Reiki: energia vital e equilíbrio natural do corpo

Neste artigo, longe de definir o reiki tecnicamente, prefiro mostrar como ele pode ser vivenciado.

Anos atrás, quando ainda nem pensava em ser uma mestra nesse tipo de terapia, por motivos de estresse (falta de motivação, tristeza, má alimentação, sono ruim, ansiedade, nervosismo, impulsividade, baixa energia, mau humor) comecei a receber reiki. Uma vez por semana, durante uma hora, deitava-me na maca e a terapeuta reikiana fazia movimentos leves, que mal me tocavam, com uma música suave ao fundo que me deixava muito tranquila.

Ao sair, ia para casa com uma sensação de relaxamento, um leve sono, que me tornava receptiva a conversar, alimentar-me e a dormir melhor. Nas primeiras semanas, comecei a sentir que essa sensação durava três dias, depois cinco, depois uma semana! Até que percebi que podia permanecer assim por períodos maiores.

Com o tempo, comecei a me levantar bem-disposta e criativa e a iniciar o dia com um humor muito diferente. Assim me vi mais centrada. Calma. Mais feliz. Foram os dois meses mais tranquilos que tinha tido nos últimos anos.

Dessa forma, é possível que eu já tenha definido o que é o reiki. Uma prática criada por Mikao Usui, trazida ao Brasil há muitos anos e que agora está prevista legalmente. A Portaria nº 849, de 27/03/17, publicada no DOU de 28/03/2017, define o reiki como prática integrativa e complementar oferecida pelo SUS.

Reiki é uma prática que se baseia na crença da existência da energia vital universal “Ki”, que é manipulável pela imposição de mãos por alguém que recebeu formação para isso e que canaliza essa energia através de seus chacras. Disso se pode depreender a importância da formação para a aplicação dessa terapia.

Segundo os reikianos, a manipulação correta da energia vital ativa a habilidade natural do corpo de se equilibrar. O reiki é considerado pelos seus praticantes como uma terapia holística, que trata as pessoas como um todo, englobando, além do corpo, a mente, a emoção e a alma, sem que, no entanto, esteja associada a qualquer religião.

Estudos científicos

Existem muitos estudos e pesquisas que têm como objetivo mostrar as vantagens do tratamento com a aplicação de reiki.

Uma dessas pesquisas foi desenvolvida pelo psicobiologista Ricardo Monezi, como parte de sua tese de doutorado pela Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), envolvendo o tratamento de camundongos com câncer. “O animal não tem elaboração psicológica, fé, crenças e a empatia pelo tratador. A partir da experimentação com eles, procuramos isolar o efeito placebo”, explica o pesquisador.

Para a realização da pesquisa, foi escolhido o reiki, entre todas as práticas de imposição de mãos, por ser a única sem conotação religiosa.

A equipe de pesquisadores dividiu 60 camundongos com tumores em três grupos: o grupo-controle não recebeu nenhum tipo de tratamento, o grupo-controle-“luva” recebeu imposição com um par de luvas preso a cabos de madeira e o grupo “impostação” passou pelo tratamento tradicional de reiki, sempre pelas mãos da mesma pessoa.

Os animais foram avaliados quanto à sua resposta imunológica, ou seja, a capacidade do organismo de destruir tumores, com coleta de sangue antes e depois da aplicação.

Os resultados mostraram que nos animais do grupo “impostação” os glóbulos brancos e as células imunológicas tinham dobrado sua capacidade de reconhecer e destruir as células cancerosas. A conclusão do estudo foi de que as alterações fisiológicas experimentadas pelo grupo que se submeteu ao tratamento efetivo não foram decorrentes de efeito placebo.

Segundo o pesquisador, a energia manipulada por meio do reiki produz ondas físicas, que liberam alguns hormônios capazes de ativar as células de defesa do corpo. “Não sabemos ainda distinguir se a energia que o reiki trabalha é magnética, elétrica ou eletromagnética. Os artigos descrevem-na como ‘energia sutil’, de natureza não esclarecida pela física atual”, ele afirma.

Em outro experimento destinado a avaliar a eficácia do reiki, o Dr. John Zimmerman, da Universidade do Colorado, utilizando alguns dispositivos eletrônicos, descobriu que campos magnéticos são criados ao redor das mãos de aplicadores de reiki. Essas frequências são do tipo alfa e gama, semelhantes às observadas no cérebro de meditadores.

Existem ainda outros estudos que podem ser consultados quando se faz a formação em reiki ou se pesquisa a respeito do assunto. Mas, para aqueles que, como eu, são mestres em reiki, nenhum estudo seria necessário para comprovar o que vemos diariamente em nós e naqueles que nos procuram: serenidade, disposição e equilíbrio.


Ana Cássia Stamm – Psicoterapeuta vibracional, psicóloga, socióloga, fundadora do projeto Despertar do Ser e palestrante de temas sobre crescimento pessoal e coletivo, despertar da consciência e propósito e missão de vida.