Uso de imagens mentais positivas como recurso terapêutico para depressão

A depressão caracteriza-se como uma doença de carga global, ocupando o segundo lugar entre todas as patologias em termos de anos vividos com deficiência.

É uma doença associada à diminuição do engajamento do indivíduo nas atividades comportamentais. Nos modelos comportamentais da depressão notam-se um aumento da retirada social e uma diminuição drástica do interesse por atividades gratificantes.

O transtorno depressivo maior é comum e somatiza uma carga de distúrbios e doenças mentais.

Para que a doença seja caracterizada como depressão, os indivíduos devem apresentar cinco ou mais sintomas durante pelo menos duas semanas, com sofrimento de dano ou comprometimento clinicamente significativo.

Existem dois sintomas mais centrais: interesse diminuído pelas atividades e humor deprimido. Os outros incluem alterações no apetite, mudanças bruscas de peso, insônia, atraso ou agitação psicomotora, perda de energia e fadiga, sentimentos de impotência ou culpa excessiva, diminuição da capacidade de pensar ou de concentração, pensamentos recorrentes de morte e ideia ou tentativa de suicídio.

Existem muitos tratamentos disponíveis para depressão, porém nem todas as pessoas têm acesso a eles e mesmo uma boa parte daquelas que os recebe, não se recupera.

Uma das principais barreiras ao tratamento da depressão é o acesso limitado a terapias psicológicas, sendo que o desenvolvimento de novas intervenções psicológicas constitui uma área relevante para pesquisas.

A imagem mental

A imagem mental é uma experiência e uma característica da cognição humana.

Na depressão, existem anormalidades que incluem excesso de imagens mentais intrusivas, imagens positivas empobrecidas e memória excessiva em que faltam imagens específicas.

As disfunções de imagens contribuem para a psicopatologia depressiva e implicações comportamentais cognitivas.

A falta de imagens positivas e a presença de imagens intrusivas e problemáticas são fatores marcantes na depressão.

O termo “imagens mentais” é usado como referência às representações e à experiência de acompanhamento das informações sensoriais sem a presença de um estímulo externo direto.

Essas informações são lembradas na memória e provocam um  reexperimentar, uma nova versão do estímulo original ou uma nova combinação de estímulos.

Nem todas as imagens mentais precisam ser de origem voluntária. Mesmo que não se queira experimentar uma imagem num determinado momento, a mesma pode ser desencadeada por eventos externos ou também por associações internas.

As imagens mentais podem claramente envolver todos os sentidos. Porém, as imagens mentais visuais são abordadas na maioria dos trabalhos empíricos como domínio sensorial.

A psicologia geral utilizou experimentos com imagens visuais de objetos simples e em pesquisas de cognição e transtornos psicológicos.

As imagens podem envolver múltiplas modalidades sensoriais, como sentimentos e sensações corporais, assim como podem também representar ações complexas e eventos que mudam ao longo do tempo.

Elas podem ainda evocar estados emocionais, o que se torna evidente, por exemplo, no estresse pós-traumático, em que emoções poderosas são relembradas por meio de flashbacks, remetendo ao evento traumático original.

No entanto, é possível que as imagens aconteçam de diversas formas dentro da psicopatologia. Por exemplo: em casos de dependência de substâncias químicas, imagens relacionadas a uma determinada substância podem desencadear ou induzir o desejo. Já, imagens de preocupação estão presentes nos relatos de pessoas com fobia social ou distúrbios emocionais. Essas imagens corroboram, portanto, para o início ou manutenção dos transtornos.

Relevância clínica das imagens

O poder emocional das imagens baseia o trabalho dos clínicos em suas abordagens terapêuticas, de forma a incorporar a utilização de imagens mentais relacionadas a preocupações emocionais no tratamento psicológico.

Em transtornos mentais, existe uma variabilidade do imaginário emocional intrusivo, portanto, um entendimento básico da imaginação mental pode ser um suporte fundamental para o desenvolvimento de novos tratamentos.

Atenção plena

 Estudos sobre o uso de atenção plena com o objetivo de amenizar os pensamentos ruminativos, que são característicos da depressão aguda, mostram essa prática como destaque dentre as intervenções com efeito positivo no tratamento.

