Cuidado de si: teoria e prática da autonomia em saúde integrativa

A ideia de “cuidado de si” propõe que o indivíduo estabeleça uma atenção plena ao próprio corpo, produzindo mais saúde e qualidade de vida de maneira autônoma e responsável.

E o que se observa é que esse é um conceito intrínseco a todas as modalidades de práticas integrativas e complementares em saúde (PICs).

No contexto da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, as PICs são apresentadas como práticas que contemplam recursos terapêuticos e racionalidades médicas que têm como objetivo estimular os mecanismos naturais de prevenção de doenças e recuperação da saúde, por meio de tecnologias eficazes e seguras, tendo como base uma visão ampliada do processo de saúde-doença e incentivando a promoção global do cuidado humano e, em especial, do autocuidado.

O estudo apresentado neste artigo teve como objetivo elaborar uma revisão de literatura sobre o conceito de cuidado de si e analisar as possibilidades de se praticá-lo de forma integrada com a aplicação das PICs, coletivamente, no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde).

Como relato de caso, foi utilizado o trabalho desenvolvido nas Academias da Saúde da cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, em que foram implementadas práticas de cuidado de si, como parte de um projeto relativo às PICs.

As Academias da Saúde constituem um programa do SUS, criado em 2011, que visa a promover saúde e qualidade de vida e a prevenir doenças crônicas, estimulando a realização de atividades e exercícios físicos e de práticas lúdicas e de lazer.

Revisão de literatura: cuidado de si numa concepção filosófica

O conceito de cuidado de si, além de indicar uma atenção plena ao próprio corpo, de forma a perceber seu funcionamento e a buscar saúde e qualidade de vida de maneira autônoma e responsável, refere-se também à necessidade de o indivíduo estar consciente dos encontros que ele estabelece com o mundo e de como esses encontros o afetam, sendo assim capaz de escolher o que lhe traz potência de vida.

Para Espinosa, filósofo holandês do século XVII, uma perspectiva ética de vida consiste em experimentar o maior número de encontros com outros corpos para termos condições de apreender e compreender qualquer alteração a que nos submetemos, podendo assim escolher e priorizar os encontros que nos estimulam a viver com mais potência e saúde.

A ideia de encontro de corpos está entre os filósofos pré-socráticos, especialmente, Heráclito de Éfeso, que defendia um conceito do universo como sendo constituído de corpos e vazio. No vazio, os corpos estariam em constante movimento e os choques entre eles produziriam lentificações. Quanto mais concentração de corpos, menos movimento, mais lentificações e maior densidade dos corpos formados. Quanto menos concentração de corpos, mais movimento, menos lentificações e menos materialidade dos corpos produzidos.

Nessa perspectiva de impermanência, os corpos estão sempre em movimento, sendo que cada combinação de corpos é singular e única, pois não há possibilidade de repetição da mesma combinação duas vezes seguidas. Como cita Marilena Chaui, “nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos”.

Portanto, quando Espinosa fala de encontro de corpos, sugere que nosso corpo é constituído de incontáveis corpos que se mantêm em permanente movimento (átomos, células, moléculas, sangue, tecidos, órgãos, etc.). Propõe que esses corpos encontram cotidianamente vários outros corpos do ambiente (brisa do mar, frio das montanhas, ar que se respira, comidas e bebidas que se ingere, estados de espírito das pessoas com quem se convive, música que se ouve, etc.). E cada novo encontro modifica profundamente todos os corpos nele envolvidos. Portanto, defende que os corpos estão em constante transformação e nunca são iguais a outros corpos formados anteriormente. E, na radicalidade desse pensamento, afirma que o nosso corpo se produz de maneira ímpar a cada momento e que somos diferentes de nós mesmos a cada novo encontro que estabelecemos com o mundo.

