Um vídeo que acabou viralizando nas redes sociais mostra uma iniciativa de duas enfermeiras de um hospital de São Carlos, no interior de São Paulo, no atendimento de pacientes com Covid-19, internados em UTI. Elas enchem duas luvas hospitalares de látex com água morna, fecham cada uma delas amarrando-as como se faz com balões e depois colocam-nas encima e embaixo da mão do paciente, envolvendo-a e simulando a sensação de toque e de calor de estar sendo confortado por outras mãos humanas.
Com base nesse procedimento tão simples, os pacientes internados apresentaram uma evolução favorável em suas manifestações clínicas. De acordo com as enfermeiras que desenvolveram o processo, essa melhora pode ser atribuída à sensação de acolhimento percebida pelos pacientes, mesmo que inconscientemente, diante do toque de calor humano resultante do ato de “dar as mãos”.
Mas, tomando como base as descobertas feitas por Ryke Geerd Hamer, criador da nova medicina germânica (NMG), é possível compreender o mecanismo não só psicológico, mas biológico subjacente que esclarece o significado dessa experiência e o porquê de seus resultados positivos.
Numa situação de hospitalização, sobretudo em unidades de terapia intensiva, os pacientes facilmente desenvolvem o que a nova medicina germânica denomina de conflito biológico “de abandono”, “do refugiado, “de existência” ou de “peixe fora d’água”. Diante de um conflito desse tipo, a psique, de modo instintivo, ativa um programa biológico de sobrevivência que inclui, dentre outras manifestações clínicas, o desencadeamento da chamada síndrome dos túbulos coletores.
De acordo com a NMG, todos os programas biológicos especiais que o organismo humano desenvolve com o objetivo de solucionar um conflito dividem-se em duas fases: a fase ativa de conflito e a fase de pós-conflito, também chamada de fase de cura, com características e sintomas clínicos específicos e diferenciados. A fase ativa de conflito apresenta predominantemente características simpaticotônicas e a fase de cura, características vagotônicas. Para o entendimento geral do exposto neste artigo, é importante ainda salientar que a fase de cura divide-se em duas subfases (A e B), que são separadas pelo fenômeno da epicrise, período em que a simpaticotonia retorna e os sintomas ficam mais exacerbados (para saber mais sobre as cinco leis biológicas da nova medicina germânica, leia o artigo Nova medicina germânica e a origem natural das doenças).
Simpaticotonia e vagotonia, ao mesmo tempo
Na síndrome dos túbulos coletores, acontecem duas situações fundamentais a serem observadas, para que se possa compreender o processo em sua totalidade e em seus desdobramentos. Durante a fase ativa dessa síndrome, que tem características simpaticotônicas, ocorre proliferação celular com retenção de líquidos no órgão ou tecido acometido e na área de comando cerebral correspondente, como resultado da busca pelo organismo de aumentar sua chance de sobrevivência diante da percepção de um conflito biológico de abandono ou existencial a ser resolvido. Essa condição é verificável por meio de aumento nas dosagens bioquímicas (ureia e creatinina) ou mesmo da redução do volume urinário.
O outro ponto essencial é que a síndrome dos túbulos coletores acontece em concomitância com outro tipo de conflito biológico precedente, no momento em que este está em sua fase de cura (pós-conflito), que tem predominância vagotônica. Sendo assim, as “massas conflituais” se adicionam, com a presença de simpaticotonia e vagotonia, ao mesmo tempo. O paciente então apresenta fadiga e retorno do apetite, que são características específicas da fase de cura, em relação ao outro conflito subjacente, juntamente com diminuição do apetite, estresse e comprometimento do sono decorrentes da fase ativa da síndrome, o que pode levá-lo a quadros mais graves.
Essa condição traz o surgimento de um edema adicional no órgão que já estava acometido pelo conflito pré-existente e na área de comando cerebral a ele associada. Esse fenômeno predispõe o paciente a potenciais complicações obstrutivas ou compressivas. Nessas circunstâncias, deve-se ter atenção quanto à administração de líquidos, seja por via oral ou endovenosa, pois isso pode agravar o estado de retenção de líquidos já existente.
Como identificar
A presença de síndrome dos túbulos coletores traz sinais clínicos evidentes, decorrentes do acúmulo dos líquidos orgânicos, que permitem identificar o quadro e compreender os fenômenos envolvidos no nível dos órgãos e do cérebro.
O primeiro deles é o aumento de edema no órgão acometido e no cérebro, em decorrência da simultaneidade da fase de cura do conflito precedente e da fase ativa da síndrome. A simpaticotonia da síndrome e a vagotonia do conflito pré-existente somam-se, gerando no paciente progressiva exaustão nervosa e perda de peso e energia.
A epicrise, fase simpaticotônica que acontece entre as subfases A e B da fase de cura, adquire potencial para o desenvolvimento de complicações diversas. A epicrise pode ser fatal em função do volume somatório dos edemas.