Na atenção plena, os indivíduos trazem a consciência de sua experiência atual e, à medida que isso acontece, nota-se o efeito modelador tanto inicial como posterior.

No caso de depressão, o foco na atenção torna-se prejudicado pela presença de imagens e pensamentos negativos. Portanto, se os sintomas são severos, como os decorrentes de uma depressão aguda, eles podem agravar-se e aumentar o humor negativo, nas situações em que os indivíduos têm pouca experiência com a prática da meditação.

Numa investigação, foram alocados pacientes deprimidos para um treinamento mínimo de uma semana, com relaxamento e atenção plena. O resultado foi que tanto a atenção plena como o relaxamento com imagens guiadas são viáveis e aceitáveis para pacientes atualmente deprimidos. Notou-se uma diminuição significativa nos sintomas, durante o período das intervenções, sendo que esses ganhos foram mantidos na fase de acompanhamento, em que os indivíduos exercitaram as práticas por livre e espontânea vontade.

A capacidade de descentrar pensamentos negativos foi a principal habilidade para a diminuição dos sintomas. Nesse caso, os dois treinamentos (atenção plena e relaxamento com imagens guiadas) foram eficazes em relação a essa habilidade.

No treinamento de imagens guiadas, foi exigido que os participantes voltassem o foco para as imagens e se desviassem repetidamente dos pensamentos ruminativos. Por fim, com a prática mais extensa pôde-se obter mais resultados positivos nessa habilidade.

Vale a pena ressaltar que, apesar de a meditação ser uma prática muito valorosa e uma técnica transformadora, sabe-se que ela só expressa resultados mais positivos se for exercitada de forma contínua. Isso proporciona a manutenção dos ganhos e benefícios, que incluem o aumento de emoções positivas que podem influenciar na redução dos sintomas da depressão.

Estímulos recompensadores e otimismo

Estudos realizados mostram que a alta sensibilidade à recompensa e os estímulos recompensadores ajudam a identificar e motivar a repetição de atividades agradáveis. Essa ativação comportamental é pensada para aumentar as emoções positivas. Portanto, ambos os mecanismos são altamente relevantes para a resiliência contra os sintomas depressivos.

Notou-se que indivíduos que têm um nível de otimismo mais elevado conseguiram imaginar cenários com imagens com maior vivacidade, sendo que a qualidade visual das imagens mentais específicas geradas independe até mesmo de fatores sociodemográficos e de saúde.

Essa constatação sugere que o futuro mais positivo pode estar relacionado a quão otimista é o indivíduo. Isso reflete o fato de que a capacidade de imaginar vividamente eventos positivos no futuro é um alvo cognitivo potencialmente modificável, o que garante a realização de mais pesquisas para a inovação do tratamento em saúde mental.

Assim, na relação do otimismo com as recompensas, os estudos trazem como resultado que esses dois fatores (alta sensibilidade e estímulos) contribuem para um melhor engajamento dos indivíduos com depressão.

Ainda no que se refere aos comportamentos futuros, alguns autores relatam como as imagens mentais podem influenciar no comportamento real.

Em exemplo citado em um dos estudos, estudantes que consumiam poucas frutas fizeram a simulação mental de situações em que teriam a oportunidade de consumir frutas e a resposta foi que passaram a comer mais frutas do que aqueles que não fizeram a simulação. Isso vale para uma gama de comportamentos, incluindo desde atividades adaptativas como exercícios físicos até o sono. Sendo assim, nas simulações de atividades futuras potencialmente recompensadoras, podem-se ter resultados por meio de imagens mentais.

No contexto da depressão, as imagens mentais de atividades potencialmente recompensadoras podem ser peculiarmente úteis para aumentar a ativação comportamental, já que essa doença está associada à capacidade empobrecida de gerar, de forma deliberada, imagens mentais de eventos futuros positivos.

Modificação de viés cognitivo de comportamento

Na depressão, a ambiguidade inerente às pequenas ocorrências cotidianas que compõem nossas vidas facilmente se presta a interpretações negativas que minam a motivação e alimentam o mau humor e a desesperança.