Ainda segundo esse filósofo, não há uma inteligência central que comande todos os encontros de corpos: a lógica de movimento e repouso entre eles segue uma necessidade interna de cada corpo que se altera a depender do encontro realizado. Nesse sentido, é possível conceber que não há modelos previamente estabelecidos nem regras gerais ou universais que possam ser reproduzidas de maneira idêntica. Cada novo encontro de corpos produz suas próprias regras e parâmetros singulares e que só se adequam a esse encontro específico. Tão logo esse novo corpo formado se encontrar com outros corpos, novas leis serão imanentemente criadas. E la nave va

Espinosa sugere que, por não haver modelos prévios, a natureza é perfeita em todos os encontros de corpos que são realizados. Mas cada corpo, com suas idiossincrasias, tem preferência por encontrar com determinados outros corpos. Quando um corpo encontra outro corpo que possui grandes semelhanças com o seu, esse encontro tende a gerar mais potência. Quando esse encontro acontece entre corpos que não têm tanta ressonância entre si, tende a produzir menos potência. Potência aqui entendida como a capacidade de se manter na existência de maneira pujante, sendo apto a experimentar ao máximo tudo o que pode esse corpo na duração.

Já que cada corpo é capaz de buscar o encontro com outros corpos com os quais tenha mais similitude, isso significa que estamos sendo guiados pela razão, ou seja, somos capazes de identificar nos outros corpos aquilo que nos traz mais ou menos potência e escolher os encontros com os corpos que nos potencializem, produzindo prioritariamente paixões alegres. Se somos incapazes de reconhecer e escolher os corpos que nos fortalecem e seguimos nos submetendo aos encontros que acontecem conosco, então estamos no campo da imaginação e tendemos a desenvolver paixões tristes, que enfraquecem nossos corpos. E há ainda um terceiro gênero do conhecimento para esse filósofo – a intuição, quando nossos corpos são capazes de desvendar, nos outros corpos com os quais se encontram, suas faces de maior ressonância e produzir potência a partir de qualquer encontro. Conhecer por meio da intuição é conhecer como a natureza.

Natureza é aqui compreendida como substância única que produz a si mesma de maneira impermanente e habita sua própria criação, em que tudo o que há são apenas suas formas de expressão não hierarquizadas. Nesse contexto, pedras, humanos, excrementos, flores… tudo é perfeito do jeito que é. Natureza como um todo aberto, sempre em mutação…

Vitalismo, autorregulação e autonomia

Outro enfoque sobre essa mesma questão, é a abordagem do vitalismo, que significa a capacidade que cada corpo possui de produzir potência de vida a cada encontro com outros corpos.

Como metáfora, pode-se dizer que todo corpo tem uma aptidão de digerir todos os encontros que produz: capacidade de ingestão, transformação e metabolização do ingerido e aptidão para absorver aquilo de que necessita para se fortalecer e de excretar aquilo que não lhe serve ou não lhe produz potência.

Os adoecimentos seriam pequenas falhas nesse mecanismo de autorregulação, em que o corpo não é capaz de desvendar a face de similitude e ressonância com os outros corpos que encontra, podendo até ficar intoxicado com um determinado corpo com o qual se depara.

Na visão de Espinosa, a intuição seria o vitalismo em seu mais alto grau de produção. Estar guiado pela razão seria a capacidade do indivíduo de escolher os corpos que percebe que seu vitalismo está apto a processar e digerir a contento. Se for guiado apenas pela imaginação, torna-se incapaz de desvendar a face de ressonância e ainda promove encontros sem perceber como eles o afetarão e se seu vitalismo é capaz de metabolizá-los, ficando assim mais suscetível a sucumbir e viver no sofrimento e a adoecer.

Uma sociedade razoável deveria viabilizar que cada um pudesse experimentar e descobrir de forma autônoma o que fosse melhor para si, além de permitir a existência de espaços coletivos em que a comunidade trocasse essas experiências para construir maneiras criativas de estar na vida com mais plenitude.

Essa é uma perspectiva ética de vida, em que não há uma moral ditando o que é certo e errado para cada indivíduo e suas coletividades, mas em que cada corpo é estimulado a exercitar aquilo que lhe é mais adequado a cada momento, investindo que os corpos estejam cada vez mais guiados pela razão ou pela intuição.