Em relação ao órgão acometido há várias consequências possíveis, como presença de dor devido ao edema, fenômenos inflamatórios e obstruções em órgãos como cólon e ductos biliares ou pancreáticos, com maiores chances de internação e necessidade de intervenções cirúrgicas, condições que se agravam quando o paciente, que já estava passando pelo conflito que desencadeou a síndrome, é hospitalizado e se percebe novamente em condição de “abandono”.
Tumores em órgãos e segmentos como brônquios, pulmão, fígado, pâncreas, cólon, tiroide, mamas, útero, ovários e próstata, dentre outros, podem aumentar de volume, dando a impressão de serem agressivos ou de crescimento rápido.
Também é possível que nódulos encapsulados residuais tornem-se aparentemente maiores, devido ao edema, assemelhando-se a tumores e ficando mais visualizáveis em exames de imagem. Cavernas residuais podem preencher-se de líquido dando a aparência de serem cistos, como nos ovários por exemplo, principalmente em processos de cura pendente. Por outro lado, cistos podem se romper devido ao aumento de volume, gerando complicações por extravasamento.
É possível a ocorrência de efusões com acúmulos, em áreas como pleura, pericárdio e peritônio, levando a edema pulmonar, agravações e exigência de realização de procedimentos invasivos.
A síndrome dos túbulos coletores pode ainda provocar a exacerbação de processos alérgicos inflamatórios na pele e de manifestações inflamatórias e infecciosas nas articulações já edemaciadas. Artrites assumem o aspecto de gota e bronquites evoluem como pneumonia.
No nível do cérebro, também há manifestações possíveis. O edema pode simular um diagnóstico de tumor cerebral e mesmo levar ao coma e à morte. A hidrocefalia ocasionalmente provoca compressão de ventrículos ou mesmo do centro respiratório. A tomografia cerebral sem contraste pode mostrar as áreas de edema nos centros de comando envolvidos.
Na fase de pós-conflito (fase de cura) da própria síndrome dos túbulos coletores, há redução do edema e aumento na eliminação de líquidos, com progressiva normalização da diurese. A urina costuma estar opaca e eventualmente com presença de sangue devido à retenção anterior durante a fase ativa de conflito. É comum que o paciente apresente suores noturnos. Nessa fase, a ingestão de líquidos pode ser incentivada, pois ajuda na eliminação de toxinas acumuladas.
Portanto, são muitas as manifestações possíveis e evitáveis de uma síndrome dos túbulos coletores, que podem se desenvolver durante hospitalizações. As enfermeiras do hospital em São Carlos ajudaram a reduzir ou evitar diversas delas com o uso do procedimento das luvas.
O conhecimento diferenciado sobre as formas como as doenças evoluem e sobre os processos naturais que o organismo humano utiliza em busca da homeostase e da saúde, oferecido pelas modalidades de medicina integrativa e em especial pela nova medicina germânica, proporciona aos profissionais da área de saúde melhores condições de manejos em situações semelhantes. Da mesma forma, permite também que os próprios pacientes conduzam-se de maneira mais esclarecida e assertiva diante das reações de seus corpos e de suas condições de saúde.
Efeitos dos medicamentos simpaticotônicos
A síndrome dos túbulos coletores é um quadro que aparece com muita frequência durante o desenvolvimento de diversos tipos de enfermidades que acometem o ser humano.
A questão mais importante é que essa condição é desconhecida pela quase totalidade da classe médica acadêmica e pelos praticantes de medicina. Isso leva a muitas interpretações equivocadas, diagnósticos infundados e condutas errôneas. A terapêutica medicamentosa inclui-se nessas circunstâncias e interfere de modo decisivo no desfecho dos casos.
Todas as medicações estimulantes têm propriedades simpaticotônicas. É por essa razão que elas reduzem o tamanho de edemas e inibem outras manifestações vagotônicas. No entanto, esses medicamentos intensificam a fase ativa dos conflitos biológicos, em que já há predominância da atuação do sistema nervoso simpático. Na vigência de um conflito biológico “de abandono”, “de existência”, “de hospitalização” ou “de sentir-se um peixe fora d’água”, que caracteriza a presença de síndrome dos túbulos coletores, há como resposta do organismo o desencadeamento de um programa biológico de retenção de líquidos, que acaba sendo estimulado pelo uso dessas drogas.
Os corticoides são drogas simpaticotônicas e por isso reduzem ou suprimem os sintomas vagotônicos, como edema, dor e inflamação, típicos da fase de pós-conflito (fase de cura), especialmente durante a primeira subfase, quando ocorre o aumento substancial desse tipo de manifestação. Sendo assim, uma vez que o uso de corticoides seja interrompido, os sintomas suprimidos tendem a retornar, nessa fase de pós-conflito. Excepcionalmente, corticoides são indicados na vigência de edema cerebral expressivo, para diminuir a pressão durante a epicrise, que como já foi dito é o período transitório de manifestações simpaticotônicas entre as subfases A e B da fase de cura. Porém, no caso de presença de síndrome dos túbulos coletores, essas drogas são contraindicadas, pelo estímulo ao aumento de edema, com todas as suas consequências.