Nesse contexto, existem inúmeras informações a que se pode dar o sentido de ambiguidade, sendo que é a partir dessas informações e estímulos que se responde ao mundo. Por exemplo: expressões faciais, feedback de outras pessoas ou sinais fisiológicos podem ser interpretados de várias maneiras.

Sair da interpretação ambígua ou dar sentido a esses estímulos é importante para a forma de interpretação do mundo. Conforme a interpretação dada, podem ser desencadeadas emoções diferentes.

Existe um consenso empírico de que a interpretação com viés negativo, definida como a tendência a interpretar consistentemente os estímulos ambíguos de maneira negativa, está associada à disforia e à depressão, podendo ter um papel fundamental no desenvolvimento de distúrbios.

Existem procedimentos que têm como objetivo identificar o papel dos vieses cognitivos no desenvolvimento de distúrbios emocionais, com o potencial de induzir reduções na gravidade dos sintomas, alterando os vieses em uma direção mais positiva.

Esse tipo de intervenção foi desenvolvido primariamente para o treinamento do viés relacionado à ansiedade, porém seus benefícios positivos na modificação de interpretação também foram relatados, por diversos estudos, no contexto de disforia e depressão.

A mudança de viés cognitivo de comportamento foi testada em dois estudos relevantes para esse trabalho.

Um deles é um estudo-piloto sobre depressão, realizado no Irã. Essa investigação, efetuada em um país fora da Europa e de língua não inglesa, foi pioneira em dar importância ao uso de instruções de imagens no impacto clínico de repetidas sessões e a primeira a avaliar se o treinamento pode aumentar a vivacidade da imaginação em indivíduos deprimidos.

É um estudo que fornece evidências preliminares para a potencial aplicabilidade transcultural de um modelo de treinamento de imagens positivas na depressão, além de ampliar o conhecimento sobre os parâmetros e efeitos dessa forma de treinamento.

Um outro estudo-piloto sobre a intervenção focada em imagens, concluídas diariamente ao longo de uma semana, foi realizado em um país ocidental, mas com o objetivo de  comparar o impacto da mudança de viés cognitivo de comportamento.

Nos dois estudos, notou-se que as imagens têm papel crucial no estabelecimento e melhoria da visão de um futuro mais otimista. Porém, alguns fatores sociodemográficos e de contexto de saúde foram demarcadores referenciais para o sucesso e os resultados mais positivos dos estudos.

Quando se trata de estudos-piloto realizados com etnias e em contextos socioculturais completamente diversos, essas diferenças sobressaem.

Temos, de um lado, pacientes psiquiátricos com tendências suicidas no contexto de um país que enfrenta vários tipos de problemas, no caso o Irã, versus uma etnia caucasiana ocidental com depressão maior, por vezes poupada de certos acontecimentos coletivos traumáticos.

São dois estudos-piloto com abordagens semelhantes e objetivos também semelhantes, que consideram as imagens como importante recurso para a modificação de viés cognitivo de comportamento. Entretanto, o contexto foi um aspecto para determinar os resultados de ambos os estudos.

Traçando um breve panorama, podem-se abordar alguns aspectos que perpassam pela maioria dos estudos analisados, como se pode ver a seguir.

A ambiguidade de interpretação dos fatos na vida cotidiana influencia na representação do mundo e isso pode ser trabalhado na atenção plena e na meditação com imagens guiadas, desde que se tornem uma prática constante.

O trabalho com imagens mentais e simulações de imagens vívidas de eventos futuros pode ser potencializado com um nível mais elevado de otimismo. E o otimismo, por sua vez, gera recompensas que promovem ativação no comportamento e, consequentemente, é provável que haja uma modificação no viés cognitivo de comportamento.

Portanto, todas as direções desses estudos estão entrelaçadas entre si, trazendo uma convergência entre seus autores no que diz respeito ao uso das imagens mentais na depressão.

Conclusão

No contexto da medicina integrativa e das técnicas de mente e corpo, deparamo-nos com vários suportes terapêuticos que proporcionam a prevenção de doenças e tratamentos para a manutenção da saúde e bem-estar, considerando a integralidade do indivíduo.