Nesse sentido, parece ser coerente tratar do conceito de cuidado de si de maneira mais direta. Foucault fez desse tema uma genealogia para abordar a história da sexualidade, retomando a noção dos gregos estoicos do início de nossa era (por volta de 200 a 400 d.C.). Parece que os gregos da antiguidade tinham o cuidado de si como uma moral de homens livres para exercício de seu poder e prática de sua liberdade. Eram cidadãos (homens, proprietários de escravos, autoridade do oikos, filósofos) que, por seu status e função de comando, exerciam uma “arte da existência” e “técnicas de si: fixam regras de conduta, como também procuram se transformar, modificar-se em seu ser singular e fazer da sua vida uma obra que seja portadora de certos valores estéticos e responda a certos critérios de estilo”.

Para Foucault, a reflexão sobre as práticas de cuidado de si era estimulada nesse período histórico, pois os homens daquela sociedade também privilegiavam a percepção da fragilidade humana em relação à finitude da vida. Portanto, incentivavam o desenvolvimento de técnicas que fossem capazes de tornar esse homem mais forte e resistente, mais responsável por sua própria saúde e menos dependente dos deuses e dos especialistas. Eram teorizados e experimentados regimes dietéticos, de exercícios físicos, de atividade sexual, de higiene, etc., que permitiam o controle de si e a parcimônia necessários para a constituição de um bom cidadão da pólis.

Para nós, a ideia de cuidado de si toma uma conotação um pouco diferente, significando estabelecer uma atenção plena ao próprio corpo, perceber seu funcionamento e estar consciente dos encontros que estabelecemos com o mundo e de como esses encontros nos afetam, sendo capazes de escolher de forma racional o que nos traz potência de vida.

Ao contrário de conceber a finitude da vida como fragilidade, estabelecemos como pressuposto a concepção de Espinosa e de tantas outras linhas filosóficas, como o taoísmo, de que a natureza é uma substância única que se autoengendra e que habita suas formas de expressão sem hierarquias. Começamos, então, a retirar a importância da vida biológica e humana como centro do universo (antropocentrismo) e podemos encarar nossos corpos como constituintes desse todo inseparável, sem juízo de valor de bom e mau ou de mais ou menos importante.

Assim, imbuídos da clareza de que somos formados por corpos impermanentes que se encontram a todo momento com outros corpos também impermanentes e que cada um desses encontros pode ser mais ou menos potente, a ideia de cuidado de si, em sua radicalidade, pode sugerir que somos os únicos responsáveis pelo nosso bem-estar na duração da vida.

A finitude da vida biológica não nos amedronta mais, pois percebemos que essa é apenas uma das formas de expressão dessa natureza. Encaramos nossa duração no sentido de buscar viver com mais potência e não no sentido de prolongarmos a vida ou de nos controlar para sermos modelo de vida para os outros. Nessa perspectiva, não há modelos coletivos a serem seguidos, mas apenas o que é mais apropriado para cada ser a cada ocasião. Abre-se, então, a possibilidade de prescindirmos das terapias, do outro que se responsabiliza por nossa saúde, não excluindo – como seres sociais que somos – a pesquisa, a descoberta e o desenvolvimento de práticas coletivas que possam ser experimentadas pelo maior número de pessoas.

Cuidado de si numa visão pragmática

O cuidado de si pode se referir pragmaticamente a experimentações atentas que realizamos a cada dia no processo de viver com potência. É possível experimentar várias formas de se alimentar (jejum, intervalos pequenos entre as refeições, variados tipos de alimentos e bebidas, espaços e horários diferenciados para as refeições, inúmeros tipos de comensalidade, etc.), de se exercitar fisicamente (corrida, natação, caminhada, alongamentos, exercícios articulares, lutas, dança, sedentarismo, etc.), de experimentar exercícios energéticos (meditações estáticas, meditações dinâmicas, bioenergética, biodança, yoga, tai chi chuan, chi kung, automassagem, exercícios respiratórios, etc.), de técnicas de limpeza corporal (banho seco, banho molhado, banho frio, banho quente, diversas substâncias e produtos cosméticos, kryas – limpeza de mucosas, etc.), de atividades de lazer (ócio, tecnologias da comunicação, estar na natureza, ler um livro, encontrar amigos, etc.), de sono (dormir cedo, tarde, poucas ou muitas horas, vigília, dormir durante o dia, com a luz acesa ou apagada, com barulho ou sem, etc.), de atividades laborais e intelectuais, etc.

