A próstata é uma pequena glândula localizada na pélvis, encontrada apenas nos homens. Tem o tamanho semelhante ao de uma noz, fica entre o pênis e a bexiga e produz um fluido espesso e branco que é misturado com o esperma e secretado na ejaculação.
O câncer de próstata em estágio inicial geralmente não apresenta sintomas, porém em estágio avançado pode provocar sintomas como micção frequente, fluxo urinário fraco ou interrompido, vontade de urinar frequentemente à noite (nictúria), sangue na urina ou no líquido seminal, disfunção erétil, dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos se a doença se disseminou e fraqueza ou dormência nas pernas e pés.
Grande parte desses sintomas pode ser provocada por outras condições clínicas, não necessariamente pelo câncer de próstata. O aumento da frequência urinária, por exemplo, é muito mais comum na hiperplasia prostática benigna (HBP), que é caracterizada por um crescimento benigno da próstata.
Como fatores de risco, os antecedentes familiares assumem grande importância – um paciente cujo pai ou tio teve câncer de próstata tem o dobro de possibilidade para desenvolver a doença do que a população em geral.
O risco é ainda maior para os homens que têm um irmão com a doença. Se o paciente tiver menos de 65 anos e mais de um parente afetado pela doença, o risco aumenta de seis a 11 vezes.
Pacientes com parentes de primeiro grau com câncer de próstata diagnosticado com menos de 55 anos podem ser portadores de câncer de próstata hereditário (menos de 2% dos casos).
Outros fatores de risco envolvem a alimentação (dieta rica em gordura e carne vermelha e pobre em legumes, vegetais e frutas), sedentarismo e obesidade (que levam a um câncer de próstata ainda mais agressivo), taxas de estrogênio (quanto maior a taxa, maior o risco), etnia (negros têm maior incidência, enquanto descendentes asiáticos apresentam menor), região onde se vive (norte-americanos têm mais câncer de próstata do que asiáticos), nível de poluição ambiental, assim como contato com derivados de borracha e substâncias como ferro, cromo, chumbo e cádmio.
Atualmente, tem se verificado o valor do antígeno prostático específico (PSA) para predizer a chance de câncer de próstata no futuro do paciente. Homens com PSA menor do que 1 ng/ml têm chance menor que 5% de apresentarem câncer de próstata num seguimento de 10 anos.
O tratamento-padrão para esse tipo de câncer é a prostatectomia radical, que consiste na retirada da próstata e das vesículas seminais, e linfadenectomia ilíaco-obturadora bilateral. A linfadenectomia estendida é indicada para pacientes considerados de risco intermediário e alto.
A prostatectomia radical tem por objetivo curar o paciente portador do câncer de próstata e, além disso, remover o câncer por completo. Pode ser feita por via perineal ou retropúbica ou pela modalidade de cirurgia robô-assistida. Todas podem ter resultados bons desde que seja aplicada a técnica operatória adequada.
Fitoterapia para problemas na próstata
Nos últimos anos, os produtos provenientes da natureza têm desempenhado um papel relevante na prevenção e tratamento de determinados tipos de câncer.
Os produtos de origem natural, que provêm de plantas terrestres e marinhas, animais e microrganismos, tendem a apresentar maior diversidade e qualidade estrutural molecular, quando comparados com as substâncias sintéticas. Registra-se, inclusive, que muitas substâncias sintéticas, farmacologicamente ativas, têm origem em recursos naturais, como as plantas medicinais.
Atualmente, os fitoterápicos são considerados como potenciais agentes preventivos do câncer, uma vez que apresentam nível de toxicidade baixo ou praticamente inexistente, eficácia elevada e comprovada, possibilidade de serem consumidos oralmente, baixo custo, mecanismo de ação conhecido e boa aceitação pela comunidade em geral e científica.
Um excelente fitoterápico para a próstata, que pode ser usado para complementar o tratamento clínico da próstata aumentada é o suco de tomate, pois é um alimento funcional que ajuda a reduzir a inflamação da glândula e prevenir o câncer.