Essas práticas estão ganhando cada vez mais ênfase no cenário mundial, difundindo conceitos subsidiados por métodos menos invasivos e mais naturais, usando o potencial da mente e do corpo de autocurar-se, resgatando o equilíbrio natural e inerente que o ser humano possui e auxiliando e complementando tratamentos necessários em casos que requeiram cuidados mais peculiares e intensos.

O interesse em pesquisar sobre imagens mentais surgiu de uma lacuna sentida em relação ao assunto dentro das práticas integrativas e também por uma relação íntima que estabeleci com as imagens durante a minha trajetória de vida, tanto profissional quanto pessoal.

Aborda-se muito, no âmbito das práticas integrativas, a relação do indivíduo com o mundo moderno e tecnológico, seus hábitos, crenças, etc. Como interagir com esses aspectos sem trazer à tona a questão das imagens?

A representação imagética é a primeira leitura que o ser humano faz do mundo. E é a partir dessa representação simbólica que tudo desemboca, inter-relacionando os outros sentidos. Um cheiro lembra uma imagem, uma música lembra uma imagem, uma crença limitante é ativada por uma imagem. Até mesmo as evidências científicas pautam-se no “ver para crer”. Assim, por que não pesquisar sobre um recurso tão rico e presente na vida cotidiana? As memórias fazem a história da humanidade, as memórias fazem as histórias dos indivíduos, assim como a imaginação constrói futuros.

A depressão é uma doença que se estabelece tanto na causa como na consequência de processos de desequilíbrio do organismo e que perpassa por uma ampla trajetória que atinge milhares de pessoas em todo o mundo.

A revisão bibliográfica narrativa realizada neste trabalho considerou os estudos mais recentes envolvendo os dois temas, imagens mentais  e depressão. Isso não descarta outros estudos realizados anteriormente que, inclusive, também fundamentam alguns dos aqui apresentados.

Nas leituras realizadas existem limitações que demonstram um crescente interesse em explorar mais o tema proposto. Mesmo com um número pequeno de pesquisas efetuadas têm-se evidenciado, ainda de uma maneira não muito explícita, a importância das imagens mentais no tratamento da depressão.

Os resultados das intervenções estão relacionados principalmente à melhoria de sintomas, engajamento, aumento de otimismo, mudanças de viés cognitivo de comportamento e perspectivas de imagens para um futuro positivo. Apontando ainda para a prática de atenção plena e meditação guiada como um caminho a ser percorrido.


Celza Chaves – Biomédica, pós-graduada em Bases da Medicina Integrativa pelo Hospital Albert Einstein, graduanda em Ciência da Felicidade pela Unicesumar, arte-educadora, artista plástica e terapeuta integrativa.

 

