças podem realizar a prática, conquistando mais atenção, criatividade e disciplina. Jovens e adultos, por sua vez, adquirem mais autoconhecimento, poder de decisão, equilíbrio, fortalecimento da imunidade e estilo de vida mais saudável. Pessoas idosas e em recuperação e convalescência de saúde, ganham mais paciência, aceitação e consciência da inconstância e temporariedade terrena.

Com a meditação, a mente é trabalhada, fortalecida e ampliada. Os pensamentos são observados, cuidados, classificados, reconhecidos e desintoxicados. Mas, para isso, é preciso que seja tomada a atenção necessária para que o próprio pensamento e a mente não se convertam num “bloqueio” que impeça esse acesso à mudança e ao novo, por meio da dúvida, ceticismo, autossabotagem ou preconceito em relação ao desconhecido.

E mesmo para aqueles que já tenham tentado praticar a meditação e acabaram não conseguindo ou desistindo, vale lembrar que sempre é possível tentar de novo, de uma forma diferente e com outra atitude.

Para obter resultados com a meditação, é aconselhável seguir as seguintes recomendações: procurar um profissional que possa ser o guia/professor no início, reservar um tempo para a prática (alguns minutos já podem ser suficientes) e cumpri-lo, ser disciplinado por um tempo mínimo, definir objetivos e propósitos a serem alcançados e seguir de forma firme e persistente, com base sólida, postura consciente e coração e mente alinhados e tranquilos. É preciso meditar até que essa prática transforme-se no combustível diário que vai permitir que a pessoa viva de maneira mais leve e tranquila, no mundo que temos à nossa volta e sob qualquer circunstância.

Conquistas obtidas com a prática da meditação

Esses são alguns dos principais benefícios proporcionados pela prática da meditação: tranquilidade, paz, paciência, equilíbrio entre corpo, mente e espírito, presença no presente, energia física, autoaceitação e aceitação das diferenças, consciência da limitação física e da infinitude da alma, sentimento de pertencimento do todo em nós e de nós no todo, melhor restabelecimento e controle de doenças físicas e psicológicas, melhor vivência nos relacionamentos e vários outros.

Como diz Andrew Carnegie, “o homem que adquire a habilidade de tomar posse completa de sua própria mente, pode tomar posse de qualquer coisa a que tenha direito”.

Através do exercício e prática da meditação, a pessoa tem acesso a inúmeras experiências e sensações novas, sendo que pode até ser difícil descrevê-las em palavras. Mas, ao serem acessadas e reconhecidas, elas se farão presentes e necessárias em todo um novo estilo de vida.


Wilton Cruz – Terapeuta integrativo, pós-graduado em Naturopatia, especialista em Cristaloterapia e Numerologia Pitagórica, conhecedor de ervas medicinais (fitoenergéticos) do norte do Brasil, barras de access, tameana, alinhamento de chacras, florais de Bach, cromoterapia, yoga, meditação e consultoria numérica pessoal e empresarial. Criador do método terapêutico Terapia de Valor®.

 

Fontes

Briganti, Carlos R. Psicossomática entre o bem e o mal. Ed. Summus. 1999.

Chopra, Dr. Deepak. Conexão Saúde. Ed. Best Seller. 1987.

Johari, Harish. Chakras. Ed. Pensamento. 2010.

Leadbeater, C. W. Os Chrakras. Ed Pensamento. 2009.

Siegel, Bernie S. Amor, medicina e milagres. Ed. Best Seller. 2000.

Sadhguru. Engenharia Interior. O guia de um yogi para a alegria. Ed. Academia. 2019.

Sivananda, Swami. O poder do pensamento pela ioga. Ed. Pensamento. 2018.

Titmuss, Christopher. Cura pela Meditação. Ed. Pensamento – Cultrix. 2015.