Além disso, para facilitar o fluxo da urina, que fica diminuído quando ocorrem problemas na próstata, pode-se consumir saw palmetto, também conhecida por Serenoa repens. O extrato dos seus frutos pode ser utilizado na forma de pó para chá, cápsula ou loção, sendo recomendada a ingestão de até 320 mg uma vez ao dia. No entanto, a dose deve ser sempre orientada por um naturopata ou profissional de saúde com conhecimento em fitoterapia.
Saw palmetto
Saw palmetto é uma planta medicinal que pode ser usada como remédio caseiro para impotência, problemas de urina e próstata aumentada. As propriedades medicinais da planta vêm dos seus pequenos frutos preto-azulados semelhantes a amoras. Também conhecida como sabal, é uma pequena palmeira de hastes espinhosas e serreadas, que tem até quatro metros de altura, sendo comum na Flórida, nos Estados Unidos.
A saw palmetto serve para o tratamento dos sintomas da hiperplasia da próstata, tumor benigno da próstata, prostatite, problemas urinários, cistite, queda de cabelos, ejaculação precoce, impotência sexual, eczema, tosse e asma.
Essa planta tem propriedades anti-inflamatórias, antiestrogênicas, diuréticas, antisseborreicas e afrodisíacas. Atua também como inibidora do crescimento das células da próstata no caso de tumores benignos nessa glândula.
Os efeitos colaterais da saw palmetto são raros, mas alguns indivíduos apresentaram dores de estômago, alterações no paladar como gosto amargo, diarreia ou prisão de ventre, náuseas, vômitos e urticária.
A saw palmetto é contraindicada para mulheres grávidas, lactantes e indivíduos com hipersensibilidade à planta.
Suco de tomate
Para manter a saúde da próstata pode-se consumir suco de tomate, que além de conter vitamina C, ácido fólico, ferro e outros minerais é um vegetal bastante rico em licopeno, que ajuda a combater a inflamação da próstata, o que torna o tomate um alimento funcional.
Esse suco é uma boa opção para homens que têm histórico familiar relacionado com a próstata, devendo ser encarado como um suplemento alimentar diário ao tratamento médico, que normalmente inclui medicamentos e em alguns casos cirurgia. Por isso, o tomate também pode ser inserido mais regularmente na alimentação diária, para manter a saúde da próstata.
Urtiga
A urtiga é uma excelente planta para se usar contra a próstata aumentada, pois contém substâncias que diminuem as enzimas responsáveis pela inflamação da glândula, além de regular os níveis de testosterona. Assim, a urtiga reduz o tamanho da próstata e alivia os sintomas mais frequentes, especialmente a dificuldade para urinar.
Para tratar a inflamação da próstata, é indicada a ingestão de 120 mg de cápsulas de raiz de urtiga, três vezes ao dia, após as refeições, por exemplo.
Semente de abóbora
As sementes de abóbora são outro dos remédios caseiros mais populares para tratar problemas de próstata, pois contêm substâncias anti-inflamatórias e antioxidantes que, além de reduzirem a inflamação da glândula, também previnem o surgimento de câncer.
Para obter esses benefícios deve-se comer um punhado de sementes todos os dias, com o café da manhã, por exemplo, ou usar o óleo de semente de abóbora no preparo de pratos.
Outras opções
O pólen das abelhas contém abundantes vitaminas e minerais e certos hormônios de efeito estimulante sobre os órgãos sexuais masculinos.
As folhas de couve também podem ser eficientes para ajudar no tratamento da próstata. Devem ser usadas como emplastro.
O leite de coco é um remédio natural e nutritivo, que também ajuda a combater essa doença.
As infusões feitas com cabelo de milho e cavalinha são boas para combater a prostatite. Devem ser tomadas duas vezes ao dia.
É recomendável, ainda, tomar todos os dias, em jejum, suco batido no liquidificador, com um copo de água, um limão inteiro com a casca e um ramo de salsinha.
Fabian Friedrich – Farmacêutico-bioquímico, especialista, mestre, doutor e pesquisador em Biologia Molecular, Prefeitura Municipal em Blumenau/SC.
Mari Uyeda – Mestre em Ciências da Saúde, nutricionista e professora do Departamento de Ciências da Saúde da Pós-graduação da Universidade Nove de Julho.