Referências bibliográficas

  1. Linke J, Wessa M. Mental Imagery Training Increases Wanting of Rewards and Reward Sensitivity and Reduces Depressive Symptoms. Behav Ther. 2017 Sep;48(5):695-706. DOI: 10.1016/j.beth.2017.04.002. Epub 2017 Apr 18. PubMed PMID: 28711118.
  2. Ji JL, Holmes EA, Blackwell SE. Seeing light at the end of the tunnel: Positive prospective mental imagery and optimism in depression. Psychiatry Res. 2017 Jan;247:155-162. DOI: 10.1016/j.psychres.2016.11.025. Epub 2016 Nov 21. PubMed PMID: 27907825; PubMed Central PMCID: PMC5241224.
  3. Renner F, Ji JL, Pictet A, Holmes EA, Blackwell SE. Effects of Engaging in Repeated Mental Imagery of Future Positive Events on Behavioural Activation in Individuals with Major Depressive Disorder. Cognit Ther Res. 2017;41(3):369-380. DOI: 10.1007/s10608-016-9776-y. Epub 2016 Apr 9. PubMed PMID: 28515538; PubMed Central PMCID: PMC5410208.
  4. Costa A, Barnhofer T. Turning Towards or Turning Away: A Comparison of Mindfulness Meditation and Guided Imagery Relaxation in Patients with Acute Depression. Behav Cogn Psychother. 2016 Jul;44(4):410-9. DOI: 10.1017/S1352465815000387. Epub 2015 Jul 20. PubMed PMID: 26190664.
  5. Holmes EA, Blackwell SE, Burnett Heyes S, Renner F, Raes F. Mental Imagery in Depression: Phenomenology, Potential Mechanisms, and Treatment Implications. Annu Rev Clin Psychol. 2016;12:249-80. DOI: 10.1146/annurev-clinpsy-021815-092925. Epub 2016 Jan 15. Review. PubMed PMID: 26772205.
  6. Weßlau C, Cloos M, Höfling V, Steil R. Visual mental imagery and symptoms of depression – results from a large-scale web-based study. BMC Psychiatry. 2015 Dec 2;15:308. DOI: 10.1186/s12888-015-0689-1. PubMed PMID: 26631081; PubMed Central PMCID: PMC4668647.
  7. Pearson J, Naselaris T, Holmes EA, Kosslyn SM. Mental Imagery: Functional Mechanisms and Clinical Applications. Trends Cogn Sci. 2015 Oct;19(10):590-602. DOI: 10.1016/j.tics.2015.08.003. Review. PubMed PMID: 26412097; PubMed Central PMCID: PMC4595480.
  8. Ivins A, Di Simplicio M, Close H, Goodwin GM, Holmes E. Mental imagery in bipolar affective disorder versus unipolar depression: investigating cognitions at times of ‘positive’ mood. J Affect Disord. 2014 Sep;166:234-42. DOI: 10.1016/j.jad.2014.05.007. Epub 2014 May 21. PubMed PMID: 25012436; PubMed Central PMCID: PMC4101244.
  9. Rohrbacher H, Blackwell SE, Holmes EA, Reinecke A. Optimizing the ingredients for imagery-based interpretation bias modification for depressed mood: is self-generation more effective than imagination alone? Affect Disord. 2014 Jan;152-154:212-8. doi: 10.1016/j.jad.2013.09.013. Epub 2013 Sep 17. PubMed PMID: 24113076; PubMed Central PMCID: PMC3878375.
  10. Torkan H, Blackwell SE, Holmes EA, Kalantari M, Neshat-Doost HT, Maroufi M, Talebi H. Positive Imagery Cognitive Bias Modification in Treatment-Seeking Patients with Major Depression in Iran: A Pilot Study. Cognit Ther Res. 2014;38:132-145. PubMed PMID: 24634554; PubMed Central PMCID: PMC3951961.
  11. Lang TJ, Blackwell SE, Harmer CJ, Davison P, Holmes EA. Cognitive Bias Modification Using Mental Imagery for Depression: Developing a Novel Computerized Intervention to Change Negative Thinking Styles. Eur J Pers. 2012 Mar;26(2):145-157. Epub 2011 Nov 18. PubMed PMID: 23316101; PubMed Central PMCID: PMC3532611.
  12. Morina N, Deeprose C, Pusowski C, Schmid M, Holmes EA. Prospective mental imagery in patients with major depressive disorder or anxiety disorders. J Anxiety Disord. 2011 Dec;25(8):1032-7. DOI: 10.1016/j.janxdis.2011.06.012. Epub 2011 Jul 1. PubMed PMID: 21783339; PubMed Central PMCID: PMC3389342.
  13. Holmes EA, Mathews A. Mental imagery in emotion and emotional disorders. Clin Psychol Rev. 2010 Apr;30(3):349-62. DOI: 10.1016/j.cpr.2010.01.001. Epub 2010 Jan 18. Review. PubMed PMID: 20116915.
  14. Holmes EA, Lang TJ, Deeprose C. Mental imagery and emotion in treatment across disorders: using the example of depression. Cogn Behav Ther. 2009;38 Suppl 1:21-8. DOI: 10.1080/16506070902980729. PubMed PMID: 19697177.
  15. Patel T, Brewin CR, Wheatley J, Wells A, Fisher P, Myers S. Intrusive images and memories in major depression. Behav Res Ther. 2007 Nov;45(11):2573-80. Epub 2007 Jun 16. PubMed PMID: 17669359.