Profissionais de saúde: cuidar-se para cuidar melhor

Independentemente do ritmo de vida que levamos, todos precisamos ter atenção e cuidados em relação a nós mesmos. Sem cuidados vamos caminhando para um grau de adoecimento, causado por fatores externos e internos. E isso é válido também para os profissionais da área de saúde.

Infelizmente, algumas vezes existe uma visão errônea de que um profissional de saúde não tem, como todos, preocupações particulares, desafios, questões pessoais e personalidade própria. Pois sim, todos têm. O que os diferencia é o compromisso e a responsabilidade de cuidar do outro de forma cortês e empática.

Eu próprio já ouvi a frase: mas você não é terapeuta? Sim, sou. Mas terapeuta também fica triste, tem preocupações, fica cansado e adoece.

A sobrecarga nesses profissionais acontece repentinamente, em função da própria vida, de problemas particulares, de extensas jornadas de trabalho e dos desafios cada vez maiores em cuidar dos outros. Lembrando que este artigo tem ainda a particularidade de ter sido escrito em 2020, durante os problemas trazidos pela pandemia provocada pelo coronavírus.

Iniciamos, então, nosso questionamento pela seguinte pergunta: terapeutas, médicos e demais profissionais de saúde se cuidam?

O que é saúde integral

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o termo saúde integral é usado para descrever a condição de quem possui saúde em todos aspectos e setores da vida. O conceito adotado pela OMS, em 1984, estabelece que “saúde é o estado completo de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”.

Portanto, o conceito de saúde integral refere-se à não dissolução entre a saúde física e mental, já que uma é tão importante quanto a outra. Para que se considere a existência verdadeira de saúde, é necessário o cuidado integral.

A naturopatia e a terapia integrativa são algumas das muitas práticas a serem utilizadas na busca por saúde integral.

A naturopatia baseia-se em recursos de cuidados para o bem-estar, com a utilização de elementos da natureza, como por exemplo cristais (cristaloterapia), ervas (fitoterapia), óleos essenciais (aromaterapia) e cores (cromoterapia), entre outros, realizada por profissionais e técnicos da área, já que todas essas práticas são licenciadas e exigem formação específica.

Já as terapias integrativas são aquelas em que se utilizam essas técnicas citadas, somadas a práticas energéticas e vibracionais, para resgatar a saúde e bem-estar em todos os atendidos, inclusive nos profissionais da área de saúde.

Esses cuidados e técnicas a que chamamos de terapias integrativas e medicina integrativa podem ser realizados de forma isolada e/ou em conjunto com qualquer área de tratamento médico, sem descartar a medicina convencional. As práticas integrativas vieram para somar e não para concorrer.

A medicina convencional tem um papel fundamental na preservação da saúde e as terapias integrativas vêm para preencher as lacunas de resgatar o cuidado de forma empática e humana, indo além de exames, diagnósticos e remédios. A terapia integrativa não põe foco em doenças, mas sim em saúde e bem-estar, em ver e ouvir o atendido e em tentar entender a origem do problema de saúde ou dificuldade de bem-estar.

Quando falamos de saúde integral, estamos nos referido a cuidados e práticas que nos levam à felicidade. Mas esse sentimento pode ser medido? Vamos pensar na seguinte composição: uma pessoa que está com seu organismo físico em ótimo funcionamento (saúde física), seus pensamentos e sensações tranquilos (saúde mental) e relacionamentos equilibrados. Pode se considerar feliz ou não? Mas essa composição é tão rara e frágil, que só é possível de ser alcançada por meio do cuidado pessoal constante. Todos nós precisamos desse cuidado, inclusive e especialmente os profissionais de saúde. E quem cuidaria deles? Os próprios profissionais que atuam com base no conceito de saúde integral. Como terapeuta integrativo, que realiza esse tipo de atendimento especifico para outros profissionais da área, tenho testemunhado o quanto ele é necessário e os benefícios positivos que pode trazer. Como diz a frase de um autor desconhecido, “ninguém pode ter saúde plena, física e mental, sem limpar o coração, largar o passado e perdoar a ignorância alheia”.

Todos nós passamos por desafios e podemos acabar por negligenciar os cuidados pessoais de que precisamos. Especialmente os profissionais de saúde, que trabalham no limite das dores e lamúrias do ser humano, necessitam com urgência da consciência de reservar um tempo para buscar formas de cuidados e autocuidados. E isso nos remete também à questão de que a saúde integral do terapeuta e profissional de saúde tem impacto direto na qualidade de seu atendimento e trabalho.

2020: um ano atípico e de desafios com a pandemia

O ano de 2020 trouxe-nos o desafio de uma doença nova, de rápida contaminação e acelerado índice de óbitos. Isso tudo nos remete às nossas fragilidades, à importância do aprender e à necessidade do acolhimento e respeito pelo próximo.

Além das pesquisas, buscas e estudos para trazer explicações claras sobre a doença e sobre fórmulas de tratamento e vacinas, esse cenário revela a importância de entender e pôr em prática a consciência de que o cuidado individual e coletivo é necessário e obrigatório.

Rever hábitos, práticas e conceitos. Analisar formas de viver e cuidar. Aceitar a fragilidade humana e a finitude física. Buscar resistência somada à leveza. As demandas foram muitas e representaram para uns um abismo desesperador e para outros um momento de lapidação e crescimento.