O pressuposto é que é preciso acessar, com parcimônia e guiados ao máximo pela razão, o maior número de experiências, para identificar aquilo que traz mais vitalidade a cada corpo e a cada momento específico da vida, sem moralismos ou ideias pré-estabelecidas.

E é interessante que haja interação das pessoas para trocar as impressões sobre cada experiência vivida e, inclusive, para sugerir tendências e desenvolver novas práticas coletivas de estar no mundo com potência.

A sociedade que produzimos cria grandes obstáculos para exercermos liberdade plena – responsabilizarmo-nos por nossas próprias ações e escolhermos encontros que nos trazem potência de vida sem moralismos. Para praticarmos o cuidado de si, precisamos desenvolver essa capacidade de liberdade para nos tornarmos autônomos.

É possível, no mundo contemporâneo, utilizarmos técnicas de cuidado de si para exercitarmos nossa liberdade e consequentemente experimentarmos gradualmente formas de emancipação humana? Como podemos idear sistemas de saúde coletivos sob a égide da ética do cuidado de si?

Nesse contexto, é urgente pensarmos em novas formas de cuidado que rompam com a lógica irracional atual e sejam capazes de promover saúde e prevenir doenças, estimulando nosso vitalismo. E quando pensamos em saúde, estamos pensando, inclusive e principalmente, na força e na capacidade de produzir mudanças nas estruturas sociais que se pautem no exercício da autonomia sobre nossos corpos.

As práticas de cuidado de si tendem a reduzir os custos com atenção secundária e terciária em saúde, o que é de extrema importância principalmente para quem não pode arcar com altos custos de tratamentos. Essas práticas constituem uma lógica transversal às PICs e são inerentes a elas, podendo ser utilizadas como máquinas de guerra para alcarçarmos um Sistema Único de Saúde mais racional e eficaz, que investe na autonomia dos corpos.

O SUS e as Academias da Saúde

O SUS é um sistema inovador no Brasil, que foi possibilitado a partir de uma série de discussões entre sociedade civil e Estado nos anos 80. Na Constituição Federal de 1988, foi apresentado como sistema de saúde universal, público e gratuito, que prioriza a promoção da saúde e a prevenção dos agravos, retirando o foco na doença e na atenção terciária (hospitalocêntrica e medicamentosa).

A saúde, sob essa nova perspectiva, deixava de ser considerada apenas como ausência de doenças para englobar uma gama de práticas de vida e a garantia de direitos em relação a alimentação adequada – socialmente justa e de produção sustentável, habitação de qualidade, saneamento ambiental, emprego digno e bem remunerado e acesso a espaços de lazer e cultura, entre outros.

Ao longo dos últimos 30 anos, tem sido difícil sua completa implementação, pois temos um sistema bastante progressista na lei, mas poucas pessoas e atores sociais dispostos a efetivar as mudanças e transformações necessárias para que os princípios do SUS sejam postos em prática em sua radicalidade.

Ainda sim, fomos capazes de produzir muitos avanços. A atenção primária, porta de entrada do sistema, é um espaço privilegiado de promoção de saúde e prevenção de doenças, que deve ser eleito como prioridade entre os municípios, devido ao baixo custo de sua implementação e manutenção (em relação às atenções secundária e terciária), além de seus resultados eficazes em manter a população saudável e produtiva.

As Academias da Saúde são um programa do SUS, criado em 2011, visando a oferecer à população equipamentos públicos, gratuitos e universais de promoção de saúde, com a realização de atividades e exercícios físicos, em caráter esportivo, lúdico e de lazer.

