Atualmente, a prática da medicina, sobretudo no mundo ocidental, caracteriza-se por alguns pontos que devem ser considerados em razão das consequências e resultados que trazem para a saúde dos pacientes.
O primeiro deles é a abordagem fragmentada do ser humano, que é visto como “partes” que devem ser analisadas e tratadas de forma isolada.
Nesse sentido, se a pessoa apresenta problemas na pele, vai ao dermatologista; se tem sintomas cardíacos, procura um cardiologista e assim por diante.
Outro importante aspecto a ser observado é que os profissionais da área médica convencional elaboram o diagnóstico com base primordialmente nos resultados de exames laboratoriais e tecnológicos.
E, então, decidem que tratamento será aplicado, de acordo com os achados e interpretações resultantes de trabalhos científicos publicados, cujas conclusões são embasadas em dados estatísticos do grupo estudado.
Dessa forma, o diagnóstico, além de não ser personalizado, geralmente leva em conta apenas o foco específico da queixa do paciente.
Diante dessa situação, cabe perguntar: como fica a pessoa que não sabe a que especialidade deve recorrer?
E o que acontece nos casos em que o paciente possui características e comportamentos que se encontram fora da média observada nos trabalhos científicos publicados?
No que se refere especificamente ao Brasil, há também um terceiro aspecto a ser considerado: o fato de que existem inúmeras terapias integrativas e complementares que são reconhecidas pelo sistema nacional de saúde vigente e outras que ainda não são.
Isso limita o leque de opções terapêuticas de que os médicos podem dispor, fazendo com que sejam levados a abrir mão de algumas práticas que já são reconhecidas e aplicadas em outros países ou sobre cuja eficácia eles próprios estão convictos, em função dos resultados positivos obtidos em suas vivências clínicas.
Medicina integrativa: abordagem sistêmica
Ao fazer o juramento de Hipócrates, o médico compromete-se a proporcionar ao paciente o melhor que a medicina pode oferecer.
A medicina integrativa surge, nesse contexto, como alternativa para sanar os pontos acima mencionados, na tentativa de oferecer aos pacientes um cuidado mais abrangente e holístico.
Nesse sentido, observa-se aqui outro de seus pontos fundamentais: a multidisciplinaridade, ou seja, a união de profissionais com diferentes saberes e práticas, atuando em sinergia em prol do diagnóstico, tratamento e recuperação/manutenção da saúde integral dos pacientes.
Medicina integrativa é uma abordagem médica que integra as chamadas medicinas complementares ao conhecimento médico convencional.
Ao mesmo tempo, traz, para a prática clínica, os avanços científicos de ponta, de acordo com o que preconiza a chamada medicina translacional, transformando tais conhecimentos em instrumentos de investigação diagnóstica e/ou tratamentos aplicáveis no dia a dia de clínicas e consultórios.
Com um entendimento sistêmico do ser humano, integrando corpo, mente, emoções, energias, hábitos, meio ambiente e alimentação, busca promover os fatores salutogênicos e reduzir os fatores fisiopatogênicos, ou seja, não só combater as doenças, mas proporcionar saúde integral.
Sendo assim, a medicina integrativa soa mais verdadeira na abordagem do paciente.
Dra. Wendy Falzoni – Médica com especialização em medicina integrativa pela Uniube, Vice-presidente do CMBO – Colégio Médico Brasileiro de Ozonioterapia, membro da AMBBDORT – Associação Médica Brasileira de BDORT e oftalmologista, com especialização em disfunção neurovisual, na Vide Oftalmologia.