O sintoma: um olhar consciente para as dores do inconsciente

A maioria das pessoas tem dificuldade em falar com franqueza sobre os seus problemas mais íntimos, mas o que a maior parte delas não sabe é que o corpo revela o que a mente esconde. Os sintomas físicos espelham, de forma muito clara, aquilo que a nossa mente tanto se esforça por rejeitar e ocultar.

A doença e os sintomas físicos são programas desenvolvidos para ajudar na nossa evolução humana, pois permitem que o ser humano reajuste os seus comportamentos e altere a sua percepção dos acontecimentos. São sinais de alerta, que nos colocam de frente com a realidade.

Todas as manifestações físicas acabam por ter um papel fundamental na expansão da consciência. O nosso corpo torna-nos sinceros e revela o que a mente escondeu nas profundezas do inconsciente. Os sintomas físicos obrigam-nos a despertar e o corpo acaba por ser um veículo para a libertação.

Se observarmos de perto a doença, perceberemos que ela tem um propósito e uma finalidade. Se repararmos, quase todos os sintomas obrigam-nos a alterações de conduta no dia-a-dia. Eles nos obrigam a interromper, em maior ou menor grau, com a continuidade da nossa rotina habitual. O sintoma físico é uma chamada de atenção de que está na hora de entrar em contato com o que um dia quisemos esconder.

A doença acaba por ser o programa instalado no ser humano para permitir que as informações do inconsciente possam vir à luz do consciente. A nossa alma comunica através desse meio.

Mas por que é que tantas pessoas escolhem não ouvir a mensagem da sua própria alma? Porque isso obriga a entrar em contato com a realidade. E muitas preferem continuar na ilusão.

Só que as dores vão-se intensificando e as doenças vão sendo cada vez mais severas. Porque, à medida que tentamos silenciar o corpo e a alma, vamo-nos afastando do nosso dharma (caminho de vida).

O corpo humano é um campo de energia

Está na altura de despertar a consciência. O ser humano tem um propósito evolutivo aqui neste planeta. O corpo físico é apenas um veículo para a nossa existência na matéria. Permite-nos usufruir dessa vida humana. Mas se não utilizamos essa existência humana com consciência, o corpo começa a adoecer cada vez mais e não nos permite concluir a nossa missão.

O corpo faz parte do nosso ser. O fato dele se virar contra nós significa que estamos escolhendo ficar aprisionados na limitação da nossa mente. Mas isso vai trazer cada vez mais e mais sofrimento. E como é que podemos ter a certeza disso? Porque tudo é energia. Tudo se rege pelos princípios energéticos universais.

Vamos observar dessa forma: o corpo humano é um campo de energia, como uma antena que emite e capta informação. Se o campo vibracional estiver com bloqueios energéticos, significa que irá atrair para dentro de si situações e pessoas compatíveis com essa energia bloqueada. Então se escolhermos continuar a viver escondendo a verdadeira dor, iremos a um nível muito sutil atrair a energia dessa dor para dentro da nossa vida.

Acaba por ser irônico. Por um lado, esforçamo-nos muito para esconder aquilo que não queremos ver, mas por outro o universo devolve-nos a cada momento a energia do que colocamos abaixo da consciência.

Autoconhecimento e despertar espiritual

Então qual seria o caminho para a verdadeira cura?

Encontrar coragem e solucionar as questões problemáticas da nossa alma, o mais rápido possível, para impedir o inconsciente de se comunicar por meio da linguagem do corpo.

E como conseguimos isso? Através do processo de expansão de consciência. A consciência é a chave para o equilíbrio e vamos adquirindo-a quando nos permitimos entrar no processo de autoconhecimento.

O autoconhecimento abre portas para o despertar espiritual. Nesse momento, a doença passa a ser vista não como pior inimigo, mas afinal como uma oportunidade de voltarmos a entrar no nosso caminho de vida e de encontrar a paz interior. O sintoma corporal passa a ser compreendido como um processo necessário para que consigamos perceber o que nos falta na consciência.

Mas só a tomada de conhecimento é suficiente para a resolução? Não totalmente, porque só resolvemos as problemáticas da nossa alma quando integramos as partes mais sombrias do nosso ser na consciência.

Mas perceber que o corpo serve apenas de veículo para transmitir uma experiência na mente e que cada sintoma é uma forma de compreensão do problema de fundo, dá início ao processo de cura.

É por isso que a medicina convencional nem sempre consegue dar as respostas e as soluções que todos procuramos. Porque se eliminarmos a doença, mas não resolvermos as questões que estão por detrás da doença, esta é capaz de socorrer-se de novas causas para continuar a manifestar-se. Ou seja, elimina-se um sintoma, mas aparece outro com uma interpretação simbólica idêntica noutra parte do corpo.

O ser humano só vai ficar “curado” quando encontrar o seu verdadeiro ser. E isso é exatamente o processo de autoconhecimento, um processo profundo e contínuo, um processo que amplia a visão. Na realidade, não há nada a mudar a não ser a nossa visão das coisas. O ser humano não pode fazer mais do que aprender a ver. A ver-se exatamente como é.

Para isso, precisamos ter humildade para reconhecer que a ideia que temos de nós mesmos é uma ilusão, uma ilusão do ego, pois quando falamos de autoconhecimento, estamos falando do processo que nos permite resgatar conteúdos do nosso inconsciente.

O propósito deste artigo era mais uma vez facilitar a compreensão de que as doenças começam num processo de não aceitação que leva a uma luta interior. As questões psicológicas e emocionais interferem muito no equilíbrio físico e mental.

Estamos precisando passar por um processo de reeducação, para que possamos encontrar uma nova forma de ver, de sentir e de pensar a vida. Está na hora de despertar. O mundo precisa de mais pessoas que contribuam nessa transição planetária. O mundo precisa de luz.


Patrícia Carneiro – Psicoterapeuta em técnicas integrativas, vibracionais e bioenergéticas, com formação em leitura biológica, ThetaHealing, Usui Shiki Reiki Ryoho – nível I, cura prânica, radiônica clínica, apometria, shiatsu, aromaterapia, reflexoterapia, indução miofascial – nível I, II e III e acupuntura estética facial e corporal. Especialista em Medicina Tradicional Chinesa, pelo Instituto Português de Naturologia – IPN.