Elas têm como objetivo promover saúde e qualidade de vida e prevenir doenças crônicas. Sendo assim, podem ser consideradas como a melhor ferramenta de estímulo à atenção primária do SUS, já que são de fato estratégias em que a população é diretamente estimulada a praticar exercícios físicos e atividades de lazer e de cultura, produzindo saúde em seu amplo conceito.

Nesse sentido, as Academias da Saúde do SUS são espaços privilegiados para a implantação das PICs sob a perspectiva do cuidado de si, estimulando o vitalismo e a autonomia em saúde.

Em Petrópolis, município do Rio de Janeiro, desde 2018, as PICs foram incluídas oficialmente nas quatro Academias da Saúde da cidade, onde são oferecidas atividades coletivas, práticas de yoga e práticas de cuidado de si, além dos atendimentos individuais de acupuntura, shiatsu, auriculoterapia, terapia floral e fitoterapia. Em um período de dois anos, mais de dez mil pessoas participaram dessas atividades.

Relato de caso: cuidado de si nas Academias da Saúde de Petrópolis

A partir da experiência com a realização de práticas individuais das PICs nas Academias da Saúde de Petrópolis, percebemos que a população e os profissionais tendiam a reproduzir a lógica da dependência em seus atendimentos. Muitas vezes, devido à grande demanda dos atendimentos, entre outros motivos, os terapeutas encontravam dificuldades de fazer – com a eficácia e a profundidade necessárias – uma abordagem sobre a importância do envolvimento das pessoas no processo de autonomia em saúde e do investimento no vitalismo como capacidade de autorregulação dos corpos.

Ficou nítido como o cuidado de si está geralmente à margem do processo terapêutico, inclusive entre terapeutas e usuários das PICs, que são práticas em que o autocuidado é justamente considerado como pressuposto teórico básico.

Para suprir essa lacuna, criamos uma atividade coletiva que foi denominada como Práticas de Cuidado de Si.

São constituídas por espaços em que incentivamos a aplicação de práticas que estimulem o vitalismo e de técnicas corporais de redução de sintomas de adoecimentos (mentais, emocionais e físicos) que possam ser exercitadas por cada pessoa da comunidade de forma autônoma e sustentável. A ideia é que as pessoas que participam sejam, inclusive, multiplicadoras de tudo o que aprendermos, em suas famílias, igrejas, associações, etc. Dessa forma, as academias acabam por se constituir numa ferramenta para experimentação da aplicação do conceito de cuidado de si de forma coletiva e por meio das PICs.

Estimulamos a realização de práticas que têm sido utilizadas há anos para o cuidado em saúde da comunidade, mas que têm ficado esquecidas. Resgatamos técnicas como automassagem, exercícios energéticos para a saúde (chi kung, bioenergética, etc.), exercícios respiratórios e técnicas de meditação, exercícios de mastigação eficaz dos alimentos e incentivo ao resgate da comida de verdade, entre outras.

Compartilhamos algumas técnicas de cuidado de si e, conforme a demanda, a partir de temas sugeridos pelos participantes, discutimos formas de estar na vida de maneira mais potente e saudável e de solucionar problemas de acordo com as vivências de cada um.

Abordamos o conhecimento que as pessoas já têm, aquilo que é culturalmente desenvolvido, os saberes práticos e antigos, mas também estimulamos a busca de saídas criativas para as novas questões do contemporâneo.

Enfim, exercitamos a autonomia das pessoas, incentivando que percebam o quanto elas podem ser agentes de sua saúde e da prevenção de doenças, sendo capazes de resgatar a atenção plena sobre seus próprios corpos e desenvolver a prática de cuidado de si mesmas, individual e coletivamente.


Patricia Stumpf – Nutricionista, pós-graduada em acupuntura, shiatsuterapeuta, homeopata, coordenadora do Curso de Acupuntura da ASBAMTHO – Associação  Sino Brasileira de Acupuntura, Moxabustão e Terapias Holísticas e coordenadora das PICs nas Academias da Saúde do SUS, em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

Donati Caleri – Doutor em Psicologia, fundador e presidente da ASBAMTHO e um dos precursores na aplicação da medicina chinesa no Brasil.

 

Fontes

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