BDORT: propedêutica em medicina integrativa

O universo das chamadas medicinas integrativas ou complementares é bastante vasto, abrangendo práticas como homeopatia, acupuntura, fitoterapia, homeopatia, homotoxicologia, antroposofia, ayurveda, etc. Surge, então, a pergunta: qual caminho o profissional da área médica deve escolher em cada situação?

O Bi-Digital O-Ring Test (BDORT) ou Teste do Anel Bidigital, desenvolvido pelo médico e engenheiro nipoamericano Yoshiaki Omura e publicado em 1981, é um teste propedêutico que pode ajudar nessa escolha.

BDORT e ressonância eletromagnética no corpo humano

O BDORT é uma ferramenta de ampla utilização clínica, cuja base de funcionamento é a alteração de força muscular provocada pela ressonância entre substâncias idênticas.

Tomando-se emprestado o conceito da Física, pode-se dizer que ressonância é o fenômeno de aumento da amplitude de uma onda eletromagnética quando é estimulada por outra onda de mesma frequência.

No corpo humano, que também possui frequências de ondas eletromagnéticas, o fenômeno da biorressonância ocorre quando órgãos ou partes do organismo entram em contato com substâncias que vibram na mesma frequência. O BDORT funciona com base nesse fenômeno.

Trata-se de um teste propedêutico, executado por meio de um anel (O-ring) formado com dois dedos (bidigital) de uma mesma mão do paciente, unindo polpa com polpa e exercendo força de forma a mantê-lo fechado.

Bi-Digital O-Ring Test - BDORT em medicina integrativa
BDORT – anel bidigital

O examinador forma também um anel em cada uma de suas mãos e entrelaça o anel feito pelo paciente, para então tracioná-lo em sentido contrário à força exercida pelo paciente. Ao mesmo tempo, a área do corpo a ser examinada é estimulada, por meio do uso de uma haste fina e alongada.

Bi-Digital O-Ring Test - BDORT em medicina integrativa
BDORT – examinador tracionando o anel bidigital em sentido contrário à força exercida pelo paciente

A tração feita pelo examinador pode provocar perda de força no anel mantido pelo paciente, abertura do anel ou fortalecimento do anel, dependendo do local e do que está sendo examinado.

Essas diferentes reações são explicadas por um mecanismo neurofisiológico que regula a modificação da força muscular do anel bidigital, dependendo do fato de a área corporal estimulada estar ou não saudável.

Ao realizar o BDORT sobre uma superfície corporal, o achado de área eletricamente alterada, isto é, aquela que ocasiona a abertura do anel bidigital frente à tração, pode significar a existência de região de má circulação, campo eletromagnético alterado, infecção/inflamação, disfunção ou câncer.

Mapeamento de áreas corporais saudáveis e patológicas

O BDORT permite diagnosticar o local do organismo que está alterado, qual a possível patologia envolvida e o melhor tratamento para cada paciente específico, antes que ele comece a tomar os medicamentos.

O teste permite localizar áreas anormais do corpo do paciente, localizar, identificar e mapear câncer, bactérias, vírus e substâncias químicas presentes no organismo, identificar alimentos e medicamentos danosos ou benéficos para um paciente em particular, assim como a quantidade ideal a ser usada, avaliar o efeito terapêutico de qualquer tratamento, mapear meridianos, pontos de acupuntura e pontos representativos de órgãos internos de cada microssistema e localizar a anomalia na dor referida, fator importante na escolha do agulhamento.

Resistência e precisão da musculatura digital

Quando se testa uma parte anormal do corpo, o cérebro transmite simultaneamente para os neurônios α-motores do organismo inteiro um estímulo que enfraquece os músculos esqueléticos de todas as partes do corpo. Por isso, observam-se reações semelhantes, seja qual for a parte do músculo testado. Qual, então, a razão de se escolherem os dedos ou, mais precisamente, o anel bidigital para a realização do BDORT?

A escolha da musculatura digital deve-se a diversas características peculiares e próprias dessa região do corpo, como alta resistência à fadiga e grande velocidade de recuperação, além do fato de ser uma das maiores áreas de representação cortical. Essas características conferem à musculatura digital um alto nível de eficiência e de precisão na determinação dos resultados do BDORT.

As reações observadas no anel bidigital (fortalecimento ou enfraquecimento da força muscular) e suas gradações são interpretadas pelo profissional da área médica experiente no uso do método em termos de pares de opostos, como positivo/negativo, forte/fraco, favorável/desfavorável, bom/ruim, cátion/ânion, yin/yang, para a definição do diagnóstico e escolha da terapêutica a ser aplicada.

Método direto e indireto

O BDORT pode ser aplicado de duas formas diferentes, com os mesmos resultados em termos de eficácia e confiabilidade. Método direto – quando o teste é realizado utilizando-se o anel formado pelos dedos do próprio paciente. Método indireto – quando se utiliza uma terceira pessoa como intermediária, que exerce a função de “antena” ou condutor de informações.

O método indireto é útil nos casos em que o paciente não se encontra em condições de formar o anel com suas próprias mãos (crianças pequenas, pessoas com paralisias, fraqueza muscular, etc.).

Nessa situação, o sistema neurofisiológico da terceira pessoa envolvida no teste atuará em conjunto e em sintonia na transmissão das informações relativas ao organismo do paciente a ser examinado.

Análise virtual de terapia medicamentosa

Além de possibilitar a realização de diagnóstico de áreas alteradas no organismo de forma simples e não invasiva, outra grande vantagem do BDORT é permitir que o médico decida qual o melhor tratamento medicamentoso a ser administrado ao paciente, de forma virtual, isto é, antes que ele tome o remédio. Para tanto, basta colocar a medicação a ser avaliada em contato com a superfície do corpo do paciente, enquanto se testa o anel bidigital.

Por meio do BDORT, é possível saber com antecedência se a droga selecionada será ou não favorável para aquele paciente específico, qual a dose adequada e se a soma de diferentes medicamentos será benéfica ou não para o caso em questão.

Padronização do teste e curva de aprendizado

A constatação do fenômeno muscular que ocorre no anel bidigital durante a realização do BDORT é evidente e tem como embasamento científico o mecanismo neurofisiológico citado anteriormente, que regula a modificação da força muscular quando áreas anormais do corpo são estimuladas ou quando o organismo entra em contato com agressores, como vírus, bactérias, substâncias que provocam alergia e medicamentos.

Mas apesar do fenômeno ser fácil e visualmente constatável, o domínio da habilidade de entender e interpretar adequadamente os sinais enviados pelo organismo do paciente, por meio do anel bidigital, requer do profissional da área médica muita disciplina e prática, para que a tomada de decisão clínica seja feita de forma correta e em nível adequado à individualidade de cada paciente.

Para obter resultados confiáveis, é necessário conhecer e controlar fatores que podem interferir no mecanismo neurofisiológico que determina a resposta no BDORT. Para tanto, o teste foi padronizado, de forma a manter sob controle esses fatores, que envolvem tanto aspectos ambientais quanto os relacionados à neurofisiologia humana.


Dra. Wendy Falzoni – Vice-Presidente do CMBO – Colégio Médico Brasileiro de Ozonioterapia, Diretora da AMBBDORT – Associação Médica Brasileira de BDORT e médica com especialização em medicina integrativa pela Uniube.