Cuidados e empatia

Não existe algo mais satisfatório e eficaz, tanto para quem oferece como para quem recebe, do que um tratamento, um cuidado com empatia. A velha frase traz seu respeito nesse momento: “faça aos outros apenas o que gostaria que fosse feito com você.”

Quase todo mundo já teve uma experiência infeliz em um atendimento em geral e em um momento de buscar um médico ou ser atendido por um profissional de saúde. Em muitos lugares, isso tem sido observado e corrigido, o que faz diferença no resultado final, que nesse caso seria a recuperação da saúde. Merecem parabéns os profissionais de saúde e terapeutas que vivenciam sua prática com amor, respeito, cuidado e empatia.

Ser humano e humanitarismo

No contexto que estamos abordando, os termos ser humano e humanitarismo são excelentes para uma boa reflexão.

Ser humano, que deriva da expressão em latim “homo sapiens”, significa homem sábio. O que vimos, em geral, no convívio entre as pessoas, nos tempos atuais, remete-nos a essa afirmativa? Viver além da prática de sobrevivência, das rotinas, das regras sociais e das aparências pode ser uma forma mais próxima do “homem sábio”.

Humanitarismo, por sua vez, indica a prática com objetivo de garantir o bem-estar do ser humano. Está também relacionado a filantropia e a obras de caridade. Diria que pode ser considerado como a forma “ideal” de convivência entre os seres humanos.

No momento em que as pessoas vivem grandes desafios e conflitos, é normal que esses termos venham à tona e muitas passem a praticar o humanitarismo.

Então, isso pode ser encarado como uma ótima oportunidade para reflexões, “faxinas”, exercícios e práticas que nos façam entender a importância indispensável e inadiável de autocuidado e de mudanças de atitude em relação ao planeta e demais seres.

Procurar ajuda, buscar conhecimentos, praticar os cuidados e autocuidados e iniciar uma vida nova, melhor, mais leve e com mais saúde integral. O corpo dá sinais, a vida dá sinais, o planeta dá sinais.

Desafios do profissional de saúde e bem-estar

O profissional de saúde tem o papel de atender e auxiliar o paciente no processo de tratamento e busca de saúde. Entretanto, cabe repetir que esse profissional também precisa desses cuidados, mas nem sempre inicia essa prática. Como Freud afirmou, “olhe para dentro, para as suas profundezas. Aprenda primeiro a se conhecer”.

Esses são alguns fatores que podem interferir no bem-estar físico e emocional de um profissional da área de saúde e/ou terapeuta: jornadas de trabalho muito longas, falta de infraestrutura para a realização dos serviços, preocupação com o resultado dos tratamentos que realiza, falta de consciência em criar limites, exigências externas e internas, ausência do hábito de autocuidados e falta de um profissional específico que supra essa demanda de cuidar de outros profissionais.

Ser cuidado, ser integral

Existem dezenas ou centenas de filosofias que falam sobre ser feliz, ser pleno, ser conhecedor de si mesmo e ter controle de suas sensações, ações e realizações. Tudo isso é apenas a representação de um mundo ideal ou é mesmo possível?

Todos os seres humanos buscam e gostariam de ter uma vida feliz, produtiva e plena. E se isso não é um ponto de chegada ou um estado permanente, é ao menos uma sensação que pode ser vivida e experimentada muitas vezes.

O equilíbrio tem sido meu objeto de estudo como terapeuta, há algum tempo, assim como a determinação do que faz os seres felizes. E não tem como estar bem em relação a saúde, relacionamentos, prosperidade e por aí vai, se a pessoa não se cuidar.

Os caminhos são diversos, mas todos precisamos de reserva de tempo, de cuidados e atenção. Algumas vezes é possível o autocuidado, em outras, para se conhecer melhor, se entender e se cuidar, nada substitui o apoio de um outro terapeuta ou profissional de saúde. Nesse mundo tão atordoado em que vivemos, pode ser fundamental ter alguém que nos escute, nos auxilie e nos cuide.

Se essa prática não faz parte de sua agenda, terapeuta ou profissional de saúde, experimente-a e verá que sua vida nunca mais será a mesma e que tudo pode ser melhor. É como afirma essa conhecida frase: “sozinhos vamos mais rápido, juntos vamos mais longe”.


Wilton Cruz – Terapeuta integrativo, pós-graduado em Naturopatia, especialista em Cristaloterapia e Numerologia Pitagórica, conhecedor de ervas medicinais (fitoenergéticos) do norte do Brasil, barras de access, tameana, alinhamento de chacras, florais de Bach, cromoterapia, yoga, meditação e consultoria numérica pessoal e empresarial. Criador do método terapêutico Terapia de Valor®.

 

Fontes

Briganti, Carlos R. Psicossomática entre o bem e o mal. Ed. Summus. 1999.

Chopra, Dr. Deepak. Conexão Saúde. Ed. Best Seller. 1987.

Filho, Alírio de Cerqueira. Energia dos Chakras. Ed. Plenitude. 2015.

Leadbeater, C. W. Os Chrakras. Ed Pensamento. 2009.

  1. Siegel, M. D. Bernie. Amor, medicina e milagres. Ed. Best Seller. 2000.

Sadhguru. Engenharia Interior. O guia de um yogi para a alegria. Ed. Academia. 2019.

Titmuss, Christopher. Cura pela Meditação. Ed. Pensamento – Cultrix. 2015.