As drogas citostáticas também são simpaticotônicas, além de serem altamente tóxicas e de inibirem o crescimento celular. Na medicina convencional, elas têm o papel de eliminar células cancerígenas. Na visão da nova medicina germânica, a proliferação celular tem o propósito de aumento da função do órgão ou tecido na fase ativa de conflito, com um efeito restaurador na fase de pós-conflito, quando acontece a decomposição do tecido aumentado. Os quimioterápicos têm uma severa ação disruptora, bem como estimulante. A presença de um conflito de existência ou similar, como o que ocorre quando o paciente sofre o choque de receber um diagnóstico, como o de câncer por exemplo, leva a um aumento do tumor pela retenção hídrica, dando margem a interpretações de que se trata de um tumor de crescimento rápido ou agressivo. Nessas condições, pode haver uma aparente insuficiência renal, dada a diminuição da diurese, originada pela retenção de água. Além disso, há diminuição da plasticidade dos tecidos, inclusive no cérebro, predispondo à ocorrência de ruptura de membranas celulares. Outra característica é a de redução na produção de células sanguíneas, como no caso de leucemia.
A morfina é outra droga altamente simpaticotônica. A analgesia narcótica ativa a produção de hormônio antidiurético e promove importante edema no órgão e cérebro. Sua ação no tecido cerebral é semelhante a dos quimioterápicos. Reduz fortemente a motilidade intestinal e enfraquece o tecido pulmonar. A interrupção de seu uso pode gerar um efeito reflexo, caracterizado por baixa de consciência e mesmo coma, com sério risco de morte. Como droga paliativa, também é usada nessas situações de indução à morte, considerada sem dor e sofrimento.
Os diuréticos são outros medicamentos com características igualmente simpatictônicas, numa ação ambígua de estimular a diurese mas também de provocar a retenção de líquidos na presença de síndrome dos túbulos coletores.
Solucionando o conflito biológico, resolve-se a síndrome
Na maioria dos casos, a síndrome dos túbulos coletores é desencadeada pelo choque de um diagnóstico desfavorável ou pelo medo associado a uma doença e à hospitalização. Portanto, resolver o conflito correlacionado à síndrome deve ser prioridade absoluta. A resolução do conflito de existência dá início instantâneo à liberação da retenção de líquidos. A fase urinária gera rápida redução dos edemas. Nesse sentido, o suporte e cuidado da família e amigos e a segurança de ser acompanhado num ambiente sem medo tem um valor incomensurável.
Se o conflito não puder ser prontamente solucionado, recomenda-se a realização de banhos salinos com soro fisiológico a 0,9% para lidar com o conflito de perceber-se como um “peixe fora d’água” de um modo biológico literal. Eles remetem a uma condição ancestral em nossa evolução como mamíferos, devido ao ambiente aquoso do qual procedemos. Ao ser levado a seu lugar de origem, o mar, o organismo adquire a capacidade de eliminar grandes quantidades de urina. Banhos salinos regulam ainda o conteúdo do soro sanguíneo, que decresce durante a fase de cura, devido à perda proteica.
O uso de bicarbonato de sódio também pode ser útil para ajudar na eliminação de substâncias úricas. Isso porque ele aumenta a taxa de filtração glomerular, o que faz com que os túbulos coletores eliminem mais urina. Como foi documentado por Homer W. Smith, no livro “De peixe a filósofo”, o bicarbonato de sódio era um sal abundantemente presente no oceano primordial. Quando os seres vivos estavam deixando o oceano, ele foi incorporado ao fluido sanguíneo numa preparação para a vida na superfície da Terra. Toda essa história está integrada em nosso organismo e participa de forma ativa nos programas biológicos de sobrevivência, como é o caso da síndrome dos túbulos coletores, podendo ser aplicada para ajudar a solucionar o conflito, pelo menos parcialmente.
Conclusão
A síndrome dos túbulos coletores, condição tão comum e que afeta um grande número de pessoas, merece ser melhor conhecida e identificada. Mais ainda diante das circunstâncias mundiais que estamos vivenciando, devido a um estado pandêmico e suas diversas consequências.
Tanto em situações de tratamento ambulatorial quanto de tratamento hospitalar, incluindo as internações em UTIs, a síndrome dos túbulos coletores pode manifestar-se sem ser identificada ou, o que é mais comum, com seus sinais e sintomas sendo percebidos apenas de forma fragmentada e desconexa.
Conhecer suas diversas manifestações permite identificar em que fase o paciente está (fase ativa de conflito ou fase de pós-conflito), de forma a oferecer possibilidades diferenciadas de manejo dos quadros clínicos e orientar sobre as condutas adequadas a serem adotadas em cada uma dessas fases para assegurar a melhor evolução possível.
Dr. Maurílio Brandão – Médico homeopata, acupunturista, especialista em medicina ortomolecular e medicina integrativa e praticante e divulgador da nova medicina germânica no Brasil.